Localizado no extremo sul paranaense, o município de General Carneiro criou, em 2013, o projeto Conjunto Habitacional Bairro Novo São João, premiado com um troféu Prêmio Gestor Público na segunda edição do PGP-PR.
A iniciativa visa promover a participação cidadã, a melhoria de qualidade de vida – mediante trabalho educativo que favoreça a gestão comunitária e a educação sanitária e ambiental – das famílias da região atendidas pelo projeto e o desenvolvimento de ações que facilitem o acesso destas ao trabalho e à melhoria da renda familiar, de acordo com as necessidades de cada uma.
Os principais envolvidos pelo projeto são moradores em situação econômica e social desfavorável, que acabam sendo prejudicados pela exclusão social e pela falta de acesso às políticas públicas que promovam a efetivação dos direitos sociais e a busca por melhor qualidade de vida.
Com o desenvolvimento do projeto, mais de cem famílias que viviam em situação de risco social passaram a exercer o seu direito à moradia, saneamento básico e inserção em projetos sociais e de geração de emprego e renda, além de poderem exercer sua cidadania com documentação regularizada. 

Vulnerabilidade
São 113 famílias beneficiadas pelo projeto, totalizando 385 pessoas residentes no bairro Jardim São João, no loteamento São João Novo, que estavam em condição de precariedade habitacional.
Cerca de 35% dessas famílias vivem com renda inferior a um salário mínimo, e mais da metade dos moradores está em trabalho informal. 
Boa parte das famílias vive somente com o valor que recebem do Programa Bolsa Família e necessitam do Benefício Eventual de Auxílio Alimentação, oferecido pelo município para conseguirem se manter.
A baixa renda deixa essas pessoas em vulnerabilidade e os empregos volantes e sazonais, sem nenhum tipo de direito ou garantia da continuidade da atividade laboral, trazem instabilidade às famílias e agravam também a desigualdade social.
Na região de intervenção do projeto, as ruas não possuíam pavimentação e o saneamento básico era praticamente inexistente, deixando a população exposta à incidência de doenças.
A condição das casas dessas famílias era mínima, com obras interminadas, construídas com madeiras reutilizadas, com apenas dois cômodos, sem forro e com fiação elétrica exposta. 
Algumas residências eram de chão batido, sem mobília, apresentavam problemas de higiene sanitária, como falta de banheiros dentro das casas, esgoto de pias e chuveiro, o que agrava ainda mais os problemas de saúde pública.

Melhores condições
Para levantar as necessidades e reivindicações da comunidade, os gestores municipais fizeram reuniões semanais com as famílias envolvidas pelo projeto, por meio da comissão comunitária.
Diante da carência da população, os gestores municipais construíram o conjunto habitacional, através do Programa Minha Casa Minha Vida, com calçamento e rede de esgoto para melhorar a qualidade de vida dessa comunidade. Além disso, foi construída uma academia ao ar livre e uma nova unidade de saúde, que beneficia 4,5 mil moradores da região.
Para respeitar os hábitos e a dinâmica já existentes antes do projeto, os gestores tomaram o cuidado de considerar a antiga moradia para definir os critérios para a escolha das unidades habitacionais, levando em consideração muitos vínculos comunitários e familiares na localização das casas.
No período das obras, as famílias ficaram alojadas na Vila São Pedro, local próximo da região, que possui 70 casas em boas condições de habitabilidade, uma escola e ginásio de esportes, e receberam atendimento médico e acompanhamento por meio de um agente comunitário de saúde. 
O plano de assentamento provisório priorizou ainda cuidados com casos especiais, como pessoas idosas, deficientes, mulheres e crianças recém-nascidas. 
Assistentes sociais e psicólogos realizaram semanalmente encontros com as famílias, trabalhando questões de mobilização e organização comunitária, educação sanitária e ambiental e trabalho e renda. As pessoas também participaram de atividades sobre regras de convivência coletiva e cursos variados.
Os cursos oferecidos pelo projeto foram escolhidos conforme o interesse das famílias beneficiárias em artes, artesanato, conservação e zeladoria – visando estimular a formação e o aprimoramento profissional, como o curso de manutenção e conservação de imóvel.

 

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