Serviço de Atenção Domiciliar de Curitiba é o nome do projeto que vem mudando a vida dos moradores da capital paranaense em 2014, principalmente dos que mais necessitam do atendimento de saúde pública. 
A iniciativa, premiada com o troféu Prêmio Gestor Público – Destaque Saúde na segunda edição do PGP-PR, tem como principais objetivos identificar o estado da arte da atenção domiciliar no âmbito do sistema público de saúde no Brasil, inovar o sentido da integralidade e da humanização da atenção e encontrar meios de ampliar o projeto. 
No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência domiciliar (AD) serve como complemento ou mesmo substituição ao atendimento convencional, integrada às redes de atenção à saúde. Para isso são realizadas diversas ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio.
Com o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), os pacientes recebem cuidados médicos, mesmo em situações adversas, no conforto do seus lares junto a seus familiares, sem precisar enfrentar filas de hospitais e unidades de emergências.
O intuito do projeto é garantir o cuidado aos pacientes que necessitem de atenção domiciliar, desinstitucionalizar e ampliar a independência dos usuários. 

Saúde brasileira
No Brasil, a primeira forma organizada de assistência domiciliar foi o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU), criado em 1949. 
Em vista da recente crise do modelo de atenção hospitalar brasileiro, vem crescendo o desenvolvimento de alternativas que contribuam para a produção da integralidade na rede de serviços de saúde. 
De acordo com o Ministério da Saúde, a atenção domiciliar tem se expandido no Brasil, principalmente por conta dos benefícios que traz, como a articulação de vários pontos de assistência e a otimização do uso de leitos e recursos hospitalares. Além disso, a AD é ainda uma solução para a sobrecarga das unidades de emergência.
A atenção domiciliar é dividida em três modalidades, conforme a portaria 963/2013 do Ministério da Saúde. A modalidade AD1 é relacionada à atenção primária, com o cuidado à pessoa com problema crônico de saúde, restrito ao leito ou ao lar e estável clinicamente. Já as AD2 e AD3 destinam-se aos pacientes com problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde e que necessitem de maior frequência de cuidado.

Assistência
O SAD de Curitiba assegura atendimento aos usuários do SUS nas modalidades AD2 e AD3 e, de forma conjunta e articulada com a atenção primária (AD1), garante a universalidade de acesso ao usuário do SUS e a integralidade e equidade do cuidado à saúde.
O Serviço de Atenção Domiciliar é administrado pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes) e está localizado no Hospital do Idoso Zilda Arns (Hiza). 
O serviço conta com Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD), formadas por um assistente social, um farmacêutico, dois nutricionistas, uma fonoaudióloga, dois médicos, um enfermeiro, um fisioterapeuta e quatro técnicos de enfermagem. 
Para receber os atendimentos do SAD, o usuário do SUS deve ser morador de Curitiba, possuir cadastro definitivo em Unidade Básica de Saúde, ter a presença de um acompanhante identificado e permanecer no domicílio durante o atendimento. 
Os pacientes recebem atendimento multidisciplinar, contemplando a condição de saúde física e mental e seus aspectos sociais e financeiros. 
Visando garantir a melhor assistência ao paciente, as equipes oferecem treinamento aos acompanhantes, deixando-os a par dos cuidados necessários. Os acompanhantes também podem receber apoio via telefone entre 19h e 7h.
Além do atendimento aos pacientes, o SAD também emite declaração de óbito em domicílio e realiza visitas domiciliares pós-óbito. 

Qualidade de vida
Com a implantação do SAD em Curitiba, os usuários do SUS conseguem um atendimento mais humanizado e individualizado, e isso significa mais saúde e qualidade de vida para os cidadãos.
Desde a implantação do SAD em Curitiba, a quantidade de atendimentos realizados apresentou aumento gradativo, e eles passaram, em 2014, de 387 em janeiro para 525 em julho. Entre janeiro e agosto de 2014 foram atendidos 1.121 pacientes, em sua maioria mulheres.
As solicitações de atendimento são provenientes, em sua maioria, das Unidades Básicas de Saúde (51%), seguidas de hospitais conveniados ao SUS (32%) e das Unidades de Pronto Atendimento (17%). A avaliação do Serviço indica a possibilidade de adaptação da iniciativa a diferentes contextos da saúde no âmbito do SUS.

 

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