O Lago de Olarias é um dos principais arroios – uma espécie de córrego da malha urbana – de Ponta Grossa, mas se encontra em uma região que está submetida a um acelerado processo de degradação ambiental. Tal processo é agravado com a ocorrência de enchentes, erosões e alagamentos que provocam severos danos aos patrimônios público e privado.
Por isso, com base no projeto inicial do Núcleo de Estudos em Meio Ambiente (Nucleam) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a Prefeitura deu início, em 2014, às obras do Planejamento Ecológico do Arroio Olarias. O projeto aponta para a criação de um complexo ambiental na forma de lagos para o controle de cheias e com áreas de lazer no entorno.
Recuperação ambiental
Além de melhorar o sistema de drenagem urbana, o projeto prevê a vistoria e correção de ligações irregulares de esgoto, garantindo a recuperação da bacia hidrográfica do arroio Olarias. Por meio do conjunto de cinco lagos, o local terá uma grande superfície de água exposta aos raios solares, visando ao aumento em sua capacidade de autodepuração, melhorando o escoamento e devolvendo a água com uma qualidade melhorada ao meio ambiente, resolvendo o problema de inundações e suas consequências.
Também está prevista a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA), onde os lagos estarão inseridos, denominada Parque Natural Municipal de Olarias, com área total de 1,73 milhão de metros quadrados. Os recursos são oriundos da Prefeitura, da Caixa Econômica Federal, da Agência Reguladora de Águas (ARAS), do Paranacidade e da Compensação Ambiental da Klabin Papel e Celulose/Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Melhorias, lazer e realocação de famílias
Os resultados já são visíveis com a realocação das famílias que residiam na área do lago. Mais de 15 mil domicílios foram visitados e notificados para a regularização da ligação de esgoto, assim como a limpeza do lago, que era poluído com resíduos sólidos e de esgotos.
O acesso nas vias de alguns bairros já foi implementado, com a pavimentação asfáltica. A primeira barragem foi concluída e as obras para a construção da segunda barragem já estão em andamento. As obras previstas seguem até 2020 e o plano é criar ciclovias, formando um anel cicloviário plano, recuperar a área verde degradada e controlar os níveis de poluição nas regiões no entorno do lago.
Desafio
Um dos desafios é buscar o envolvimento da comunidade nos cuidados com o arroio, com a bacia hidrográfica e com o parque. Para isso o projeto traçou atividades visando à preservação de maneira continuada. A ideia é criar o Grupo Gestor da Bacia de Olarias de forma tripartite, envolvendo setor público, iniciativa privada e o terceiro setor dentro da bacia de Olarias. A estratégia envolve ainda promover pelo menos quatro reuniões de sensibilização da comunidade e orientações de porta em porta.
A meta é visitar todos os domicílios da bacia hidrográfica e sensibilizar a população quanto à preservação e recuperação dos arroios e nascentes.
Gestão ambiental responsável
Além de corrigir um problema histórico de Ponta Grossa, que perpassou todo o século XX em decorrência do processo de urbanização, quando obras canalizaram os arroios em “tumbas” de concreto, o projeto prevê a gestão e manutenção do local. Dentre as ações, estão previstas: controle dos níveis de sedimentação do lago e assoreamento das margens; retirada dos resíduos sólidos; verificação dos níveis de inundação e dos sistemas de drenagem e iluminação pública das ruas que circundam o lago.
Fonte:PGP-PR