Banco de Projetos

Projeto Nocaute na Exclusão Social

Ano / Edição: 2017
Município: Maringá
Função de Governo: Assistência Social

Administração Indireta:

Não se aplica

Diagnóstico

O município de Maringá enfrenta um latente problema referente ao consumo abusivo de drogas, o preocupante é o uso e abuso crescente por parte de crianças e adolescentes. Dados municipais apresentados pelo Serviço de Medidas Socieducativas em Meio Aberto ( liberdade assistida e Prestação de Serviços à comunidade) no relatório quadrimestral de 2017 (janeiro a abril), observou-se que 30,6 % dos adolescentes foram encaminhados em decorrência da prática de ato infracional equiparado a tráfico de Drogas e 9% por porte de drogas. Dados institucionais apontam ainda que 90% da demanda atendimento são usuários de Substâncias psicoativas (SPA).
No que tange a medida de Privação de Liberdade dados do Centro de Socioeducação de Maringá – Paraná (CENSE) de 04-07-2017 demostram que 31,03% dos adolescentes sentenciados a internação cumprem a medida devido a prática reiterada de tráfico de drogas por vários motivos: pertencimento, exclusão social e devido ao uso de drogas. Desde o ano de 2009, Maringá implantou o Relatório Circunstanciado (http://sisweb.maringa.pr.gov.br:8080/SobreDrogas), instrumento que reúne dados relativos aos
atendimentos realizados por diversos serviços governamentais e não governamentais, incluindo as Comunidades Terapêuticas de Acolhimento, às pessoas com
necessidades decorrentes ao uso e abuso de drogas. No ano de 2016 a rede de atendimento registrou 8161 pessoas, das quais 7169 eram homens e 992 eram
mulheres. Desse número 742 são adolescentes e jovens de 11 a 20 anos.
Verifica-se que quase na totalidade dos atendidos nos diversos serviços há resistência dos usuários, com ou sem vínculos rompidos, para aceitar os encaminhamentos, o que leva a uma articulação na rede de atendimento com os Serviços da Saúde e Assistência Social. Compreende-se que a problemática atinge os diversos espaços e classes sociais, podendo dizer que a vulnerabilidade está em toda a cidade. Contudo, alguns pontos podem ser identificados como de maior concentração de uso e tráfico, tais como praças na área central, nos entornos de centros esportivos, escolas e alguns bairros em situação de risco social. Segundo o serviço de abordagem social de criança e adolescentes no ano de 2016 foram atendidos 209 crianças e adolescentes sendo que 79 delas são usuários de crack ou outras drogas. E percebe-se em algumas conversas com adolescentes que o que eles mais precisam além de só ouvir falar sobre drogas é de oportunidades e atividades para que esses possam se envolver.

Descrição

As crianças e adolescentes são encaminhados a Academia Schima, através de avaliação de perfil e afinidades pelo esporte realizados pelos profissionais do Serviço Socioeducativo, os quais realizarão acompanhamento das frequências e evoluções destes.
Os alunos receberão uniforme e demais materiais para a prática do esporte. As aulas aconteceram nas terças e quintas, na Academia Schima ás 10h e ás 16:30.
A princípio o aluno será inserido num contexto lúdico de aprendizagem da base das artes marciais, conceitos morais e filosóficos para desenvolver suas aptidões físicas, podendo chegar a participar de campeonatos e competições de acordo com seu desempenho. Esses alunos e suas famílias serão acompanhados por toda a rede de assistência social do Município como o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) por exemplo e pela rede de saúde. Essa articulação entre os serviços é feito pela diretoria sobre drogas.

Objetivos

Gerais:

O projeto visa a reinserção e/ou reabilitação social dos adolescentes através da prática do esporte, promovendo a inclusão social, através da integração com outros alunos, trabalhando a ressignificação de valores, a responsabilização, promoção e efetivação da cidadania.

Específicos:

- Prevenção ao uso de drogas através do esporte;
- Gerar uma oportunidade de treinamento em artes marciais para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade;
- Criar e manter vínculo com os adolescentes;
- Diminuir a exposição ao consumo de drogas;
- Educar para a vida;
- Detectar possíveis atletas de alto rendimento;
- Promover uma atividade para crianças e adolescentes que ficariam em situação de rua.

Metas a atingir:

Oferecer 20 vagas de aulas gratuitas de Kickboxing e Muaythai para jovens que estão sendo acompanhadas pelo Serviço Socioeducativo CREAS, em um ano são atendidos cerca de 80 adolescentes.

Cronograma

Físico:

É utilizado o próprio espaço e estrutura da academia, e professores que atuam de forma voluntária.
Aulas: Terças e quintas ás 10h e ás 16:30
Local: Academia Schima Combat
Endereço: Av Morangueira, 611, Sobreloja, Jd. Alvorada. Maringa - PR

Financeiro:

A execução do projeto tem um baixo custo operacional, pois é executado em parceria com a academia Schima Combat que oferece aulas gratuitas sendo o único custo a aquisição dos materiais para a realização das aulas.

Orçamento:

A Diretoria sobre drogas apresentou um projeto para o CMDCA (Conselho Municipal da criança e adolescentes) solicitando recurso do FIA (Fundo da Infância e adolescência) para compra de materiais de luta para o treinamento dos alunos, além de materiais para estrutura da academia que serão usados pelos próprios alunos, o valor investido no projeto é: 20.000 reais, dividido em 2 aquisições de materiais, 10.000 no ano passado e 10.000 esse ano.

Beneficiários Diretos:

Adolescentes em vulnerabilidade social atendidas pelo Serviço Socioeducativo da SASC – Secretaria de Assistência Social e Cidadania.

Beneficiários Indiretos:

A comunidade de forma indireta é beneficiada com a execução do projeto, pois o conhecimento e as informações adquiridos pelos adolescentes refletem diretamente no comportamento destes, diminuindo a possibilidade dos mesmos se inserirem no mundo das drogas, bem como as consequências dele, sendo a maior delas a violência urbana e a reincidência na prática do ato infracional.

Resultados:

O Projeto vem rendendo muitos resultados importantes, é desenvolvido em uma academia referência em todo estado na modalidade, no prêmio melhores do ano da academia, em 32 troféus possíveis, alunas do projeto receberam 12.
Foi o projeto que teve maior procura na prefeitura de Maringá, entre os adolescentes cumprindo medidas sócio-educativas, além do esporte formar cidadãos melhores, o projeto tem transformado pessoas com pouca perspectiva em campeões municipais, Estaduais e Nacionais. E Até mesmo no ano de 2016, 2 atletas do projeto foram campeãs pan-americanas no México.
Nos relatórios de acompanhamento dos adolescentes foi verificado melhora de notas, alunos que entraram na faculdade após o projeto, entre outros resultados.

Anexos

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