Atualmente a cobertura florestal do Estado do Paraná, além de reduzida, encontra-se fragmentada, formando uma “colcha de retalhos” representada por verdadeiras ilhas de vegetação nativa em uma paisagem onde predomina o uso agrícola do solo e isola as espécies que ali habitam, tanto de flora como de fauna.
Esse isolamento acarreta o comprometimento da estrutura desses ambientes, resultando em florestas bastante alteradas e empobrecidas, além de perdas genéticas, as quais ao longo do tempo poderão resultar na extinção de espécies.
Além disto, as conseqüências danosas da fragmentação das florestas podem ser agravadas pelos efeitos das mudanças climáticas, pois o isolamento dificulta a dispersão e migração de espécies para outras regiões, atrapalhando a adaptação destas ao novo clima que está sendo estabelecido no planeta e provocando a extinção pontual das mesmas em outras regiões.
Para evitar e minimizar os danos causados por essas alterações, a estratégia cientificamente recomendada é a restauração das áreas entre os fragmentos formando corredores ecológicos, que restabelecem os fluxos biológicos, pois propiciam o deslocamento da fauna e dispersão da flora.
Uma grande área de proteção, conhecida como Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná, interliga áreas naturais e reflorestadas, tanto públicas quanto privadas, na região de fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Esta imensa área de dispersão da vida silvestre possibilita a troca de material genético entre diferentes populações naturais que integram os ecossistemas. Isso favorece, a longo prazo, a conservação da biodiversidade na região.
O processo de estabelecimento do Corredor de biodiversidade compreende a recuperação das matas ciliares, que funcionam como micro corredores ecológicos, além do saneamento ambiental das propriedades rurais nas microbacias, que é feito pela gestão participativa territorial.
Uma experiência prática bem sucedida foi à criação do Corredor Ecológico Santa Maria, que possibilitou a conexão do reservatório do Parque Nacional do Iguaçu aos refúgios, reservas e faixa de proteção do reservatório da Itaipu. Essas áreas protegidas dão acesso ao Parque Nacional de Ilha Grande, ao norte, formando um extenso corredor ecológico.

O Corredor de Biodiversidade busca interligar áreas naturais governamentais e privadas, que acabaram isoladas com a destruição das florestas originais na região da fronteira comum ao Brasil, Paraguai e Argentina.•.
Um projeto ousado, iniciado em 2003 e que começa a se tornar realidade, o Corredor de Biodiversidade, está permitindo a dispersão dos genes de flora e fauna.
É considerado um autêntico “corredor da vida”, capaz de neutralizar o “efeito ilha”, que compromete a diversidade das espécies e as expõe ao risco de extinção.
O primeiro passo para a implantação do Corredor da Biodiversidade foi reconstituir a ligação verde entre a faixa de proteção do reservatório da Itaipu e o Parque Nacional do Iguaçu, nos municípios de Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu.
Preocupada com a preservação da fauna e da flora, o município de Santa Terezinha de Itaipu, recebeu uma área de terra para a implantação do Corredor da Biodiversidade dentro da Fazenda Santa Maria, que possui uma extensão de área de 60 metros de largura por 4 km de comprimento, daí o nome do Corredor. Entretanto, a participação de proprietários rurais foi fundamental para o sucesso do projeto.
Implantado em 05 de junho de 2002, o projeto localiza-se em nosso município entre os rios Apepu e Rio Bonito e a faixa de proteção do Lago de Itaipu.
Devido a essas características de recuperação e preservação do local, a iniciativa serve de referência para os pesquisadores e visitantes, e tem sido procurada por grupos do Brasil e de outros países para visitação técnica. Este projeto já rendeu inclusive o Prêmio Chico Mendes, recebido em setembro de 2005, no Rio de Janeiro.
O processo de estabelecimento do Corredor de Biodiversidade Santa Maria compreende a recuperação das matas ciliares, bem como o saneamento ambiental das propriedades ao redor. Os trabalhos tiveram início com a construção de cercas de divisa e a recuperação florestal, com o plantio de mudas nativas da região.
Está também em curso o monitoramento do Corredor de Biodiversidade, incluindo projetos de levantamento fitossociológico, masto faunístico, herpetológico, da fauna alada, da ictiofauna e da qualidade da água dos rios da região.
São parceiros da Itaipu no Corredor de Biodiversidade Santa Maria: Instituto Ambiental do Paraná (IAP); Ibama/Parque Nacional do Iguaçu; Itaipu Binacional; a prefeitura municipal de Santa Terezinha de Itaipu; Fazenda Santa Maria; Ministério Público Estadual; Rodovia das Cataratas S.A.; Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater); Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de Cascavel; instituições de ensino e pesquisa; e Organizações Não-Governamentais.

Gerais:

Criar um Corredor Biológico ligando a faixa de Preservação do Lago de Itaipu com o Parque Nacional do Iguaçu, passando na Reserva Particular do Patrimônio Natural Santa Maria, desenvolvendo condições para que haja o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para a sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das Unidades Individuais.

Específicos:

Promover a conectividade entre fragmentos de áreas naturais no Sistema Nacional de Unidades de Conservação; Recuperar trechos das áreas de preservação permanente, degradada pela utilização irregular de atividades como agricultura, pecuária ou piscicultura; Permitir fluxo genético da fauna e flora; Criação de habitat para a fauna local; Estimular pesquisas, monitoramento do fluxo de animais e identificação da vegetação nativa; Desenvolver projetos de educação ambiental para a comunidade local e seus demais munícipes.

Metas a atingir:

Uma das principais metas é a implantação do Corredor Trinacional de Biodiversidade, que promoveria a conexão entre as florestas do: Brasil, Paraguai e da Argentina. Projeto desenvolvido com a Rede Gestora do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

Físico:

Isolamento com cerca nas Áreas de Preservação Permanente dos rios Bonito e Apepu; Reflorestamento das áreas degradadas; Sensibilização da comunidade local quanto à preservação ambiental da área pertencente ao Corredor Ecológico; Estudos para verificar o fluxo da fauna e flora através do corredor; Uso da área para realizar visitas controladas, envolvendo a comunidade local, regional e internacional.

Financeiro:

Recursos destinados a execução à ordem de: R$ 60.000,00

Orçamento:

Dotação: 185420014.2.197000 – Valor total: R$ 60.000,00
Convênio Nº 4500029111: R$ 1.245.293,39 (R$ 790.607,70 Itaipu Binacional e R$ 454.685,69 Prefeitura Municipal) com validade do convênio em junho de 2017.

Beneficiários Diretos:

Plantio de 128.032 mudas nativas para recuperação das Áreas de Preservação Permanente do rio Bonito e Apepu; Execução de 61,1 Km de cerca (no lado de Santa Terezinha de Itaipu); Totalizando 75,4 Km de cercas em Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel.

Beneficiários Indiretos:

Utilizar um Corredor Ecológico que permite um direcionamento de recursos diferente daquele que comumente foi utilizado nas ações conservacionistas (nela investia-se em áreas mínimas). Estas unidades de conservação têm como efeito positivo serem eficientes para conservar a diversidade biológica.
A longo prazo retarda a extinção local e o empobrecimento do conjunto do habitat, contribui para um manejo mais apropriado de toda região e introduz de novas técnicas de manejo e uso dos solos, sem, no entanto, influenciar diretamente no desenho fundiário regional.
Além de seus resultados para conservação da diversidade biológica, a introdução de políticas da conservação que custam menos ao governo e à sociedade, permitem que os últimos optem por receber compensações pelos seus esforços de conservação, em vez de verem impostas medidas burocráticas e autoritárias, sem que sequer se compreenda quais objetivos pretendem alcançar.

Resultados:

Recompor o ecossistema no entorno dos rios Apepu e Bonito e no trecho que liga um rio ao outro, de tal modo que seja estabelecido um corredor que permita o deslocamento de biodiversidade entre o Parque Nacional do Iguaçu e a Faixa de Preservação do Lago de Itaipu, promovendo a recomposição (adensamento) e o isolamento com a utilização de cercas de aproximadamente 74 Km nas matas ciliares nos rios Apepu, Bonito e seus tributários, com uma largura mínima de 30 metros.
Recuperar e manter a totalidade dos rios eleitos para a implantação do corredor, executando o isolamento de 4,41 Km e plantio de mudas florestais nativas da região, duas faixas de ligação (2,94 Km e 1,47 Km) entre as bacias dos rios Apepu e Bonito, no interior da reserva Particular do Patrimônio Natural Santa Maria, com uma largura mínima de 50 metros.
Recuperar trechos das áreas de preservação permanente, degradadas pela utilização irregular de atividades como agricultura, pecuária ou piscicultura.
Executar uma ampla atividade de informação, educação ambiental e fiscalização, de modo que toda a população e em especial os agricultores de suas margens se envolvam nos trabalhos de conservação e recomposição de suas matas ciliares e na extinção de qualquer atividade poluidora em conjunto com as instituições envolvidas.
Efetuar periodicamente monitoramento ambiental do Corredor através de sistema, incluindo a análise laboratorial e avaliação da qualidade da água, a fim de manter o controle dos níveis de poluição de acordo com a legislação vigente.
Servir de modelo para futuros projetos de implantação de Corredores da biodiversidade.
Criação de habitat para os animais silvestres na Reserva de Patrimônio Natural Santa Maria, permitindo a reprodução de espécies ameaçadas de extinção, através de fluxo da fauna pelo corredor ecológico Santa Maria.

Documentos Anexados:

- Anexo 1.pdf

- Anexo 2.pdf

- Anexo 3.pdf

- Anexo 4.pdf

- Reportagens.pdf

- Corredor de Biodiversidade - you tube.docx