Administração Indireta:

Secretaria Municipal de Assistência Social

Partindo do pressuposto que saúde, nutrição e condições socioeconômicas não ocorrem isoladamente e grande parte dos distúrbios de saúde é determinada socialmente, associando-se à pobreza e a exclusão social e que a saúde da gestante é de primordial atenção. Assim observou-se a situação problemática social relacionadas as condições de vida dessa população adiscrita em toda a comunidade do Município de Assaí/PR.Neste sentido o Projeto buscou como público alvo as gestantes provenientes das comunidades pertencentes ao município direcionando suas ações às gestantes que são beneficiárias do Programa Bolsa Família e também incorporando as gestantes encaminhadas pela Secretaria de Saúde e as que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Com isso o Projeto “Mamãe Coruja” utilizou práticas educativas que visam fortalecer o conhecimento das usuárias, percebendo a saúde não só como resultado de práticas individuais, mas também como reflexo das condições de vida em geral. A proposta é atingir as gestantes do Programa Bolsa Família entre outras, mas durante o ano de 2013 tivemos um número de 16 (dezesseis) gestantes beneficiarias atingidas com a execução do projeto. Mas para o ano de 2014 esperamos elevar esse número de gestantes para que assim melhorar a qualidade de saúde das futuras mães.

A gravidez é uma experiência complexa que não acontece só no corpo. Além da dimensão biológica é um processo social que envolve o coletivo, mobilizando a família e o meio, em que a mulher está inserida e, de uma forma mais ampla, o sistema social. A Constituição Federal de 1998 assegura proteção à maternidade e as mulheres grávidas e seus bebês ainda no útero. Para que a promoção de saúde, a prevenção de doenças e, a detecção precoce de situações de risco ocorra de maneira segura é importante o envolvimento da mulher, do seu companheiro, da comunidade e dos serviços de saúde (SILVA, 2007).
De acordo com a Lei Orgânica da Saúde, a assistência à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) deve abranger tanto as ações assistenciais quanto, as atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças (BATISTA, et al, 2007).
Educar para a saúde implica dar prioridade a intervenções preventivas e promocionais, em espaços coletivos, como por exemplo os grupos educativos ou em espaços individuais como as consultas (BATISTA, et al, 2007).
Desenvolvemos este projeto direcionado às gestantes do Município de Assaí/PR, através do trabalho em grupo, utilizando práticas educativas que visam fortificar o conhecimento do usuário, percebendo a saúde não só como resultado de práticas individuais, mas também como reflexo das condições de vida em geral. Sendo assim, a educação em saúde pode ser uma ferramenta de atuação em saúde por possibilitar a troca entre conhecimento técnico e popular, permitindo o desenvolvimento de ações de prevenção e controle de doenças que possam vir a se instalar (TRAESEL et al, 2004). Desse modo, informações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as mulheres gestantes eos profissionais de saúde.
O intercâmbio de experiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação. Traesel et al (2004), relatam que é preciso haver comunicação e linguagem clara, para que essa prática aconteça, permitindo que o usuário se aproprie do conhecimento técnico sem descaracterizar o conhecimento popular, desencadeando no usuário a responsabilização pelo cuidado de sua saúde. Para o desenvolvimento deste projeto foi utilizado a pedagogia de Paulo Freire, possibilitando a participação ativa das mulheres nas ações de saúde, valorizandoo diálogo, favorecendo o reconhecimento das usuárias enquanto sujeitos portadores de saberes sobre o processo saúde-doença-cuidado e de condições concretas de vida, e também com palestras para buscar transferir conhecimentos.
Vale ressaltar que o projeto funciona de forma articulada com outros projetos desenvolvidos com o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), para além da Psicologia Clínica, Saúde Bucal e etc, na comunidade, proporcionando assim uma atenção transdisciplinar a saúde das famílias, dentro da metodologia da educação popular em saúde.
A Educação Popular em Saúde realiza ações que envolvem as dimensões do diálogo, do respeito e da valorização do saber popular, sendo considerada um instrumento de construção para uma saúde mais integral e adequada à vida da população, representando uma prática de saúde onde não há domínio de um saber sobre outro, mas uma interação especificamente humana entre valores, pensamentos e sentimentos, através de um aprofundamento da intervenção da ciência na vida cotidiana das famílias e da sociedade (VASCONCELOS, 2006). Desse modo contribui com uma formação mais humana e socialmente comprometida dos profissionais, difundindo a possibilidade de se fazer saúde numa perspectiva ampla e interdisciplinar, conferindo uma percepção crítica do profissional frente à realidade.
O grupo propicia as gestantes e familiares oportunidades de desmistificarem tabus, relativos à gestação, parto e puerpério, compartilharem conhecimentos, experiências, vivências, sentimentos, medos e dúvidas; compreenderem os novos papéis, criarem novos laços de amizade, conhecerem a maternidade, familiarizando-se com o ambiente, no qual o parto poderá acontecer (SILVA), 2007).
Muitas vezes a atenção pré-natal fica limitada ao atendimento clínico devido as dificuldades na operacionalização de atividades educativas e grupos de orientações, assim o grupo assume o compromisso de levar informações e apoiar as mulheres e suas famílias, contribuindo assim com a melhoria da qualidade de atenção a gravidez, parto e puerpério (SILVA, 2007).
Humanizar e qualificar a atenção em saúde é aprender a compartilhar saberes e reconhecer direitos. A atenção humanizada e de boa qualidade implica no estabelecimento de relações entre sujeitos, seres semelhantes, ainda que possam apresentar-se muito distintos conforme suas condições sociais, raciais, éticas, culturais e de gênero (BRASIL, 2005).

Gerais:

Desenvolver ações educativas de enfermagem na atenção às gestantes participantes do Grupo Mamãe Coruja, acompanhando as gestantes do Município de Assaí/PR a partir da Pedagogia dialógica e de palestras, assim, possibilitando a estas adquirirem novos conhecimentos.

Específicos:

• Minimizar as relações e sensações das futuras mães, de primeira gravidez ou não, para que possam preparar-se amorosamente para receber seus bebês apresentando-lhes a vivência da maternidade sublime através da resignação do momento.
• Esclarecer as gestantes sobre as alterações anatomo-fisiológicas e psicossociais da gravidez normal;
• Orientar as gestantes quanto à nutrição adequada durante a gravidez;
• Identificar em conjunto com as gestantes e suas famílias os problemas pessoais, sócias e de saúde que podem acarretar riscos para a gestação, buscando soluções adequadas, individuais ou coletivas, de acordo com a realidade de cada gestante;
• Refletir junto com as gestantes sobre seus direitos no âmbito do Sistema Único de Saúde(SUS);
• Compartilhar dúvidas e inseguranças no enfrentamento da gravidez pela gestante e pela família;
• Realizar orientações a gestantes abordando temas como o aleitamento materno, prevenção de infecções, vacinação da criança, higiene pessoal, entre outros;
• Confeccionar o enxoval: fazendo crochê, bordados, costuras e acabamentos.

Metas a atingir:

• Atingir todas as gestantes carentes das comunidades pertencentes ao Município de Assaí/PR.
• Realizar ações educativas voltadas para a promoção da saúde e prevenção de doenças no período de gestação;
• Promover práticas educativas, possibilitando a interação entre o conhecimento técnico e o popular através do diálogo, respeitando a realidade das gestantes;
• Confecção do enxoval do bebê;
• Confecção de um álbum de fotos decorado da mamãe e do bebê;
• Realizar um dia de secção de fotos da gestante;
• Trabalhar com Planejamento Familiar.

Físico:

CRONOGRAMA – ATIVIDADES DA EQUIPE DE SAÚDE
Fevereiro: Definição - Projeto, temas, objetivos e Metodologia.
Março: Palestra - Fecundação.
Abril: Palestra - Evolução da Gestação e o Desenvolvimento Fetal.
Maio: Palestra - Saúde Bucal.
Junho: Palestra - Modificações no Organismo da Mulher em Função da Gravidez.
Julho: Palestra - Patologias da Gravidez.
Agosto: Palestra - Tipos de Parto.
Setembro: Palestra - Shantala (Massagem Milenar Indiana).
Outubro: Palestra - Promovendo o Aleitamento Materno.
Novembro: Palestra - Assistência ao Pré-Natal.
Novembro: Encerramento do Projeto Mamãe Coruja.

Financeiro:

Valor Cotado de aproximadamente R$ 15.000,00 por projeto

Orçamento:

Compra de artigos para bebê e materiais de artesanato no valor de R$ 14.459,00 em 2013

Beneficiários Diretos:

Gestantes cadastradas no CAD Único da Assistência Social.

Beneficiários Indiretos:

Famílias e a comunidade

Resultados:

Não encontrou-se dificuldades para estruturar os conteúdos e elaborar o material didático que foi apresentado a cada encontro. Os objetivos do projeto de forma geral foram alcançados. Consideramos que foi possível promover maior interação entre o conhecimento técnico e o popular através da pedagogia dialógica utilizada possibilitando com isso nos mostrarmos mais próximos da realidade das gestantes do município, tendo como consequência das atividades uma maior interação entre gestantes e profissionais de saúde e os profissionais do CRAS, além de conseguirmos alcançar um número expressivo de gestantes sendo beneficiadas com ações educativas de prevenção e promoção de saúde. Essa troca de conhecimento traz contribuições valiosas para a assistência à saúde dos indivíduos ou grupos de população, servindo de subsídios no diagnóstico da situação de saúde, no planejamento e na avaliação das ações de saúde desenvolvidas na coletividade. Observou-se que as gestantes estavam envolvidas com o grupo, demonstrando interesse e possibilitando a troca de vivências e aquisição de novos conhecimentos.
Outro ponto a ser enfatizado é o impacto técnico e cientifico que o projeto proporcionou contribuindo para o crescimento profissional dos integrantes da equipe multidisciplinar. No que se refere à quantidade de gestantes atendidas durante a atuação do projeto, somam-se ao fim do período de atuação um total de 16 gestantes atendidas no grupo.
Os instrumentos utilizados foram codificados e analisados, sendo então organizados em forma de gráficos.

Documentos Anexados: