CULTURA ITINERANTE
Ano / Edição: 2025
Município: Rio Branco do Sul
Função de Governo: Cultura
Diagnóstico
Durante a elaboração do Plano Municipal de Cultura - PMC (Lei 1.414/2024) uma das principais ferramentas utilizadas para o diagnóstico foi a realização das Oficinas Comunitárias em todas as 13 macrorregiões do território municipal. Essas oficinas proporcionaram uma escuta qualificada e revelaram dados fundamentais para a construção dos eixos e metas do plano. Dentre os principais desafios apontados pela população – especialmente nas áreas rurais – destacam-se a escassez de equipamentos culturais e dificuldade de acesso a ações de arte e cultura, principalmente das atividades concentradas na área central do município. Um ponto recorrente durante o processo foi a ausência de opções culturais nos fins de semana e a sugestão de utilizar as escolas como espaços de convivência comunitária. Outra ferramenta importante no processo de diagnóstico foi a "Pesquisa de Hábitos Culturais do Rio-Branquense", que contou com a participação de aproximadamente 1.800 moradores de todas as idades e regiões. A pesquisa trouxe dados relevantes, como o fato de que 71% dos adultos e 91,8% das crianças afirmarem ter ido apenas uma vez ou nunca a uma apresentação teatral. Os dados evidenciaram a urgência da descentralização das políticas culturais e da ampliação do acesso em todas as regiões do município. Importante ressaltar que o Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPC, esteve presente e atuante em todas as etapas do processo.
Descrição
Aprovado na Conferência Municipal de Cultura e pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais, o Plano Municipal de Cultura foi instituído pela Lei nº 1.414/2024. Estruturado em Eixos Temáticos, o plano estabelece metas como a criação de editais municipais para artistas locais, parcerias com a Secretaria de Educação para a abertura das escolas nos fins de semana como espaços culturais e ações que promovam experiências artístico-culturais nos próprios territórios. Nesse contexto, nasceu o projeto Cultura Itinerante, uma das metas prioritárias do PMC (Eixo 2.Fomento / meta 2.11), mas que também colabora com a efetivação de diversas outras metas. Em sua primeira edição, o Cultura Itinerante percorre seis regiões de Rio Branco do Sul, levando à comunidade uma vivência cultural completa. O projeto utiliza um caminhão-palco estilizado, que permanece por um dia em cada localidade, junto ao apoio de escolas públicas, oferecendo shows musicais, espetáculos teatrais, contações de histórias, oficinas e uma biblioteca itinerante. Otimizando recursos, artistas locais foram selecionados do nosso Edital de Fomento anual, em eixo especial e compuseram a programação, tendo a oportunidade de circular no próprio município. Um dos destaques da programação foi o espetáculo “Trio D’Favetti canta Lápis, Belarmino e Gabriela”, que homenageia Salvador Graciano, ícone da música caipira paranaense, nascido em Rio Branco do Sul e autor da consagrada canção “As Mocinhas da Cidade”. O projeto, focado em regiões em vulnerabilidade e rurais (algumas a mais de 50 KM do centro), já passou pelas regiões do Açungui, Santa Cruz, Vila São Pedro, Santaria e Santana e ainda chegará à região do Jacaré. A divulgação tem sido realizada por meio de cartazes em comércios locais, visitas às escolas, redes sociais, grupos de WhatsApp e carros de som. A segunda edição já está em fase de planejamento, com previsão de atender outras seis regiões. Vale destacar que Rio Branco do Sul é um dos únicos três municípios do Paraná a contar com seu PMC em fase de implementação, conforme dados do Sistema Nacional de Cultura, considerando os últimos 10 anos.
Objetivos
Gerais:
1. Promover o acesso democrático e descentralizado à cultura por meio de ações itinerantes que levem manifestações artísticas, oficinas, espetáculos e atividades culturais às comunidades rio-branquenses, principalmente as rurais e em vulnerabilidade.
2. Fortalecer a cidadania, a identidade local e o direito à cultura.
3. Cumprir com as metas do Plano Municipal de Cultura.
Específicos:
1. Descentralizar a oferta de atividades culturais, levando arte e cultura a localidades que não contam com infraestrutura cultural permanente.
2. Democratizar o acesso a bens e serviços culturais, ampliando o direito à fruição cultural das populações rurais.
3. Valorizar e divulgar expressões culturais locais.
4. Oferecer atividades formativas e educativas, como oficinas e atividades interativas.
5. Estreitar o vínculo entre artistas e comunidades, estimulando o intercâmbio cultural entre zonas urbanas e rurais e em vulnerabilidade
6. Despertar o interesse pela produção e participação cultural
7. Mapear talentos e práticas culturais locais, que possam futuramente integrar políticas públicas de cultura no município.
8. Contribuir para o fortalecimento da identidade cultural local e regional, promovendo o sentimento de pertencimento e orgulho comunitário.
9. Testar novos formatos de difusão cultural, como cinema ao ar livre, apresentações em escolas rurais, uso de caminhões-palco, tendas, bibliotecas móveis etc.
Metas a atingir:
Seis localidade atendidas
Participação mínima de 50 pessoas por ação.
Melhora mínima de 20% nos índices da Pesquisa relativos ao acesso a ações culturais.
Cronograma
Físico:
O projeto tem cumprido o cronograma, levando todas as atividades artísticas e culturais programadas as localidades selecionadas para a 1ª Edição.
Ação 01 - Açungui: 17/05/2025 - 103 participantes
Ação 02 - Santa Cruz: 18/05/2025 - 55 participantes
Ação 03 - Vila São Pedro: 24/05/2025 - 60 participantes
Ação 04: Santaria: 25/05/2026 - 42 participantes
Ação 05: Santana: 22/06/2025 - 68 participantes
Ação 06: Barra do Jacaré: 29/06/2025 - programado
Financeiro:
VALOR TOTAL: R$ 77.800,00 para seis ações.
CUSTO DO PROJETO POR BENEFICIÁRIO: R$ 239,39 (até o momento - ainda falta uma ação a ser realizada).l
Por se tratar da 1ª Edição do projeto (inédito), entendemos que o valor por beneficiário trata-se de um investimento necessário e que tende a diminuir significantemente depois da consolidação do projeto e o aumento da participação popular.
Está programada para o segundo semestre uma nome edição da Pesquisa de Hábitos Culturais, momento em que poderemos averiguar o resultado das ações.
Orçamento:
Contratação do caminhão-palco (6 UN) 48.000,00.
Contração do espetáculo teatral (6 UN) 29.800,00.
Orçamento total: R$ 77.800,00 para seis ações.
Despesas de implementação e de manutenção estão sendo custeadas com o orçamento da Secretaria Municipal de Cultura e preveem despesas corriqueiras de logística como transporte, e alimentação, entre outros.
Beneficiários Diretos:
A população rio-branquense de cada território de modo geral (projeto de classificação livre), artistas e trabalhadores da cultura local.
Beneficiários Indiretos:
Artistas e trabalhadores da cultura da região e da capital, população de cidades vizinhas e comércio local.
Resultados:
Os resultados, de forma geral, têm sido positivos. O nº de beneficiados atingiu a média mínima prevista em duas ações, acima da média em uma ação e chegou ao dobro do esperado na região do Açungui, apenas uma região não atingiu a meta mínima. Em relação aos custos, houve uma economia de 5% em comparação ao orçamento inicialmente previsto. O custo foi também otimizado ao utilizarmos o Edital de Fomento anual já programado para a circulação de artistas locais. Entrevistas e conversas com a população demonstram que, mesmo sem alcançar o público-alvo estimado em uma das localidades, o projeto é considerado de grande importância. Todos os entrevistados manifestaram gratidão pela iniciativa e elogiaram a programação cultural oferecida. Após cada ação, realizamos reuniões de avaliação, nas quais identificamos fatores que impactaram a adesão do público. Um dos principais pontos observados é o ineditismo do projeto — trata-se da primeira iniciativa cultural a alcançar diretamente essas localidades e a “falta de hábito” das comunidades. Na zona rural, aspectos como compromissos religiosos e eventos sociais, como batizados, realizados nos mesmos dias das atividades, influenciaram na participação, especialmente por se tratarem de comunidades pequenas. Essas informações estão sendo analisadas pela equipe para que a próxima edição do projeto possa ser aprimorada e mais adaptada à cada realidade local, dando continuidade a esse importante projeto que visa garantir o direito constitucional de acesso à cultura.
