Ao acompanhar o desenvolvimento infantil e de aprendizagem das instituições municipais, observou-se a necessidade de fazer um levantamento auditivo, tendo em vista que muitas crianças estão apresentando dificuldade de aprendizagem no período inicial de alfabetização, decorrentes de algum tipo de privação sensorial auditiva. Concomitantemente a isso, houve uma crescente demanda de avaliações nas idades iniciais por atraso na linguagem oral. Analisando estes fatores, pensou-se em uma ação em que fosse possível detectar alterações auditivas já nas idades iniciais, favorecendo o desenvolvimento da linguagem oral ou LIBRAS e, posteriormente, garantindo uma efetiva aprendizagem. Assim, optou-se por um levantamento do teste da orelhinha nos centros municipais de educação infantil – CMEI’s, objetivando identificar crianças que não fizeram esse teste ou que ficaram com alguma pendência, ou seja, sem dar continuidade ao acompanhamento auditivo nos casos em que falharam no resultado. Com isso, espera-se que todas as crianças que estão na Educação Infantil ingressem no Ensino Fundamental, amparados por este teste, ou, na ausência deste, se faça uma avaliação auditiva, visando adentrar no processo de aprendizagem com integridade auditiva ou com intervenção (protetização ou professor intérprete LIBRAS) o mais precocemente possível.

O teste da orelhinha é um teste obrigatório e gratuito (Lei Federal nº 12.303 ∕ 2010) que detecta precocemente uma perda auditiva, sendo realizado na maternidade com os recém-nascidos. Como a audição é um dos órgãos dos sentidos vinculados ao desenvolvimento cognitivo e que permite o reconhecimento da fala, considera-se que problemas advindos do sistema auditivo podem resultar em dificuldades no aprendizado escolar. Visando analisar a triagem auditiva, elaborou-se um cronograma com os 17 CMEI's, realizando um agendamento prévio com as famílias para que enviassem a caderneta da criança para serem analisadas, visto que as anotações desta triagem estão contidas nesta caderneta. A ação inicial foi a coleta desses dados, onde a profissional estava presente nas instituições, analisando e quantificando cada uma das cadernetas. Posteriormente, realizado um evento informativo às famílias das crianças que possuíam algum tipo de pendência do teste, ou seja, testes que não haviam sido realizados ou testes incompletos, que demandavam do reteste e que não deram seguimento. Desta forma, foi possível esclarecer aos responsáveis sobre a importância da realização de uma avaliação auditiva, mesmo que de modo tardio, tendo em vista proporcionar o melhor ambiente de aprendizagem para estes indivíduos. Caso detectado precocemente alterações na integridade auditiva e almejando atender as necessidades educacionais deste aluno em questão, analisa-se outras possibilidades de ensino e aprendizagem, como nos casos da inserção da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, com o auxílio de um professor de apoio (intérprete) desde o ingresso do educando na Educação Infantil estendendo-se até o Ensino Fundamental. Contudo, não foi possível mensurar os recursos materiais e financeiros envolvidos, visto que era uma prática diária as visitas à campo às instituições, não apenas da Fonoaudióloga, mas como dos demais profissionais do Setor de Educação Especial, como pedagogas e psicólogos. Esta ação abrangeu todos os Centros Municipais de Educação Infantil do município sendo que no ano de 2024, período em que se desenvolveu este levantamento, a rede continha 1.128 alunos matriculados, tendo a participação efetiva de 685 famílias que aderiam à ação, beneficiando 39 crianças que possuíam algum tipo de pendência no teste da orelhinha. Vale ressaltar que destes 39 indivíduos, 16 não passaram pela triagem ao nascimento.

Gerais:

Têm-se como objetivo realizar um levantamento do teste da orelhinha nos Centros Municipais de Educação Infantil, por meio da análise dos registros contidos nas carteirinhas de nascimento das crianças, realizando as devidas anotações daquelas que possuem alguma pendência ou que falharam na primeira testagem e que ainda não foram retestados, com o intuito de encaminhá-las para uma avaliação auditiva tardia, assegurando que ingressem no Ensino Fundamental respaldadas por esta ação.

Específicos:

Estima-se realizar um acompanhamento auditivo desde o ingresso das crianças nos CMEI’s, garantindo um desenvolvimento auditivo e de linguagem dentro do esperado para cada faixa etária. Diante um quadro de alteração auditiva que possa estar interferindo no processo de aprendizagem do educando, busca-se iniciar o mais precoce possível com estimulação e ∕ou intervenções diante as necessidades especiais educacionais, inclusive com o auxílio de um professor de apoio intérprete em LIBRAS.

Metas a atingir:

Busca-se atingir 100% dos matriculados nos Centros Municipais de Educação Infantil, pois esta ação não foi isolada, ela será realizada em todos os anos, visto que foi implantada uma ficha de acompanhamento auditivo a qual deverá ser preenchida no ato da matrícula de cada estudante, seja matrícula inicial, rematrícula e ∕ ou transferências, abrangendo assim a todos os estudantes.

Físico:

Considerando-se que as 17 instituições possuem características distintas como tamanho, quantidade de matriculados, localização (em centros urbanos ou bairros), o cronograma físico foi elaborado de acordo com o itinerário dos demais profissionais do setor, visando à otimização das rotas (utilizamos o mesmo veículo). Dessa forma, o cronograma foi sendo ajustado conforme a demanda e a logística identificadas ao longo da execução.

Financeiro:

O projeto foi executado sem impacto financeiro adicional para a Secretaria de Educação, pois contou com a utilização de recursos humanos e logísticos já existentes. A profissional fonoaudióloga que desenvolveu a ação faz parte do quadro de funcionários desta mesma secretaria, bem como o veículo utilizado para o deslocamento é destinado ao uso dos profissionais do Setor de Educação Especial.

Orçamento:

Considerando-se que as atividades realizadas já faziam parte das ações habituais da equipe do Setor de Educação Especial, não houve atribuição orçamentária específica, ou seja, sem impactos financeiros.
Não teve custo de implantação nem de manutenção, porém o sistema não aceita a inscrição caso não preencha esse campo.

Beneficiários Diretos:

O projeto teve como beneficiários diretos 1.128 crianças matriculadas na rede municipal de ensino – CMEI’s. Deste total, 685 participaram efetivamente da ação desenvolvida, resultando em 39 estudantes com pendências no teste da orelhinha, necessitando encaminhando para avaliação auditiva tardia.

Beneficiários Indiretos:

Além dos alunos atendidos diretamente, este projeto beneficiou de forma indireta a todos os envolvidos na comunidade escolar, como os professores, pedagogos, coordenadores e diretores das instituições, os quais passaram a ter um olhar mais abrangente sobre o desenvolvimento infantil do educando correlacionando os dados contidos na caderneta infantil. Importante mencionar que as famílias dos estudantes também foram beneficiadas com informações de caráter preventivo, principalmente relacionadas aos impactos que as alterações auditivas podem ter no processo de aprendizagem. Este projeto também gerou subsídios relevantes para o desenvolvimento de uma pesquisa científica por uma acadêmica da UNICENTRO do curso de Fonoaudiologia, que, a partir da sistematização destes dados estará estudando sobre os indicadores de risco para deficiência auditiva e achados audiológicos diante os testes da orelhinha tardio ou inconclusivo.

Resultados:

Os resultados alcançados pelo projeto foram considerados satisfatórios, com a participação efetiva de 60,7% das famílias, beneficiando diretamente 39 crianças, as quais foram encaminhadas para avaliação auditiva, descartando ou não possíveis alterações. Vale ressaltar que um diagnóstico precoce de alteração auditiva é um fator crucial para minimizar os impactos negativos no processo de aprendizagem.

Documentos Anexados:

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