Musicalidade no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos: cultura que inclui e transforma.
Ano / Edição: 2025
Município: Rio Branco do Sul
Função de Governo: Assistência Social
Diagnóstico
Em Rio Branco do Sul, dados do CadÚnico e a escuta ativa das equipes do CRAS revelam múltiplas vulnerabilidades que afetam diretamente o desenvolvimento de crianças e adolescentes: pobreza extrema, evasão escolar, trabalho infantil e exclusão cultural. Em 2021, o município registrava 6.574 pessoas com até 18 anos no CadÚnico, sendo 2.465 em extrema pobreza e 83 fora da escola (26 crianças e 57 adolescentes). A ausência de atividades culturais e espaços de convivência acessíveis agrava ainda mais a exclusão de públicos historicamente invisibilizados, como crianças com deficiência.
Diante desse cenário, o projeto Musicalidade no SCFV surge como resposta à necessidade de criar um ambiente inclusivo de expressão, pertencimento e fortalecimento de vínculos sociais e familiares. As oficinas musicais de violão, canto, teclado e percussão oferecem mais do que técnica musical: funcionam como espaço de escuta, acolhimento e reconhecimento da identidade de cada participante.
A partir de 2024, o projeto passou a incluir de forma sistemática crianças com deficiência com laudo diagnóstico (15% dos atendidos), adotando estratégias pedagógicas adaptadas e apoio técnico das equipes do PAIF e do PAEFI. O impacto é perceptível: crianças autistas que inicialmente chegavam com fones antirruído, sem comunicação verbal, hoje interagem, se expressam musicalmente e constroem vínculos com colegas e profissionais, conforme observação da equipe técnica do CRAS.
A ação está em consonância com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (SUAS), os ODS e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Ao unir cultura, inclusão e proteção social, o projeto contribui para a formação de uma rede comunitária mais justa e acolhedora, especialmente para os que mais precisam.
Descrição
O projeto oferece oficinas de violão, teclado, percussão e canto para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, em situação de vulnerabilidade social. As oficinas ocorrem duas vezes por semana e são conduzidas por educadores sociais e profissionais da música, com apoio das equipes técnicas do CRAS.
A metodologia inclui rodas de conversa, atividades socioemocionais e ações de sensibilização sobre temas como respeito às diferenças, bullying, expressão emocional e autoestima. Quinzenalmente, são promovadas atividades temáticas integradas à rotina do SCFV.
O diferencial está na proposta de inclusão ativa de crianças com deficiência, com adaptações nas dinâmicas e acompanhamento especializado. Em 2024, essa estratégia foi incorporada sistematicamente, resultando em maior engajamento, melhora na comunicação e vínculos afetivos entre os participantes.
As famílias são acompanhadas pelo PAIF e, em casos mais complexos, pelo PAEFI, assegurando uma abordagem intersetorial e contínua. As apresentações musicais comunitárias são momentos de reconhecimento público das trajetórias das crianças, reforçando sua autoestima e protagonismo.
O projeto conta com recursos do SUAS (Bloco da Proteção Social Básica), complementados por transferências voluntárias e apoio pontual do Banco Santander. A execução é contínua desde 2022, com ampliação progressiva do número de participantes e do escopo pedagógico.
Objetivos
Gerais:
Fomentar o desenvolvimento social, emocional e cultural de crianças e adolescentes em vulnerabilidade, com foco na inclusão de pessoas com deficiência.
Específicos:
1 - Ampliar o acesso à cultura e à musicalidade de forma acessível e contínua;
2 - Garantir a participação ativa de crianças com deficiência nas oficinas do SCFV;
3 - Fortalecer vínculos familiares e comunitários por meio da arte e da convivência;
4 - Prevenir violações de direitos a partir da escuta e da expressão simbólica;
5 - Contribuir para a permanência escolar e redução do isolamento social.
Metas a atingir:
Atender regularmente 100 crianças e adolescentes por mês;
Garantir que, ao menos, 15% dos participantes tenham deficiência diagnosticada;
Realizar apresentações comunitárias trimestrais com os participantes;
Promover atividades de desenvolvimento socioemocional quinzenalmente.
Cronograma
Físico:
Mês/Ano - Participantes atendidos:
Jan-Dez 2022 - de 63 a 88 por mês.
Jan-Dez 2023- 100 por mês.
Jan-Dez 2024 - 100 por mês.
Jan-Jun 2025 - 100 por mês.
Financeiro:
● Ano de início: 2022
● Ano de término previsto: Em execução contínua
● Orçamento total anual: R$ 345.996,00
● Fontes: Transferências Voluntárias Externas; Bloco da Proteção Social Básica – SUAS
● Custo de implantação: R$ 28.833,00
● Custo mensal de manutenção: R$ 28.833,00
● Dotação orçamentária (códigos):
○ 3339032000000000000 – Materiais para distribuição gratuita
○ 3339039000000000000 – Serviços de terceiros – PJ
● Origem dos recursos: Banco Santander; Fundos Estadual e Federal
Orçamento:
O custo por beneficiário é de aproximadamente R$ 288,33 ao ano, considerando o orçamento anual de R$ 345.996,00 para atender 1.200 crianças e adolescentes. Esse investimento tem resultado em avanços significativos na inclusão social, permanência escolar e desenvolvimento emocional dos participantes, evidenciando boa relação entre custo e resultados.
Beneficiários Diretos:
100 crianças e adolescentes atendidos mensalmente, com idades entre 6 e 17 anos;
15% com deficiência formalmente diagnosticada (laudo médico ou educacional);
Critérios de inclusão: situação de pobreza ou extrema pobreza, registro no CadÚnico, histórico de exclusão social ou educacional, vivência de violações de direitos, e/ou deficiência;
Ingresso no projeto se dá por encaminhamento das equipes do PAIF, PAEFI, Conselho Tutelar e escolas da rede pública.
Beneficiários Indiretos:
Cerca de 300 familiares acompanhados pelas equipes do CRAS, via PAIF ou PAEFI;
Resultados:
Inclusão social e cultural de crianças com deficiência e em vulnerabilidade;
Fortalecimento da autoestima e pertencimento comunitário;
Redução da evasão escolar e do trabalho infantil;
Ampliação do repertório cultural e da expressão emocional dos participantes;
Melhoria da relação familiar e do acompanhamento psicossocial.
