RODA DE CONVERSA - APRENDER A FLORESCER
Ano / Edição: 2025
Município: Paranavaí
Função de Governo: Assistência Social
Diagnóstico
O envelhecimento da população brasileira impõe desafios significativos, especialmente no que diz respeito à inclusão social e à garantia de direitos das pessoas idosas. Entre os principais problemas enfrentados está o isolamento social, agravado por limitações de mobilidade, aposentadoria, perdas familiares e dificuldades de acesso aos serviços públicos. Nas cidades do interior, como Paranavaí, embora ainda haja fortes vínculos comunitários, muitos idosos enfrentam situações de solidão e exclusão, comprometendo sua qualidade de vida e bem-estar emocional.
No contexto do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), desenvolvido na instituição Centro da Juventude, o ano de 2024 contou com o atendimento de aproximadamente 124 pessoas idosas.
Durante esse período, foi identificado um grupo de pessoas idosas que, por diferentes motivos, não consegue participar regularmente das oficinas presenciais realizadas no Centro da Juventude. As dificuldades de locomoção, associadas à falta de transporte adequado e ao distanciamento físico ou emocional da comunidade, evidenciam barreiras concretas de acessibilidade. Essas barreiras impedem o exercício pleno do direito à convivência e à participação social — pilares fundamentais das políticas públicas de assistência social e de proteção aos direitos da pessoa idosa.
A partir de um levantamento realizado com base nos instrumentais de presença do SCFV, identificou-se que 17 pessoas apresentavam perfil para inclusão em um projeto específico. Por meio de busca ativa realizada em campo, foram mapeadas 13 pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social e isolamento, que aderiram à proposta e serão diretamente contempladas através do projeto Roda de Conversa "Aprenda a Florescer." Esse projeto nasce do entendimento de que o envelhecimento saudável vai além do cuidado físico: envolve também a mente, as emoções e os vínculos sociais. Este projeto visa responder às demandas apontadas no diagnóstico, oferecendo um espaço seguro, acessível e afetivo onde os idosos possam compartilhar experiências, trocar saberes, expressar emoções e sentir-se valorizados como parte ativa da sociedade.
A proposta se justifica pela importância de criar espaços inclusivos que dialoguem com a realidade do envelhecimento e estimulem práticas de convivência positiva. Além disso, o uso de atividades lúdicas e dinâmicas adaptadas favorece a participação ativa dos idosos, respeitando suas limitações e potencialidades. Ao promover o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, o projeto atua como fator protetivo contra situações de vulnerabilidade social.
A proposta consiste em levar até os lares dessas pessoas atividades do SCFV ao ambiente domiciliar, promovendo a inclusão, a interação intergeracional, o fortalecimento de vínculos e o acesso a vivências significativas.
A iniciativa rompe com o modelo tradicional e propõe uma abordagem inovadora, centrada nas necessidades individuais. Promovendo a inclusão social, a acessibilidade e a valorização da pessoa idosa por meio de rodas de conversa com atividades lúdicas e reflexivas, fortalecendo vínculos afetivos, promovendo a igualdade e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
A realização de rodas de conversa, oficinas lúdicas e momentos de convivência, como um coffee break, possibilitará um espaço acolhedor e acessível, ampliando as oportunidades de interação e o sentimento de pertencimento dos participantes.
Dessa forma, o diagnóstico apontou que a falta de acessibilidade aos espaços coletivos contribui para o agravamento do isolamento da pessoa idosa. O projeto surge como uma resposta concreta a essa realidade, promovendo inclusão social por meio de uma metodologia que se adapta à condição de vida dos usuários e reafirma seu direito à cidadania e à convivência comunitária.
Descrição
O projeto Roda de Conversa – Aprender a Florescer, tem como objetivo principal promover a acessibilidade e a inclusão social de pessoas idosas vinculadas ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), por meio da realização de atividades lúdicas, interativas e adaptadas diretamente nos domicílios dos participantes. A iniciativa reconhece que muitos idosos, embora formalmente inseridos no SCFV, não conseguem frequentar as oficinas presenciais devido a barreiras como dificuldades de locomoção, limitações físicas ou emocionais, o que os coloca em situação de isolamento e vulnerabilidade relacional.
A situação problema que fundamenta o projeto é a desigualdade no acesso às ações presenciais do SCFV, especialmente entre os idosos com mobilidade reduzida ou residentes em áreas com menor infraestrutura de transporte. Para enfrentar esse desafio, a proposta será desenvolvida no território de abrangência do CRAS Vila Operária, com foco nos idosos que residem próximos ao Centro da Juventude, unidade de referência do serviço em Paranavaí (PR).
Como resposta, o projeto implementou oficinas itinerantes de convivência, realizadas diretamente nas residências das pessoas idosas. As atividades incluem rodas de conversa, dinâmicas em grupo, jogos interativos e ações de estimulação cognitiva, conduzidas pela equipe técnica do SCFV. A proposta busca fortalecer vínculos afetivos e comunitários, estimular a autoestima e valorizar a trajetória de vida dos participantes, em um ambiente respeitoso, acessível e acolhedor.
Além de combater o isolamento social, o projeto promoveu a inclusão ativa da pessoa idosa, incentivando sua participação plena nas ações do serviço, mesmo diante de limitações físicas. As atividades são planejadas para gerar bem-estar emocional, senso de pertencimento e integração intergeracional.
A execução do projeto conta com apoio logístico e materiais fornecidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), incluindo transporte para a equipe e coffee break para acolhimento. O financiamento ocorre por meio de recursos municipais e do cofinanciamento federal.
A previsão é de atendimento direto a 13 pessoas idosas afastadas das atividades presenciais do SCFV, ampliando o alcance da política de assistência social e assegurando o direito à convivência, à dignidade e à participação cidadã na velhice.
Objetivos
Gerais:
Promover a acessibilidade e a inclusão social da pessoa idosa em situação de vulnerabilidade, por meio da oferta de ações adaptadas no ambiente domiciliar, que respeitem suas limitações físicas, emocionais e sociais, assegurando sua participação ativa nas atividades do SCFV e fortalecendo os vínculos familiares e comunitários.
Específicos:
Identificar e selecionar pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social, com dificuldades de locomoção, inseridas no SCFV, para inclusão nas atividades domiciliares do projeto.
Realizar oficinas lúdicas, interativas e de convivência nos domicílios, adaptadas às condições físicas, emocionais e cognitivas dos participantes, promovendo bem-estar e engajamento.
Fortalecer os vínculos familiares e comunitários por meio do envolvimento de familiares, vizinhos e voluntários nas atividades realizadas em casa.
Estimular a autoestima, o protagonismo e o sentimento de pertencimento da pessoa idosa, valorizando suas vivências, histórias de vida e saberes.
Prevenir o isolamento social e situações de negligência ou abandono, por meio do acompanhamento social contínuo e da promoção da socialização no ambiente domiciliar.
Garantir o acesso igualitário às ações do SCFV, ampliando a abrangência da política pública e assegurando o direito à convivência para quem não pode frequentar o espaço físico do serviço.
Metas a atingir:
Mapeamento e seleção dos participantes
➤ Meta: Identificar e selecionar, no primeiro bimestre de execução, pessoas idosas com dificuldades de locomoção, residentes no território do CRAS Vila Operária, para participação nas atividades domiciliares do projeto.
Realização de visitas e oficinas domiciliares
➤ Meta: Efetuar no mínimo 1 visita domiciliar por mês a cada participante, com realização de atividades adaptadas, totalizando 8 encontros por idoso ao longo do período de 8 meses.
Promoção da integração comunitária e familiar
➤ Meta: Envolver, nos encontros durante o ano, pessoas participantes ativas do SCFV que residem nas proximidades dos idosos atendidos, incentivando a convivência e o fortalecimento dos laços sociais.
Valorização da trajetória e dos saberes da pessoa idosa
➤ Meta: Desenvolver 8 oficinas temáticas ao longo do ano, com foco na valorização da história de vida e dos conhecimentos dos idosos, com avaliação de impacto por meio de instrumento de feedback do SCFV.
Cronograma
Físico:
A execução do projeto iniciou-se com o levantamento das pessoas idosas interessadas, seguido de visitas domiciliares para apresentação da proposta e confirmação da adesão. Em paralelo, a equipe técnica estruturou a metodologia das oficinas, definindo temas, objetivos, atividades lúdicas, metodologia pedagógica e instrumentos de avaliação.
Após a fase de planejamento, iniciou-se a execução das oficinas mensais, com número reduzido de participantes convidados (até 8 por encontro), garantindo acolhimento, qualidade no atendimento e respeito à capacidade logística da equipe. Cada encontro é planejado previamente, considerando disponibilidade dos participantes, condições de transporte e particularidades do ambiente domiciliar.
As oficinas são realizadas de março a junho e de agosto a novembro de 2024. Os meses de julho, dezembro e janeiro, são destinados à avaliação das atividades e ao planejamento das ações futuras. O cronograma poderá sofrer ajustes conforme fatores climáticos ou questões operacionais.
Durante os encontros, são promovidas atividades lúdicas com enfoque socioeducativo, rodas de conversa e coffee breaks como estratégia de acolhimento e fortalecimento dos vínculos sociais. Uma dinâmica de pontuação é aplicada a cada oficina, com premiação semestral para estimular o engajamento. Os brindes são confeccionados pelos demais participantes do SCFV, valorizando o trabalho coletivo e integrando os diferentes núcleos do serviço.
O encerramento oficial do projeto é previsto para novembro, com a aplicação de um instrumento avaliativo junto aos participantes, análise dos resultados e sistematização dos impactos gerados. Também será realizada a divulgação das ações por meio de fotos e registros nos grupos virtuais do SCFV, como forma de manter o vínculo e dar visibilidade à iniciativa.
Financeiro:
O projeto conta com cofinanciamento federal por meio do Piso Básico Variável (PBV), repassado anualmente ao município para custeio das ações do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). A execução também é viabilizada com o apoio estrutural da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), que disponibiliza equipe técnica, equipamentos e infraestrutura necessários.
A seguir, a estimativa de custos e os insumos envolvidos:
Equipe de referência do SCFV (R$ 8.000,00): profissionais cedidos pela SEMAS, sem ônus adicional ao projeto.
Infraestrutura e equipamentos (R$ 60.000,00): uso de veículo, celular institucional, notebook e impressora, todos fornecidos pela SEMAS, sem ônus adicional ao projeto.
Despesas com combustível para deslocamentos: R$ 5.000,00
Coffee break (café, sucos e lanches) para os encontros mensais: R$ 4.000,00
Materiais de expediente e apoio pedagógico (folhas de sulfites, impressões: R$ 2.000,00
Total estimado dos recursos financeiros: R$ 79.000,00
Esse valor cobre as despesas operacionais ao longo do período de execução previsto (março a novembro de 2024), garantindo o funcionamento das atividades domiciliares do SCFV. A gestão financeira será realizada conforme as normativas do SUAS, respeitando os princípios da economicidade, transparência e efetividade no uso dos recursos públicos.
Orçamento:
O projeto conta com recursos humanos, materiais e financeiros, articulados para garantir sua plena execução no período previsto. A seguir, a descrição dos itens orçamentários:
Item Descrição Valor Estimado (R$ 79.000,00)
Equipe Técnica (R$ 8.000,00) - Profissionais da equipe de referência do SCFV, disponibilizados pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) -
Equipamentos e Infraestrutura (R$ 60.000,00) - Veículo institucional, celular funcional, notebook e impressora, cedidos pela SEMAS para uso durante a execução do projeto -
Deslocamento Aquisição de combustível para transporte da equipe técnica até os domicílios dos participantes 5.000,00
Coffee Break Fornecimento de lanches para os encontros, visando acolhimento e fortalecimento dos vínculos 4.000,00
Material de Expediente Insumos pedagógicos e materiais de apoio às atividades lúdicas e interativas 2.000,00
Total estimado de recursos financeiros: R$ 79.000,00
Os recursos financeiros são provenientes do cofinanciamento federal via Piso Básico Variável (PBV), complementados com estrutura da gestão municipal. A aplicação dos valores será realizada conforme os princípios da legalidade, eficiência e transparência previstos no Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Beneficiários Diretos:
Treze pessoas idosas, residentes em 12 bairros diferentes do território atendido pelo Centro da Juventude, são participantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), mas apresentam baixa frequência nas atividades presenciais oferecidas. Essas pessoas foram os beneficiários diretos do projeto, que foi elaborado com base no perfil desse público e nas ações planejadas, considerando os princípios da inclusão social e da acessibilidade integral, física, comunicacional e relacional.
O projeto reconhece as diferentes realidades e limitações enfrentadas por essa população — como dificuldades de locomoção, ausência de transporte adequado, isolamento social e barreiras atitudinais — e propõe estratégias adaptadas para garantir a participação plena e digna dos idosos, em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social e do Estatuto da Pessoa Idosa. As ações incluem:
Desenvolvimento pessoal: as oficinas têm como objetivo estimular as habilidades sociais, emocionais, cognitivas e culturais dos participantes, promovendo sua autonomia, autoestima e bem-estar, com metodologias acessíveis e adaptadas à realidade de cada idoso.
Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários: o projeto cria espaços acessíveis de convivência e troca de experiências, incentivando a participação dos familiares e fortalecendo os laços afetivos, o diálogo e o respeito mútuo, sempre respeitando as limitações e singularidades de cada participante.
Incentivo à educação e à cultura: as atividades valorizam a educação e a cultura, promovendo a interação intergeracional, com estímulo ao compartilhamento de saberes sobre temas relevantes para a vida social.
Promoção da cidadania: ao oferecer oportunidades de engajamento social em formatos acessíveis e acolhedores, o projeto reforça o exercício da cidadania, incentivando os idosos a conhecerem seus direitos e deveres, além de participarem de ações que contribuam para a melhoria da comunidade em que vivem.
Beneficiários Indiretos:
Ao promover a acessibilidade e a inclusão social da pessoa idosa em seu domicílio, o projeto amplia os impactos positivos para além dos beneficiários diretos. Familiares, vizinhos, amigos e demais participantes do SCFV tornam-se beneficiários indiretos, uma vez que a interação social proporcionada fortalece os vínculos familiares e comunitários.
Essa convivência favorece o compartilhamento de saberes, histórias de vida e tradições culturais, contribuindo para a valorização da memória social. Além disso, estimula a empatia, o respeito às diferenças geracionais e o reconhecimento da pessoa idosa como sujeito ativo na vida em sociedade.
Dessa forma, a acessibilidade vai além do aspecto físico, alcançando a inclusão plena no convívio social e tornando a comunidade mais sensível, acolhedora e consciente de seu papel na promoção dos direitos da pessoa idosa.
Resultados:
Resultados qualitativos observados incluem:
• Adaptação de espaços e metodologias para garantir a inclusão de pessoas com mobilidade reduzida;
• Estímulo ao protagonismo e à participação ativa dos beneficiários;
Quanto à inclusão efetiva:
• Participantes com mobilidade reduzida passaram a integrar mesmo que esporadicamente as atividades do SCFV;
• Houve aumento da autoestima e do senso de pertencimento dos participantes;
• Fortalecimento das relações interpessoais e intergeracionais foi promovido.
Em relação às contribuições para a comunidade:
• Criação de atividades colaborativas, como oficinas temáticas e rodas de conversa;
• Estímulo à convivência comunitária, com envolvimento de diferentes gerações;
• Promoção da cultura de inclusão, valorizando a diversidade funcional.
Na avaliação de satisfação comunitária, serão considerados aspectos como:
• Grau de satisfação dos participantes com as atividades oferecidas;
• Efetividade das adaptações para acessibilidade e participação;
• Sensação de pertencimento e reconhecimento dentro do grupo e da comunidade;
• Impacto percebido na qualidade de vida dos participantes.
Dessa forma, o impacto esperado do projeto é contribuir significativamente para:
• O fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários;
• O desenvolvimento pessoal e social dos participantes;
• A criação de um ambiente mais inclusivo e cooperativo no território atendido;
Resultados quantitativos
Do total de 123 participantes do SCFV, 17 atendiam aos critérios para inclusão na oficina Roda de Conversa “Aprenda a Florescer” durante as visitas domiciliares realizadas para o convite, 13 pessoas aceitaram participar das atividades, o que representa uma adesão de aproximadamente 76% do público-alvo para a oficina. As outras 4 pessoas, não aderiram ao serviço devido a problemas de saúde. A cada encontro, foram convidados uma média 8 participantes, sendo ainda composta os membros da equipe do SCFV, mais 4 pessoas na atividade. Ao longo dos 8 encontros realizados, a média de presença foi de 31,25%.
