A insegurança alimentar e nutricional é um desafio significativo em Campo Largo, com
16.474 famílias de baixa renda (CECAD – Julho/2024) que enfrentam vulnerabilidade
social. Mesmo com uma classificação de "médio desempenho" no Índice IPARDES de
Desempenho Municipal (IPDM) em 2021 (0,7590), o município tem consistentemente
mostrado vulnerabilidade social média, apontando para a persistência de desafios
sociais.
Horta Comunitária: Uma Solução Multifacetada:
A implementação de uma horta comunitária em Campo Largo é crucial para garantir o
Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), um direito fundamental garantido pela
Constituição Federal e pela Lei nº 11.346/2006 (SISAN). O projeto se alinha diretamente
com as metas 5 e 12 do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional
(PLAMSAN) de 2023, reforçando seu status como prioridade local.
Além de combater a insegurança alimentar, a horta comunitária promove a soberania
alimentar, aumentando o acesso e a autonomia da população na produção de alimentos.
Isso impulsiona a emancipação social e estimula discussões sobre boas práticas
alimentares.
Benefícios Ampliados: Saúde Física e Mental:
A horta comunitária representa um passo crucial para melhorar a qualidade de vida e a
saúde geral da comunidade. Ela oferece alimentos frescos, saudáveis e acessíveis, ao
mesmo tempo em que fomenta a educação alimentar e a interação comunitária.
Além dos benefícios nutricionais e sociais, a horta também impacta positivamente a
saúde mental da população. A participação em atividades de jardinagem
comprovadamente reduz o estresse, a ansiedade e os sintomas de depressão. O
contato com a natureza, o trabalho colaborativo e a sensação de propósito que a
jardinagem proporciona são terapêuticos. A horta cria um espaço de convivência e
pertencimento, onde os participantes podem construir relações sociais, compartilhar
experiências e desenvolver novas habilidades, contribuindo para o bem-estar psicológico
e a resiliência da comunidade.

Este projeto de horta comunitária é um exemplo inspirador de colaboração e
empoderamento, que nasceu de uma ideia gestada na prefeitura para fomentar o cultivo
de alimentos frescos pela população. Embora a iniciativa tenha sido inicialmente
apresentada aos CRAS, a mobilização esperada não se concretizou. Foi na associação
de moradores que a proposta encontrou sua força e aceitação genuína. A comunidade
abraçou o projeto com entusiasmo, demonstrando um notável senso de propriedade ao
adquirir suas próprias ferramentas de trabalho – foices e machados.
O sucesso da empreitada foi impulsionado por importantes parcerias: o Provopar cedeu
generosamente o espaço e as mudas, enquanto a Sabim Cia. Ltda. doou a terra fértil. A
expertise técnica também foi fundamental: Homero, da Secretaria de Agricultura,
capacitou os moradores, ensinando as técnicas de plantio e os períodos corretos de
colheita. Graças a esse esforço conjunto, quatro meses antes da inauguração oficial, a
horta já estava prosperando, rendendo seus primeiros frutos e fortalecendo os laços
comunitários.

Gerais:

Promover a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) da população de Campo Largo por meio da implantação e manutenção de uma horta comunitária, facilitando o acesso a alimentos frescos e de qualidade. O projeto também busca contribuir para o bem-estar e a saúde mental dos participantes, oferecendo um espaço de convivência, contato com a natureza e fortalecimento dos vínculos comunitários. A intervenção tem como limite assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e colaborar ativamente com as políticas públicas de SAN.

Específicos:

Adquirir e instalar todos os materiais de consumo necessários para a efetivação da horta comunitária.

Capacitar os hortelões em boas práticas agrícolas, planejamento da produção e manejo ecológico, promovendo autonomia e empoderamento.

Fomentar a diversidade de alimentos cultivados e ampliar o repertório gustativo dos participantes, incentivando hábitos alimentares mais saudáveis.

Promover a interação comunitária e o fortalecimento do capital social, criando um ambiente de apoio mútuo e senso de pertencimento.

Contribuir para a descompressão do orçamento doméstico por meio do cultivo de alimentos, reduzindo o estresse financeiro das famílias envolvidas.

Implementar práticas de sustentabilidade, como captação de água da chuva e compostagem, estimulando a educação ambiental e o cuidado com o meio ambiente.

Estabelecer parcerias com instituições como SENAC, SENAR e SEBRAE para oferecer cursos e treinamentos que ampliem o conhecimento e as oportunidades dos participantes.

Garantir assistência técnica e acompanhamento contínuo da produção, assegurando o sucesso do cultivo e a sustentabilidade do projeto.

Criar um ambiente terapêutico e relaxante, promovendo atividades ao ar livre que reduzam o estresse e fortaleçam a saúde mental.

Desenvolver um senso de propósito e realização nos participantes, por meio do cultivo de alimentos e da contribuição para o bem-estar coletivo.

Metas a atingir:

Garantir que a horta comunitária promova efetivamente a
segurança alimentar e nutricional, além de fomentar o desenvolvimento social,
educacional, de saúde e ambiental da população de Campo Largo.

Físico:

As atividades acontecem conforme a necessidade do cuidado com a horta.

Financeiro:

Não há

Orçamento:

A implantação da horta comunitária contou com uma valiosa colaboração de diversos
parceiros, que contribuíram com recursos financeiros, materiais e mão de obra.
Investimento Inicial
O custo inicial para toda a estrutura da horta foi de R$ 14.000,00. Esse valor foi
integralmente custeado por meio de recursos livres da Secretaria de Desenvolvimento
Social e da Mulher, demonstrando um compromisso governamental com a iniciativa.
Doações Essenciais
Além do investimento financeiro, a horta recebeu importantes doações:
Terreno e Mudas: A Provopar (Programa do Voluntariado Paranaense) foi fundamental ao
doar o terreno onde a horta foi estabelecida, além de fornecer as mudas que deram início
ao plantio.
Terra Adubada: A empresa SABIM Cia LTDA contribuiu significativamente ao doar a terra,
um componente essencial para o cultivo e o sucesso da horta.
Ferramentas: Os próprios moradores da comunidade participaram ativamente, trazendo
suas ferramentas, o que reduziu custos e fortaleceu o senso de pertencimento e
colaboração.

Beneficiários Diretos:

Beneficiário Diretos: 11 pessoas
Região: Ferraria
Localidade: Dona Fina Rua Gaivotas, 328

Beneficiários Indiretos:

Beneficiário Indiretos: 44 pessoas
Região: Ferraria
Localidade: Dona Fina Rua Gaivotas, 328

Resultados:

A Horta Comunitária Raízes do Bem já apresenta resultados significativos, tanto em
termos quantitativos quanto qualitativos, impactando diretamente a segurança alimentar, a
saúde, o meio ambiente e o tecido social da comunidade Dona Fina, em Campo Largo.
Resultados Quantitativos
Produção de Alimentos: A horta, mesmo antes da inauguração oficial, já demonstra
capacidade de produção de alimentos frescos, com a colheita dos primeiros frutos em
apenas quatro meses. Embora o volume exato não esteja especificado, a existência de
produção contínua é um indicador direto do combate à insegurança alimentar.
Gestão de Resíduos Orgânicos: A prática de compostagem implementada na horta
desvia uma quantidade considerável de resíduos orgânicos dos aterros sanitários.
Embora não haja uma métrica exata de quilos desviados, a iniciativa representa uma
redução na geração de lixo e um impacto positivo na emissão de gás metano.
Beneficiários Atendidos: O projeto já atende diretamente 11 pessoas e suas famílias,
totalizando 55 beneficiários (11 diretos e 44 indiretos) na região da Ferraria, localidade
Dona Fina, Rua Gaivotas, 328. Este número demonstra o alcance inicial e a relevância do
projeto para a comunidade.
Materiais Adquiridos e Instalados: Os recursos destinados à estrutura inicial de
R$ 14.000,00.
Resultados Qualitativos
Melhora na Segurança Alimentar e Nutricional: O acesso direto a vegetais, ervas e
frutas frescas e de baixo custo diversifica a dieta dos beneficiários, combatendo a má
nutrição e a "fome oculta". A educação alimentar na prática, através do cultivo, incentiva o
consumo de vegetais, especialmente entre as crianças, mudando hábitos alimentares.
Promoção da Saúde Física e Mental: A participação nas atividades da horta proporciona
alimentos mais saudáveis e contribui para a redução do estresse, ansiedade e sintomas
de depressão, conforme o diagnóstico. O contato com a natureza, o trabalho colaborativo
e a sensação de propósito geram benefícios terapêuticos e fortalecem o bem-estar
psicológico.
Fortalecimento dos Laços Comunitários e Coesão Social: A horta se tornou um
espaço de convivência inclusivo, onde pessoas de diferentes idades e origens interagem,
fortalecendo os laços comunitários e a segurança local. A adesão e o senso de
propriedade dos moradores, que inclusive adquiriram suas próprias ferramentas,
evidenciam um engajamento comunitário robusto.
Transformação do Espaço Urbano e Redução do Impacto Ambiental: A horta
transformou um terreno ocioso em um espaço público verde e produtivo. Ela contribui
para a melhoria do microclima urbano, a infiltração da água no solo e a filtragem de
poluentes do ar. A produção local de alimentos também reduz significativamente as
"milhas alimentares", diminuindo a pegada de carbono associada ao transporte.
Promoção do Consumo e Produção Sustentáveis: O projeto exemplifica a economia
circular, com a reciclagem de resíduos orgânicos para compostagem e o uso consciente
da água. A valorização do alimento, pela compreensão do esforço de cultivo, reduz o
desperdício, e o consumo consciente incentiva o aproveitamento de produtos "feios" ou
fora do padrão de mercado.
Empoderamento e Capacitação: A capacitação dos moradores pela Secretaria de
Agricultura, com técnicas de plantio e períodos de colheita, empodera os participantes
com conhecimento e autonomia.
Conformidade com os ODS: O projeto Horta Comunitária Raízes do Bem se alinha
diretamente e contribui visivelmente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
da ONU, especialmente o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), ODS 11
(Cidades e Comunidades Sustentáveis) e ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis),
servindo como um modelo local de desenvolvimento sustentável.
Os resultados alcançados demonstram que a Horta Comunitária Raízes do Bem é um
projeto de sucesso, que vai além da produção de alimentos, agregando valor social,
ambiental e educacional à comunidade. A satisfação da comunidade é evidenciada pelo
forte engajamento, a apropriação do projeto pelos moradores e a melhoria percebida na
qualidade de vida e na alimentação

Documentos Anexados:

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