Banco de Projetos

PGP-PR Educação - 2º lugar

EDUCAÇÃO ECONÔMICA E SOLIDÁRIA: PARA ALÉM DE UMA DISCIPLINA UM PROPÓSITO MULTIPLICADOR DE CIDADANIA

Ano / Edição: 2024
Município: Ubiratã
Função de Governo: Educação

Diagnóstico

É inegável que a educação desempenha um papel essencial na orientação e contribuição do ser humano para o mundo, permitindo que conheça e transforme a sociedade. A escola é o ambiente primordial para a formação humana. A humanização dos alunos se inicia com a promoção da aprendizagem e do pensamento crítico, abrangendo aspectos como a formação da subjetividade, da criatividade, da autonomia, da consciência e, consequentemente, do engajamento social.
Contudo, a sociedade contemporânea, cada vez mais exigindo pessoas empreendedoras, autônomas, com competências múltiplas, que saibam trabalhar em equipe, que tenham capacidade de aprender e adaptar-se a situações novas e complexas, de enfrentar novos desafios e promover transformações.
Por causa dessa realidade, já a alguns anos, a Educação econômica/financeira passou a ocupar uma posição estratégica no campo econômico e social no cenário brasileiro, sendo fundamental aprender sobre educação empreendedorismo e sua aplicação na construção do cidadão social e solidário desde as séries iniciais do ensino fundamental.
Em Ubiratã, também compreendemos que a educação tem o papel de buscar a transformação de nossos alunos, no contexto de superar as limitações do conhecimento, aproximando, assim, a educação da prática da vida real. Dessa forma, tornamos o ensino significativo para a vivência em sociedade dos nossos alunos.
Ademais, é importante destacar que para trabalhar com uma disciplina de tamanha grandeza, em duas escolas Em Tempo Integral da rede municipal de ensino, é preciso estar em constante formação continuada, além de ser ministrada por professores que se identifiquem com a disciplina e seu propósito, o que em alguns momentos chega a ser um tanto desafiador, pois requer pensar uma construção de mentalidade de sustentabilidade.

Descrição

A implantação da disciplina que faz parte do currículo diversificado de Educação Econômica e Solidária ao currículo das escolas em Tempo Integral de Ubiratã veio de encontro com a perspectiva de que o ensino fundamental tem o papel de formação e desenvolvimento do indivíduo, e que a educação econômica e financeira compõe um dos pilares da educação básica, com vistas à formação de sujeitos preparados para a vida em sociedade, além de dar-lhes a possibilidade de ascender profissionalmente, também possibilita o aluno a olhar para o próximo com respeito, cuidado e empatia.
Na rede municipal, desde 2016 tem-se discutido acerca de projetos de educação financeira e cooperativismo, mas sempre dissociados. Os mesmos atendiam a demanda momentânea, e com caráter de ensinar para o mercado de trabalho. Mediante as necessidades despontadas pela realidade local, necessitou-se de uma sistematização, onde o lucro arrecadado teria uma finalidade maior, incutindo a ideia de uma comunidade escolar com propósito solidário.
A implantação da disciplina de educação financeira e solidária foi efetivada no currículo em 2022, junto à parte diversificada. No primeiro ano foi adaptação tanto para os docentes como para os alunos, trabalhou-se o viés empreendedor e iniciou-se o trabalho com a parte solidária. Já no ano de 2023 cresceu o estudo econômico e social com ações mais efetivas, como doação de produtos de mais de 300 itens de higiene ao Lar dos velhinhos, a confecção e trabalho de conscientização realizado com as placas ambientais. E foi nesse momento que percebemos a grandiosidade do que estava acontecendo nos projetos, por meio da promoção de ações efetivas que contemplam a grade de competências necessárias para a formação do econômica, empreendedora e social.
A educação econômica e solidária no ensino fundamental estimula os estudantes a procurarem o autoconhecimento e a desenvolverem um espírito de cooperação.
Quando falamos em construção de um papel solidário para a vivência em sociedade, precisamos lembrar que a solidariedade é construída em cada indivíduo, a partir de sua estrutura interna e da forma como interage com a realidade ao seu redor. As experiências sociais influenciam a maneira como percebemos, sentimos e agimos diante das situações. E é no espaço escolar onde essas experiências sociais e afetivas ocorrem diariamente, proporcionando aos alunos a reconhecer o outro como seu semelhante, com necessidades e direitos compartilhados.

Durante todo o ano letivo, fica sob responsabilidade da Secretaria da Educação e Cultura, doravante SEMEC, por meio do assessor pedagógico de projetos e programas da SEMEC realizar o acompanhamento e monitoramento de planejamento e ações executadas. Organizar cronograma de formação continuada para coordenadores educacionais e professores. Mediar as parcerias com setores como SEBRAE, Cooperativas, bancos, pequenos produtores rurais, dentre outros, além da equipe gestora das escolas em como orientar os professores quanto à elaboração e sistematização das aulas propostas, desenvolvendo ações de intervenção sempre que se fizer necessário verificar e acompanhar as atividades que serão aplicadas aos alunos de acordo com cada nível. Deste modo, cabe ao professor evidenciar o zelo pela qualidade da aprendizagem dos alunos e intervenções pedagógicas.
Com o intuito de estimular habilidades como protagonismo, empreendedorismo, liderança, empatia, dentre outros. Cada unidade escolar tem no decorrer do ano diversas ações dentro da disciplina, que visam pensamento empreendedor, financeiro e solidário, respeitando gostos e interesses.
E, assim, surge diversos eventos e ações, cabendo aos alunos, mediados pelos professores e equipes pedagógicas, elaborar todas as etapas de criação e desenvolvimento: desde a escolha do objeto de aprendizagem, o nome do evento e dos produtos, pesquisa de mercado, confecção de produtos, destinação do valor arrecadado até a forma de organização, distribuição das tarefas e execução, assim surgiu ações, tais como:
•Feira de roupas, brinquedos e acessórios que as crianças não usavam mais. Com a destinação do valor arrecadado para a organização não governamental de animais de rua.
• Arrecadação de produtos de limpeza e higiene pessoal, para doação ao Lar dos velhinhos.
• Cozinha criativa, onde se aprende todas as potencialidades de um produto sustentável e o reaproveitamento daquilo que seria descartado.
• Mercadinhos de produtos a partir de reaproveitamos de alimentos. Com lucro destinado a aquisição de fraldas geriátricas para doação a pessoas de baixa renda acamados.
• Hortas orgânicas e solidárias.
• Confecção de placas criativas para evitar o acúmulo de lixo em pontos da cidade.
• Concursos criativos: de marketing das ações, de frases de impacto para as placas.
• Mural de sonhos. Os alunos constroem o mural com seus sonhos, depois compartilham entre si e juntos escolhem o sonho que é interessante para todos e que é possível de realizar.
• Feira de plantas e flores: composta por plantas cultivadas e cuidadas pelas pelos alunos, a partir de vasos confeccionados com embalagens recicladas.
• Diversas visitas, tais como: cooperativas de créditos, com intuito de conhecer na prática o funcionamento monetário; a empresas parceiras para conhecer o trabalho de diversos seguimentos; visitas a organizações não governamentais e associações que irão ser destinadas o lucro das ações.
• Oficinas de artesanatos: como pintura em guardanapos; confecções de pulseiras em missangas e em sabonetes.

À medida que vão acontecendo as ações são relatadas as experiências vivenciadas relacionadas às atividades de falar em público, pesquisa de mercado, compra e venda fica nítido o envolvimento, o comprometimento e a felicidade de toda a comunidade na aprendizagem.
Normalmente, esses eventos contam com uma presença expressiva das famílias, que vêm para prestigiar e apoiar seus filhos. Em seus depoimentos, pais e professores expressaram admiração ao ver as crianças explicando os conceitos com tanta precisão, dando ênfase a confiança dos alunos em suas explicações. Muitos relataram estar surpresos e mencionaram que aprenderam coisas que nunca imaginaram aprender com os educandos, podemos ainda citar do protagonismo descrito por meio do relato de pais de uma estudante que aprendeu a confeccionar pulseira de missangas nas aulas e passou a realizar tal ato em casa para si e para comercialização. Além de diversos relatos de pais que aprenderam com seus filhos a destinar cupons fiscais de supermercado para organizações não governamentais, declarar Cadastro de Pessoas Físicas nas notas fiscais.

Objetivos

Gerais:

Promover o protagonismo estudantil pautados em conceitos de responsabilidade e cidadania, de forma criativa, por meio do desenvolvimento de ações que visem criar consciência econômica, empreendedora com fins sociais, a fim de possibilitar um futuro mais justo e igualitário.

Desenvolver de forma ostensiva a ODS "Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos".

Específicos:

Fomentar continuamente a educação solidária entre os alunos, fortalecendo a conexão com a comunidade escolar e promovendo o desenvolvimento de estratégias inovadoras para ações empreendedoras;
Realizar formação continuada com os docentes envolvidos na disciplina, de forma periódica e diagnóstica;

Priorizar os quatro pilares básicos da educação, propostos pela UNESCO:
Aprender a conhecer, desenvolvendo nas crianças habilidades de pesquisa e análise de resultados; Aprender a fazer, instigar as habilidades natas e inatas, para uma vivencia fora do ambiente escolar; Aprender a conviver, proporcionar vivencias em diferentes meios sociais, que priorizem a empatia, o trabalho em equipe, resolução de conflitos; Aprender a ser, formar para a vida, indivíduos autônomos, conscientes e adaptáveis.

Metas a atingir:

• Desenvolver ações efetivas que abarquem, cada vez mais, toda comunidade local, levando os conceitos econômicos e solidários.
•Mediar uma formação de mentalidade empreendedora solidária, onde nossos alunos se percebam como sujeitos capazes de transformar não só sua realidade, mas de todo o meio em que está inserido.
• Formar Cidadãos protagonistas e empáticos, para a vida em sociedade, que não visem apenas o bem próprio e sim o bem comum.

Cronograma

Físico:

Detalhamento das atividades realizadas Período da Gestão 2021/2024:
Estudos acerca das novas disciplinas a serem inclusas no currículo diversificados 2021;
Implantação da Disciplina 2022;
Fevereiro/2022 – Primeiras formações acerca do componente curricular;
Março a Dezembro/2022 – primeiras experiências com a disciplina;

Fevereiro a Dezembro/2023 – aprimoramento da disciplina na prática docente.

Cronograma de 2024

29 de Janeiro a 31 de Janeiro - estudo, planejamento e construção de plano de ação para o ano letivo de 2024;
O1 de Janeiro de e 02 Fevereiro- formação continuada para professores, coordenadores e equipe diretiva das referidas unidades escolares;
Abril a agosto: visitas técnicas, concursos criativos e escolha das ações e aplicabilidade do lucro;
setembro a dezembro: acontecem as ações feiras, assembleias, apresentações e entregas.

Financeiro:

Investimento mensal de R$ R$ 37.319,05 (trinta e sete mil, trezentos e dezenove reais e cinco centavos).

Orçamento:

Investimento mensal de R$ 37.319,05 (trinta e sete mil, trezentos e dezenove reais e cinco centavos) que se refere à remuneração dos professores, coordenadores e assessora pedagógica responsáveis pelo componente curricular diversificado.
Impressão e materiais para confecção de atividades de marketing.

Beneficiários Diretos:

230 estudantes anualmente da disciplina de Educação Econômica e Solidária das Escolas integrais que competem a Rede Municipal de Ensino da Educação Fundamental I, na faixa etária entre 6 a 11 anos de idade, bem como suas famílias, que são objeto de todo o trabalho e investimentos realizados.

Beneficiários Indiretos:

Professores, funcionários, pais, mães, responsáveis legais e comunidade escolar, economia local, organizações não governamentais.

Resultados:

Consideramos como importante resultado o fato de ter sido estabelecido sentimentos como protagonismo estudantil, empreendedorismo, empatia tanto para o público-alvo, que são os alunos, como também na comunidade escolar e população relacionada.
Observa-se, de forma clara, que os trabalhos realizados despertaram uma maior e melhor proximidade afetiva entre as crianças e a comunidade ao redor da escola. O apoio e a participação da sociedade em cada ação contribuíram para essa aproximação, onde os alunos atuam como protagonistas de cada evento. Sob essa perspectiva, pode-se afirmar que não existem mecanismos capazes de medir com precisão os benefícios desse trabalho para o desenvolvimento educacional, econômico e social dos alunos.

Anexos

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