Paraíso Paleontológico
Ano / Edição: 2023
Município: Cruzeiro do Oeste
Função de Governo: Ciência e Tecnologia
Diagnóstico
Cruzeiro do Oeste tornou-se conhecida no meio paleontológico brasileiro e internacional pela descoberta de uma população de pterossauros em 2012, e em 2014 com o primeiro Réptil voador paranaense, o Caiuajara dobruskii, descoberto com grande repercussão na mídia. A Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Oeste, desde o início deste processo em 2012, tomou as iniciativas necessárias para garantir a proteção deste patrimônio de modo que não houvessem riscos de dispersão ou perda irremediável dos fósseis, em benefício de instituições acadêmicas de fora e em detrimento do interesse maior da comunidade local e regional. Assim é que, desde as primeiras coletas em campo, com o material retirado nas escavações sendo levado para uma universidade catarinense para preparação e pesquisa, foram acertados acordos para assegurar o retorno dos fósseis ao seu local de origem a partir de quando houvesse na cidade espaço físico adequado para sua guarda e curadoria. Desde então pesquisas vem sendo realizadas com resultados incríveis que tem transformado os estudos científicos em verdadeiras notícias que levam o reconhecimento do nome do município para o mundo e que estão sob a guarda da Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Oeste através da Lei 007/2019 de 02/04/2019.
Descrição
Mais de 300 peças excepcionalmente preservadas, entre fósseis de pterossauros e dinossauros, o primeiro registro de planta fóssil do cretáceo da região e o primeiro dinossauro do Paraná, encontram-se hoje no Museu de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste, criado neste ano de 2019 com o objetivo de fixar os fósseis de Cruzeiro do Oeste na sua região de origem e promover o desenvolvimento de atividades ligadas à educação e turismo. Em pouco menos de quatro anos, os trabalhos desenvolvidos por esta singela iniciativa de fazer pesquisa científica em uma pequena cidade do interior paranaense, culminaram na mais importante descoberta da paleontologia paranaense, o Vespersaurus paranaensis. O primeiro dinossauro do Paraná é de Cruzeiro do Oeste! Como se isto não bastasse, trata-se também do dinossauro de tipo terópoda mais completo e mais bem preservado do Brasil. Esta sensacional descoberta, em um curto espaço de tempo promoveu a inauguração do Museu de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste, e a determinação da municipalidade de fazer desta oportunidade única um vetor para o desenvolvimento da atividade turística na cidade e na região Noroeste do Paraná, atraindo público de todas as idades, mas principalmente estudantes de escolas públicas e privadas. Recentemente duas novas espécies foram publicadas por laboratórios que pesquisam as rochas de Arenito retiradas do Sítio Paleontológico de Cruzeiro do Oeste. Essa nova realidade repercutiu de maneira positiva no crescimento de detalhes e de visitação dos mais diversos grupos sociais, onde estes tem adquirido novos conceitos e oportunidades de desenvolvimento cultural e intelectual.
Objetivos
Gerais:
Promover um trabalho inédito de educação científica em paleontologia no Estado do Paraná, preferencialmente em cidades da região noroeste e capital, apoiado nos fósseis de pterossauros e dinossauros encontrados em Cruzeiro do Oeste, visando formar uma consciência na opinião pública do valor patrimonial que isto representa, e, paralelamente, dar visibilidade na mídia ao sítio paleontológico paranaense e aos trabalhos de pesquisa que estão sendo desenvolvidos desde 2012, favorecendo iniciativas públicas para o desenvolvimento do turismo científico e educacional na cidade e na região, a partir da instalação de um museu para exposição dos pterossauros e dinossauros de Cruzeiro do Oeste.
Específicos:
Desenvolvimento do turismo na cidade de Cruzeiro do Oeste com os seus respectivos efeitos multiplicadores.
Promover um trabalho inédito de educação científica em paleontologia preferencialmente em cidades da região noroeste do Estado do Paraná;
Formar uma consciência na opinião pública do valor patrimonial que isto representa;
Dar visibilidade na mídia ao museu e aos trabalhos de pesquisa que estão sendo desenvolvidos desde 2012;
Dar visibilidade na mídia ao museu e aos trabalhos de pesquisa que estão sendo desenvolvidos desde 2012;
Formar uma consciência na opinião pública do valor patrimonial que isto representa;
Favorecer iniciativas públicas para o desenvolvimento do turismo científico e educacional na cidade e na região.
Metas a atingir:
Com um Museu de Paleontologia bem estruturado na cidade, espera-se expandir essa visitação para atingir outros públicos, incluindo turistas em trânsito pela região, potencializando o aparecimento natural de atividades econômicas no seu entorno tais como hotelaria, gastronomia, comércio de artesanato e turismo de entretenimento rural e ecológico. Também espera-se que o museu contribua para a capacitação técnica de pessoal em Cruzeiro do Oeste e região para a mediação de visitações e atividades de pesquisa em diversas áreas, envolvendo as comunidades locais na defesa de seu patrimônio paleontológico. O museu deverá estimular o envolvimento de artistas plásticos paranaenses para reconstituição paleoartística de ambientes e animais pré-históricos, favorecendo o surgimento de uma indústria de artesanato temático integrada às atividades do turismo científico, educativo e cultural.
Museus bem estruturados movimentam a economia local e podem funcionar como vetores de desenvolvimento regional, induzindo o crescimento de outras atividades ainda não exploradas convenientemente, como o turismo, por exemplo.
A proposta de um museu para o noroeste, ancorado nos fósseis de pterossauros e dinossauros de Cruzeiro do Oeste ainda é necessária, para que o trabalho tenha melhora e continuidade expositiva, visto que não é possível se fazer uma previsão de quais outros animais ainda serão dados a conhecer neste sítio excepcional de Cruzeiro do Oeste, considerando que pouco material foi extraído do local em relação à quantidade de fósseis verificados em campo.
Cronograma
Físico:
2012 - 2014: Escavações;
2015 - 2016: Instalação de um laboratório de paleontologia na cidade;
2017 - 2018: pesquisa científica em Cruzeiro do Oeste, envolvendo UEM, USP
e Laboratório de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste;
2019: divulgação do primeiro dinossauro do Paraná, e criação do Museu de Paleontologia;
2020: remanejamento de professores para o museu afim de dar atendimento com criação e preparação de atividades remotas para mais ou menos dois mil alunos da rede municipal e também visitas online a muitos alunos da esfera estadual, inclusive gravação de vídeos educativos para informação e divulgação em outros estados, totalizando mais de dois mil e setecentos atendimentos à distância. Esta ação foi devido à pandemia do COVID-19.
2021: Preparação do quadro profissional para monitoria e retomada presencial de visitas às salas expositivas.
2022: Ampliação do quadro profissional e readequação do ambiente temático e pedagógico interno e externo; organização da visitação do Vale dos Dinossauros para contextualizar o título “Cidade dos Dinossauros” concedido pela Lei 20268/20, criada pela Assembleia Legislativa do Paraná, onde foram recolhidas dezenove mil novecentos quarenta e duas (19.942) assinaturas; organização de atendimento especial em datas e horários aos sábados e períodos de recesso, inclusive nas festas natalinas; cursos de capacitação para monitoria; recepção e colaboração na organização de lançamento do projeto “LATCO EDUCA” da empresa de Laticínios de Cruzeiro do Oeste; Estruturação do gráfico de visitas anuais onde se constatou um total de 24.048 assinaturas no ano.
2023: Reforma do auditório com objetivo de preservar e harmonizar o projeto arquitetônico do prédio; ambientação com cortinas específicas nas salas expositivas em cumprimento à Lei Municipal que rege a preservação dos fósseis; aquisição a de produtos eletrônicos e cadeiras para recepção de eventos e excursões; instalação de internet com maior abrangência, visando melhor desempenho no atendimento ao público; aquisição de réplicas para melhorar a pedagogia da monitoria; manutenção salarial da equipe técnica;
Financeiro:
2015 - 2016: R$ 15.000,00
2017 - 2018: R$ 45.000,00
2019: R$ 45.000,00
2020: R$170.000,00
2021: R$ 188.000,00
2022: R$ 469.509,00
2023: R$ 577.800,00
Orçamento:
Pessoal R$ 324.000,00 ao ano
Reforma do antigo fórum: R$ 1.500.000,00 até a contextualização da nova expografia;
Beneficiários Diretos:
Alunos e professores do Ensino Fundamental, Médio e Superior provenientes, principalmente de escolas e demais instituições de ensino situadas no entorno de um raio de 550km; alunos de pós-graduação; adultos e crianças interessados em paleontologia e dinossauros, e turistas em trânsito pelas rodovias da região em direção ao polo turístico de Foz do Iguaçu.
Beneficiários Indiretos:
A população de Cruzeiro do Oeste que com a implantação de estruturas previstas para o atendimento da demanda de visitantes, como a instalação de um novo museu, por exemplo, usufruirá dos benefícios colaterais das atividades periféricas que naturalmente se instalam ao redor de iniciativas como esta, considerando que dinossauros tem um grande apelo popular.
Resultados:
Com a divulgação sistemática sobre os fósseis, o Museu de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste vem atendendo a uma demanda de visitantes interessados em conhecer os pterossauros, lagarto e dinossauros, onde os estudantes da educação básica e ensino superior podem estender seus conhecimentos em suas respectivas áreas, tornando então o museu uma extensão escolar. Artigos e publicações são constantemente expostos em revista conceituadas como Plos One, Nature Communication, Scientifc Reports, Annals Of the Brazilian Academy of Sciences e Cretaceous Research referindo-se aos fósseis do “Paraíso Paleontológico “de Cruzeiro do Oeste e que por suas importâncias acabam por obter ampla repercussão na mídia, tanto a regional, nacional quanto a internacional.