Banco de Projetos

O que eu faço com o meu lixo?

Ano / Edição: 2023
Município: Santa Helena
Função de Governo: Gestão Ambiental

Diagnóstico

Com a promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2010 e as consequentes ações de encerramento dos lixões irregulares tornou-se premente trabalhar com a correta separação e destinação dos resíduos sólidos. O Município de Santa Helena, cujo aterro irregular foi encerrado em 2020, transborda 12 toneladas de resíduos orgânicos e rejeitos para aterro licenciado fora do município, a custos elevados, e necessita trabalhar na diminuição destas despesas. Para os resíduos recicláveis, o município possui uma das mais modernas Unidades de Valorização de recicláveis (UVR) do país, que processa em torno de 100 toneladas mês, gerando renda e trabalho digno para 62 famílias. A má separação dos resíduos domésticos ainda incide em torno de 20% de rejeitos enviados à UVR, e ao menos em outros 25% de materiais recicláveis junto com os resíduos orgânicos. Esta falta de cuidado da população dificulta o aproveitamento dos materiais e gera custos desnecessários com o transbordo terceirizado.
Outro grave problema enfrentado pelo município é o descarte irregular de resíduos volumosos domésticos (mobília e estofados), galhos e folhas, restos de materiais da construção civil e materiais de logística reversa (pneus, pilhas, lâmpadas) em ambientes inadequados, gerando proliferação de vetores de doenças como dengue, cujo Índice Anual de Infestação Predial no município (Lira - 4,1) tem indicado nos últimos anos alto risco de surto.
Estes descartes irregulares também podem geral contaminação ambiental grave, como é o caso do mercúrio e dos demais poluentes presentes nas pilhas e lâmpadas. A recolha e a limpeza de locais de descarte irregular é demasiadamente custosa ao município (superior a 2 Milhões de Reais ao ano), pois demanda caminhões, carregadeiras, equipes e outros recursos que, caso houvesse maior colaboração da população, poderiam ser poupados ou mesmo destinados a outros trabalhos públicos. Buscando remediar os descartes irregulares, a prefeitura tem criado alternativas mais sustentáveis contudo é necessário que a população conheça estas alternativas e aprenda a como colaborar. Neste sentido, os vídeos desta série visam informar e sensibilizar os mais de 25 mil Munícipes para atuarem de forma consciente e sustentável quanto à separação e destinação de resíduos em suas casas e empreendimentos. Pois, não basta a prefeitura criar alternativas, é necessário que a população as conheça e entenda a importância de colaborar, e mesmo venha a somar nesta iniciativa, criando novas formas de aproveitamento ambientalmente responsável destes resíduos, incrementando a economia local e construindo uma cidade cada vez mais limpa e sustentável.

Descrição

A até bem pouco tempo, tudo que uma cidade gerava de resíduos era simplesmente depositado em lixões a céu aberto, sem qualquer tipo de separação ou tratamento. Milhares de famílias viviam sobre estas montanhas de lixo, tirando daí a sua subsistência. Com os novos planos estruturantes do ambiente urbano e com as novas normas ambientais, tornou-se necessário que os municípios passassem a dar mais atenção aos resíduos de seus munícipes e empresários e, desde 2010, quando foi promulgada a Política Nacional de Resíduos Sólidos o país passou a ter diretivas mais claras sobre os tipos de resíduos e suas destinações ambientalmente adequadas.
Contudo, a realidade do país ainda está distante do preconizado. Com uma média nacional de reciclagem pouco acima dos 3% de seu potencial e em torno de 40% de seu lixo enviado a aterros irregulares, o Brasil ainda tem muito a trabalhar no âmbito da gestão de resíduos.
Santa Helena encerrou seu lixão em 2020 e nestes 3 últimos anos vem buscando implantar as melhores práticas ambientais, ainda que esbarrando em engessamentos para o uso de novas tecnologias. Com o fim deste “buraco negro” dos resíduos, tornou-se necessário conhecer cada tipos destes elementos dispensados de nossas casas e empresas e entender a importância a de sua correta separação, de forma aumentar a possibilidade de reaproveitamento.
Como ponto a se comemorar, o Município mantém o Programa de Coleta Seletiva desde o ano de 2003 e a reciclagem já atinge em Santa Helena 74% do potencial do município, o que é 25 vezes a média nacional. O lixo orgânico, o rejeito e os volumosos domésticos são transbordados a um aterro industrial fora do município e já estamos em vias de compor um consorcio intermunicipal para a gestão integrada destes materiais. Outros produtos estão se transformando em boas iniciativas empresariais. Contudo, para que tudo isso possa acontecer a valores factíveis, a população precisa conhecer os tipos de resíduos, e aplicar formas de disposição para coleta e destinação final ambientalmente adequadas.
Compreendo este contexto e realizando um levantamento interno de custos com a coleta e destinação dos resíduos depositados irregularmente no município, a prefeitura, com o apoio da Itaipu Binacional, estruturou um projeto de educação ambiental para atingir toda a população, das mais tenras idades até os idosos.
O projeto é composto de uma série de vídeos intitulada “O que faço com o meu lixo?” em que foram produzidos dez vídeos educativos visando informar e sensibilizar os munícipes sobre a importância da coleta seletiva e a correta separação dos materiais, comtemplando os seguintes temas:
11- Apresentação dos princípios fundamentais;
12- Materiais recicláveis;
13- Resíduos Orgânicos e Rejeitos;
14- Medicamentos;
15- Restos da Construção Civil;
16- Galhos e Folhas;
17- Volumosos Domésticos;
18- Eletroeletrônicos;
19- Logística reversa (Pneus, Pilhas e Lâmpadas)
20- Grandes Geradores.
O projeto também contempla a divulgação deste à população em campanhas educativas veiculadas pelos meios de comunicação da imprensa e do poder público, mídias sociais e apresentações públicas em escolas, além de enviar os vídeos pelos grupos de transmissão de forma a atingir o maior número possível de pessoas.
O trabalhado de concepção do projeto, redação dos scripts e direção dos vídeos, bem como sua divulgação está sendo realizado por funcionários públicos da Prefeitura Municipal. A gravação e edição dos vídeos foi realizada por empresa terceirizada, contratada com recursos atribuídos no convênio de Gestão por Bacias firmado entre a Prefeitura Municipal de Santa Helena e a Itaipu Binacional e tiveram o custo total de Dezoito Mil Reais (R$18.000,00), ou seja, um custo médio de 1.8 mil Reais por vídeo educativo e respectiva campanha de divulgação.
Espera-se atingir a maior parte da população santa-helenense diretamente, ou seja, próximo a 25 mil pessoas, a um custo aproximado de 0,72 centavos de Real por habitante.
Os principais objetivos que se pretende atingir com a sensibilização da população são:
• Compreensão de que o município não possui mais um lixão e que é necessário aprender a separar e destinar corretamente os seus resíduos e quais são as consequências fiscalizatórias para quem não o faz, uma vez que o resíduo é de responsabilidade de quem o produz;
• Recicláveis: destinação de mais materiais e em melhores condições de reaproveitamento para Usina de Reciclagem do Município, o que impacta diretamente na renda e na qualidade do trabalho das famílias associadas;
• Resíduos Orgânicos e Rejeitos: separação de resíduos orgânicos (passiveis de tratamento para compostagem ou biogás) de rejeitos contaminados como restos de higiene pessoal, de forma a viabilizar novos negócios com estes materiais;
• Restos de Medicamentos: destinação para unidades de saúde, de forma que possam ser tratados corretamente, sem riscos ambientais ou de contaminação da água, do solo, dos materiais recicláveis, ou que prejudiquem a biodigestor dos orgânicos e do esgoto sanitário nas respectivas estações de tratamento;
• Restos da Construção Civil - RCC: compreensão da importância da separação correta de cada tipo de material resultante de obras e seu destino adequado, de forma a permitir seu máximo reaproveitamento e evitar a contaminação e descarte irregular;
• Galhos e Folhas: entendimento e respeito ao período regular de podas, a forma correta de dispor os galhos para coleta e moagem e a importância de não realizar podas nos passeios e sob a fiação elétrica, de forma a evitar acidentes;
• Volumosos Domésticos: sensibilização sobre a importância de desmontar os volumosos e dispor para a coleta de recicláveis todos os materiais passiveis de reaproveitamento, entregando para a coleta programada apenas os inservíveis. Evitar dispor estes materiais em locais inadequados e descobertos, evitam proliferação de vetores e combater o mosquito da dengue.
• Eletroeletrônicos: compreensão sobre a alta capacidade contaminante destes materiais, e a importância de respeitar a coleta programada da prefeitura, evitando dispô-los em ambiente inadequado;
• Logística reversa (Pneus, Pilhas e Lâmpadas): compreensão sobre a os riscos eminentes do descarte irregular e conhecimento sobre os ambientes indicados para a coleta e sobre as campanhas regulares de recolha pelo município;
• Grandes Geradores: conhecimento da legislação aplicável, e sobre a necessidade de que os geradores industriais devem encontrar maneiras privadas de encaminhar seus resíduos.
Em geral, o que este projeto pretende é educar a população e sensibilizá-la para suas responsabilidades para com os resíduos por ela produzidos, seja em seu ambiente doméstico ou empresarial. Compreender que a colaboração de cada um é essencial para o sucesso da vida em sociedade, para a promoção de novas alternativas de renda e para a proteção do meio ambiente para esta e as futuras gerações em um ambiente agradável, limpo, com qualidade de vida.

Objetivos

Gerais:

• Educar a população e sensibilizá-la para suas responsabilidades para com os resíduos por ela produzidos, seja em seu ambiente doméstico ou empresarial;
• Promover a compreensão de que a colaboração de cada um é essencial para o sucesso da vida em sociedade, para a promoção de novas alternativas de renda e para a proteção da água e do meio ambiente para esta e as futuras gerações.

Específicos:

• Levar ao conhecimento da população as informações necessárias para a correta segregação e disposição dos resíduos conforme classificação;
• Informar sobre os riscos do descarte irregular para a saúde e para meio ambiente;
• Sensibilizar sobre a importância de separar e destinar corretamente os resíduos de forma a aumentar a quantidade e a qualidade dos recicláveis, impactando a renda dos agentes ambientais, impulsionando novos negócios e diminuindo os custos públicos com os rejeitos;
• Melhorar a limpeza da cidade e dos arredores do município, promovendo a proteção ambiental e a qualidade de vida de toda a sociedade.

Metas a atingir:

1 - Atingir diretamente o maior número possível entre os 25 mil moradores de Santa Helena para que conheçam o programa e sejam informados e sensibilizados pelo projeto;
2 - Aumentar o percentual de itens reciclados no município, de 74% para 90% do potencial local até o final de 2023.
3 - Diminuir em 10% os custos de transbordo mensal pela diminuição da destinação irregular de produtos recicláveis para o transbordo de orgânicos e rejeitos.
4 - Melhorar a limpeza da cidade e dos arredores do município;
5 - Criar um ambiente com maior qualidade de vida e proteção ambiental.

Cronograma

Físico:

2023
Janeiro e fevereiro: diagnóstico
Março: idealização e redação dos scripts de gravação
Maio: contratação de empresa terceirizada e gravações
Junho: divulgação e aplicação do projeto educativo por meio de:
• Apresentação dos vídeos enquanto campanha educativa em todas as escolas do município;
• Divulgação dos vídeos nas mídias sociais do Município;
• Divulgação dos vídeos entre os grupos do setor de resíduos atuantes no município e região;
• Realização de entrevistas e envio de materiais de mídia para os meios de comunicação do município e região.

Financeiro:

Custos:
Inicial: R$ 16.000,00 - gravação e edição dos vídeos foi realizada por empresa terceirizada, contratada com recursos da prefeitura municipal e Itaipu Binacional a um custo médio de 1.6 mil Reais por vídeo educativo.
Complementação: R$ 2.000,00 - realização das visitas às escolas e demais instituições que se mostrem necessárias.
O trabalhado de concepção do projeto, redação dos scripts e direção dos vídeos, bem como sua divulgação está sendo realizado pelos educadores ambientais e demais funcionários públicos da Prefeitura Municipal.
Espera-se atingir a maior parte da população santa-helenense, ou seja, próximo a 25 mil pessoas, a um custo aproximado de 0,72 centavos de Real por habitante.

Orçamento:

R$18.000,00 - Dezoito Mil Reais
O custo dos vídeos foi de 16.000,00 Reais, pagos com recursos advindos de um dos itens do convênio firmado entre a Prefeitura de Santa Helena e a Itaipu Binacional.
Os colaboradores envolvidos já são funcionários da prefeitura alocados em funções correlatas ao meio ambiente e gestão de resíduos não acarretando custos diretos ao projeto. Não serão necessárias novas aquisições.
Incluímos 2.000,00 Reais como custo de deslocamento interno ao município para a divulgação junto às escolas.

Beneficiários Diretos:

A totalidade dos moradores do município, hoje próxima a 25.000 pessoas;
Os agentes ambientais que receberão materiais recicláveis em maior quantidade e melhor qualidade.

Beneficiários Indiretos:

A população da região e as futuras gerações;
Novos investidores da economia circular.

Resultados:

No evento de lançamento da campanha educativa, quando também foram distribuídas mudas de árvores, os primeiros vídeos da série foram vistos e debatidos por 80 pessoas, dentre as quais agentes ambientais, crianças, professores e gestores públicos.
Na primeira semana de divulgação os primeiros vídeos publicados atingiram 8 mil visualizações apenas no Instagram do departamento de coleta e reciclagem (@dep.coletaereciclagem).
Esta série de vídeos apresentou informações técnicas relevantes sobre os principais tipos de resíduos, seu correto acondicionamento e destinação, de forma simples e em linguagem popular, pois foi gravada com funcionários já conhecidos pela população e munícipes de diferentes idades e classe sociais.
Desta forma, um tema geralmente impopular tornou-se envolvente, e a população, bem como instituições relevantes do setor, republicam o material, relativizando o paradigma de que a população não se importa com o meio ambiente: informações claras e em linguagem acessível fazem a diferença!
Espera-se ainda até o final de 2023:
- Observar o aumento da quantidade e qualidade dos materiais recicláveis destinados À UVR local.
- Computar a diminuição dos custos mensais da prefeitura municipal com a destinação de rejeitos
- Verificar uma cidade mais limpa, com menos descarte irregular e menos focos de doenças como a dengue.

Anexos

Documentos Anexados:

Banco de Projetos