No Município de Pinhais, com extensão territorial de 60.869 km2 e abrigando aproximadamente 133.490 pessoas (IBGE, 2020), estima-se que, em média, 100 munícipes sofrem com o Transtorno de Acumulação, seja acúmulo de animais ou objetos. Este número foi levantado em 2015, após um mutirão realizado pelos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias, para conhecer o número de acumuladores no Município. Na rede de atenção à saúde temos 11 (onze) unidades de saúde, todas com casos de acumuladores em seus territórios. Percebendo a dificuldade da rede em lidar com estes casos, devido falta de conhecimento e qualificação específica, a Secretaria Municipal de Saúde de Pinhais/Gerência de Saúde Mental e Especialidades propôs o decreto que institui um Comitê com o incentivo de aperfeiçoar os métodos de acolhimento e intervenção inter/multiprofissional inclusive direcionando, estimulando e monitorando os casos periodicamente. É necessário construir vínculos com a pessoa em situação de acumulação para depois iniciar o tratamento psiquiátrico, visto que devido ao estigma a pessoa não aceita o diagnóstico. A construção do processo de educação dos profissionais da rede de atenção à saúde também é importante, para a partir disso, ser possível intervir de forma mais eficaz e adequada nas situações de acumulação.

Este projeto inclui o trabalho inter/multiprofissional que visa inovar os métodos de monitoramento e intervenção dos casos de acumulação de modo integral e mais dinâmico colaborando com a melhora da saúde física, mental e social do sujeito. Além disso, com respaldo em decreto do Comitê é possível acompanhar, avaliar e identificar as dificuldades na implementação da Política Municipal de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação no Município de Pinhais. Esta ação foi necessária a partir da grande demanda de casos de acumulação encontrados no município. Foram utilizados recursos materiais como folders e cartilhas para a orientação dos profissionais e população para melhor entendimento e contribuir na melhora da saúde mental, física e emocional do acumulador e, por consequência, melhorar também a saúde da sociedade ao redor do sujeito. Também foi proporcionado aos profissionais da Rede de Atenção capacitação com profissional Médica Veterinária sobre Pessoas em Situação de Acumulação. Para controle e monitoramento dos casos é utilizado uma plataforma do sistema de Gestão chamado SE SUITE, onde todos os casos são inseridos e produzido pela equipe inter/multiprofissional um Plano de Ação Multiprofissional - PAM, onde pode ser acessado por todos os envolvidos no projeto, incluindo a Gerência de Saúde Mental que coordena o Comitê. Este projeto não utilizou nenhum recurso, visto que se trata de organização do processo de trabalho.

Gerais:

Legitimar a necessidade de atuação interdisciplinar nos casos de Pessoas em situação de Acumulação;
Organizar e monitorar Rede de Atenção para atendimento inter/multidisciplinar aos pacientes portadores do Transtorno de Acumulação.

Específicos:

O projeto tem como principal demanda o conhecimento e a resolução dos casos de pessoas em situação de acumulação. Envolvendo a participação interdisciplinar para melhorar o processo de intervenção desses casos. Este fluxo compreende analisar, monitorar e avaliar cada sujeito integralmente para que se tenha o suporte necessário.
Assegurar o cumprimento da Política Municipal de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação;
Inovar os meios de intervir e acolher os casos de maneira especializada e individual;
Trabalhar a respeito da compreensão e auxílio a sociedade sobre o transtorno;

Metas a atingir:

Após a inclusão do caso no sistema SE SUITE, a equipe inter/multidisciplinar produz o Plano de Ação Multiprofissional-PAM e dispõe de até 12 meses para executá-lo (ações mensais), sendo necessário registrar no sistema as ações realizadas e resultados alcançados, através de documentos/fotos/relatórios. O PAM é discutido em reuniões bimestrais e pode ser alterado, conforme necessidade, visando tratar o paciente para que deixe de acumular.
Como meta: Cadastrar, acompanhar e trabalhar para que 50% dos casos de usuários com transtornos de acumulação do Município, que hoje chega a 100 casos sejam monitorados.

Físico:

São realizadas reuniões bimestrais para discussão dos casos com a equipe inter/multidisciplinar. Nessas reuniões é abordado atualizações sobre os casos, encaminhamentos necessários para a realização do PAM e outras estratégias de intervenções para os casos trabalhados.

Financeiro:

Este projeto não tem nenhum custo adicional, pois se trata de inovação no processo de trabalho, na forma de organização do atendimento.
Não foi necessária até o momento a contratação de novos servidores ou qualquer outro equipamento ou materiais.

Orçamento:

Fonte 4942

Beneficiários Diretos:

O serviço pioneiro no cuidado com as pessoas em situação de acumulação é exercida no território inteiro do Município de Pinhais que abrange 11 (onze) Unidades de Saúde da Família em um território total de 60,869 km². No presente momento estamos com 22 casos (02 por unidade) em fase de inserção no sistema e produção do PAM. Todavia com a implantação do CAPSA em 2019, conseguimos acompanhar e obter êxito em 05 casos, que hoje não acumulam mais, apenas permanecem em monitoramento e observação.

Beneficiários Indiretos:

A população do Município de Pinhais, em torno de 133 490 habitantes são beneficiados indiretamente pelas intervenções desenvolvidas nos casos de pessoas em situação de acumulação. Com a intervenção prevenimos: doenças respiratórias, leptospirose, dengue, infestação de pragas, zoonoses, entre outros, que encontramos em ambiente de acumulação, assim, o trabalho inter/multidisciplinar desenvolvido pela Rede de Atenção repercute na vida dos familiares e comunidade.

Resultados:

É notável que o trabalho realizado tem surtido efeito positivo na realidade de cada acumulador. Ainda que o trabalho interdisciplinar da rede de atenção não tenha a extensão necessária que o município requer, os casos trabalhados neste modelo estão sendo exitosos e satisfatórios à mudança de comportamento e realidade da pessoa em situação de acumulação, uma vez que as intervenções asseguram o bem-estar físico, mental e social destes usuários. Com esse acompanhamento inter/multiprofissional, organizado e monitorado via CAPSA também contribui para diminuir o sofrimento desta população com transtorno de acumulação, isto é, pessoas que têm grande dificuldade em descartar ou se desfazer de posses (objetos ou animais), de acordo com a descrição do DSM-V, e que por consequência tem sua segurança e convívio social afetado. A população em geral também tem ganho, visto que tratando os acumuladores e limpando suas residências é possível prevenir doenças respiratórias, leptospirose, dengue, infestação de pragas, zoonoses, entre outros.

Documentos Anexados:

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