Banco de Projetos

Feira da Lua - Arte para todos

Ano / Edição: 2023
Município: Japurá
Função de Governo: Cultura

Diagnóstico

No Brasil, os itens que são feitos a mão não conferem grande prestígio social e podem ser associados a comunidades de baixa renda e até mesmo escolaridade, fazendo com que grande parte não valorize o trabalho manual que exige muito mais cuidado e tempo do que os produtos industrializados.
A desvalorização do artesanato também possui forte relação com a participação das mulheres.
Da Revolução Industrial à Segunda Guerra Mundial, apesar de lutar por seus direitos, a mulher ainda ficava muito limitada ao espaço doméstico. Por isso, a maioria de suas atividades eram feitas dentro de casa, local onde a produção artesanal ficou armazenada.
Assim, enquanto os homens trabalhavam nas indústrias, as mulheres cumpriam tarefas domésticas e lidavam com a maternidade. Para completar a renda, produziam artesanato.
O trabalho manual das artesãs concorria com o mercado e as técnicas de produção em série. Por esse motivo, o artesanato foi um dos recursos para a emancipação feminina.
Em síntese, neste momento começamos a diferenciar dois modelos. Havia o “trabalho formal” e valorizado, ou seja, aquele que era feito normalmente por homens nas fábricas. Em contrapartida, o trabalho informal e desvalorizado, historicamente exercido por mulheres em seus lares.
O artesanato então é renegado duas vezes. Primeiro por ser uma atividade que não se adequou a produção industrial em massa por ser um trabalho manual e criativo. Segundo por ter ficado historicamente ligado às mulheres, à maternidade e ao espaço doméstico.
Historicamente, algumas formas de pensar foram mais valorizadas do que os pertencentes às mulheres. Alguns ditavam o que tinha ou não valor.
Logo, as peças que as artesãs desenvolviam eram vistas como algo sem valor, sendo apenas um objeto desenvolvido pela mulher para “passar o tempo”, como um hobby.
Esse pensamento reflete até hoje, quando vemos tantas reclamações sobre o preço cobrado pelo trabalho artesanal e pela desvalorização do artista para o seu sustento e do produto enquanto arte.
Diante desse cenário, surgiu a ideia de promover, fortalecer, incentivar, valorizar artesões e produtos, alguns oriundos do turismo rural, do município de Japurá. Até 2021, o município não possuía nenhum artesão cadastrado junto ao órgão regulatório e os produtos eram vendidos de forma individualizada.
A venda dos produtos artesanais era realizada de uma forma aleatória, vários artesões com potencial, porém sem um lugar adequado para expor seus produtos, desmotivando o trabalho.

Descrição

O planejamento é para que aconteça 4 feiras anuais, e sempre que possível que sejam próximas de datas comemorativas. Após a definição da data, a mobilização dos voluntários, dos artesões, bem como do departamento de cultura começa, a princípio são feitas chamadas nas redes sociais e algumas reuniões presenciais.
Posteriormente, é realizada a divulgação, dia, horário e local de realização da Feira da Lua.
Voluntários ajudam na organização para que a feira possa acontecer, desde os preparos até o findar da feira.
Cada expositor é responsável pela organização da sua barraca.
Em relação ao material usado, as barracas que os artesãos usam para expor são emprestadas de uma empresa privada do município.
Nas edições que acontecem alguma apresentação cultural, a mesma é feita de maneira gratuita ou o valor é dividido entre os artesãos que estão na feira.
Com temáticas de datas especiais, sorteio de produtos feitos pelos artesãos, degustação de produtos de gênero alimentício.
Na última edição feira, nos dias 5 e 6 do mês de maio, a novidade foi a área kids, com brinquedos como: pula - pula, infláveis, piscina de bolinhas, etc. que foram disponibilizados de forma gratuita para todas as crianças.
De um modo geral a prefeitura contribuiu com a realização da feira.

Objetivos

Gerais:

Podemos dizer que o objetivo geral é desenvolver o artesanato como fonte financeira para famílias japuraenses e aumentar o número de artesões cadastrados no SICAB (Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro).
Por meio da feira, é aprimorada a qualidade das peças produzidas a serem inseridas no mercado; a qualidade de vida e valorização do artesão.
O artesanato é uma ótima solução por criar ou somar renda para os envolvidos e aumentar sua qualificação, sem prejuízo ao meio ambiente. Além disso, o destaque é o foco no desenvolvimento humano, nas relações interpessoais e no esforço colaborativo de criação da feira.

Específicos:

Promover cultura, arte e lazer para os visitantes;
Gerar renda e oportunidades aos artesãos;
Auxilia no mapeamento e registro dos artesãos da cidade;
Estimula o desejo de novas técnicas e diferentes tipos de artesanato, fortalecendo essas organizações;
Desenvolver o costume de uso dos espaços públicos.

Metas a atingir:

Oficializar todos os artesãos municipais com registro na carteira nacional do artesão;
Dar oportunidade para 100% dos artesãos do município, de todos os seguimentos;
Alcançar todos que trabalham como artesão, mas não possuem registro;
Tornar a Feira da Lua um Patrimônio Cultural Municipal.

Cronograma

Físico:

A edição mais recente aconteceu nos dias 5 e 6 de maio de 2023 na praça Brasil do município de Japurá.

O Departamento Municipal de Cultura, junto com os artesãos através de reuniões, decide por data de realização e tempo para confecção das peças para venda;

A 1ª edição ocorreu nos dias 17 - 18 - 19 de dezembro de 2021
A 2º edição nos dias 06 e 07 de maio de 2022
A 3° edição nos dias 05 e 06 de maio de 2023

Em preparação para a próxima edição.

Financeiro:

Desenvolvimento e gerenciamento da feira: R$ 7.549,00 (valor médio por edição).

Orçamento:

Financiamento público
| R$370 | Despesas com serviços prestados para instalação de iluminação e tomadas em barracas para a feira;
| R$2692 | Despesas com serviços de carro de propaganda, Caixas de Som, Palco;
| R$4487 | Locação de brinquedos (cama elástica, castelo pula-pula, tobogã etc)
| R$7549 |TOTAL GERAL

Financiamento privado
As barracas utilizadas na Feira foram cordialidade da CIABEL (distribuidora de bebidas da cidade).
Cada expositor é responsável pela organização da sua barraca, assim como pelos custos e/ou lucros.
As apresentações dos cantores, foram custeados por um dos expositores, visto que o custo foi baixo.
Os seguranças foram, na maioria funcionários públicos, voluntários.

Beneficiários Diretos:

A cada edição, o número de artesãos envolvidos no projeto aumenta.
Em sua mais recente edição, 15 artesãos e suas famílias participaram da feira, proporcionando um momento de descontração e interação.

Beneficiários Indiretos:

A cidade de uma forma geral, aproximadamente 10 mil habitantes, foram bastante beneficiados, tendo em vista a carência de atividades culturais gratuitas.
Além disso, a feira conta em todas as edições com a visita de pessoas de cidades próximas.

Resultados:

Importante evento artístico-cultural, a feira da lua proporcionou aprendizagem, crescimento e oportunidade financeira aos artesãos do Município. Além disso, trouxe maior interação entre os artesãos e a comunidade. Para os artesãos, aumentou as expectativas de um futuro profissional mais qualificado e motivador.

Anexos

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