Banco de Projetos

PGP-PR Tema do Ano

PONTA GROSSA SUSTENTÁVEL: TRANSFORMANDO RESÍDUOS EM ENERGIA

Ano / Edição: 2022
Município: Ponta Grossa
Função de Governo: Energia

Diagnóstico

A implantação do processo de destinação e depósito de resíduos sólidos urbanos na cidade de Ponta Grossa ocorreu em 1969, onde o método de disposição final era o lixão, conhecido como Lixão do Botuquara, a 11 quilômetros da sede do Município, feito pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, e no caminho de vários pontos turísticos da cidade.
Em 2001 a empresa terceirizada (VEGA SOPAVE), passou a transformar o lixão em aterro controlado e aproximadamente 40 pessoas que lá trabalhavam passaram a constituir o início das Associações de Catadores de Materiais Recicláveis, garantindo maior dignidade a eles e tendo uma melhor renda longe de um local insalubre.
Em 2010 cria-se a Lei Federal 12305 alinhando as posturas e dinâmicas quanto aos resíduos sólidos, momento em que o Município já inicia a busca de novas tecnologias para amenizar o problema, fechar definitivamente o Aterro do Botuquara, dar condições dignas de trabalho e renda aos trabalhadores, destinar corretamente os resíduos e melhorar consideravelmente o meio ambiente como um todo.
Em agosto de 2019, o Aterro do Botuquara foi encerrado e os resíduos sólidos urbanos não recicláveis, passaram a ser destinados para o Centro de Tratamento de Resíduos Vila Velha – CTR Vila Velha, na cidade de Teixeira Soares.
Com um Programa de Coleta Seletiva de Recicláveis consolidado, passou-se a buscar formas de destinação para os orgânicos visando atender a Lei 12.305/2010 e transformar a cidade em referência no cumprimento desta lei e, como as despesas públicas são sempre muito acentuadas encontrar-se também uma forma de diminui-las com o uso de energia gerada a partir dos resíduos orgânicos, bem como diminuir as despesas da disposição final no aterro sanitário.
Nosso maior desafio? Garantirmos uma cidade sustentável, melhor de viver, limpa e agradável para nossas gerações futuras.

Descrição

A responsabilidade pela geração e destinação final dos resíduos sólidos é compartilhada, ou seja, tanto do poder público quanto dos geradores. Quanto menos gerar maiores serão os benefícios sociais, ambientais, econômicos e de investimento.
Em 2019 iniciamos estudos de viabilidade para uma Usina Termoelétrica de Biogás - UTB aproveitando os resíduos orgânicos transformando-os em energia limpa com inúmeras vantagens:
• os custos evitáveis com destinação para o aterro;
• aumento da vida útil do aterro;
• reaproveitamento dos resíduos orgânicos;
• produção de energia limpa e destinação destas para suprir a necessidade de órgãos públicos, evitando os custos de energia elétrica;
• redução dos gases de efeito estufa;
• Adequação à Lei 12.305 e novo marco do saneamento.
Iniciamos a coleta com os grandes geradores de resíduos, com orientações feitas pela equipe de educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, quanto a separação correta dos orgânicos.
A coleta ocorre com caminhão 100% elétrico, o qual funciona com a energia produzida pela própria usina, e não produz poluição atmosférica (mais um ganho ambiental), é levado para o processo inicial de trituração e encaminhado aos biodigestores, onde é decomposto de forma anaeróbia gerando gás metano, que produz a energia.
A energia gerada é interligada com a rede da COPEL e a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa abate de suas faturas o consumo de energia de 46 prédios públicos.
Para a coleta realizamos a programação em 3 fases:
Fase 1 – coleta de resíduos de grandes geradores de orgânico. (Decreto municipal 10.994/2016 e lei federal n° 12.305/2010);
Fase 2 – coleta em condomínios residenciais. (obrigatoriedade de PGRS desde 2017);
Fase 3 - Loteamentos residenciais e comunidade em geral porta a porta (nosso maior desafio).
Até o momento temos 85 empresas que já aderiram ao Programa firmando a primeira fase do programa, crescendo diariamente este número, e, iniciamos a segunda fase.

Objetivos

Gerais:

Demonstrar que é possível ter uma cidade limpa, boa de se viver e atender a lei em sua plenitude, transformando orgânicos em energia limpa e destinando corretamente os demais resíduos.

Específicos:

• Atender a lei 12.305/201 transformando Ponta Grossa em uma cidade modelo que cumpre integralmente a Lei Federal, e garantindo uma cidade melhor de se viver;
• Sensibilizar a comunidade em geral para mudanças de hábitos quanto à destinação de seus resíduos fazendo com que a cidade fique mais limpa;
• Produzir biogás e gerar energia limpa a partir da digestão anaeróbica dos resíduos orgânicos;
• Diminuir os custos com a disposição final de resíduos e as despesas com energia elétrica de prédios públicos;

Metas a atingir:

• Dar condições de transformar a cidade em modelo de destinação de resíduos sólidos urbanos até 2030.
• Realizar palestras quanto à destinação de orgânicos em 100% das empresas e condomínios que assinaram o termo de adesão até 2030.
• Diminuir em 12% os custos de disposição final em aterro até 2030.
• Coletar 15 toneladas dia de resíduos orgânicos até o final de 2022;
• Atendimento com fornecimento de energia elétrica a 100% das UBS do Município até dezembro de 2022;
• Aumentar em 10% a cada ano o atendimento com energia elétrica as Escolas e CMEIs do Município até 2030

Cronograma

Físico:

ETAPA 1 - Estudo de viabilidade - 2019
ETAPA 2 - Aditivo de contrato, licenciamentos, construção da usina, reunião com grandes geradores - 2020
ETAPA 3 - Assinatura dos Termos de adesão, orientação aos geradores, coleta, processamento, geração de energia e distribuição da energia - contínuo

FASES DA COLETA
1° FASE - Coleta em grandes geradores de resíduos orgânico. (Decreto municipal 10.994/2016 e lei federal n° 12.305/2010) – início em 2021
2° FASE – Coleta em condomínios residenciais. (obrigatoriedade de PGRS desde 2017) – início em 2022
3° FASE – Coleta em loteamentos residenciais porta a porta – inicio 2024

Financeiro:

Os valores de instalação da Usina foram parcelados em 180 meses, reajustados conforme o 36º aditivo do contrato 189/2008
CAPEX (custos relacionados à aquisição de equipamentos e instalações que visam a melhoria de um produto, serviço ou da empresa em si) de Implantação a partir de conclusão da instalação: Valor total = R$ 9.142.876,00.
CAPEX de Reinvestimento a partir de 96 meses de conclusão da instalação: Valor total = R$ 4.261.656,00.
Valor Mensal do OPEX (despesas operacionais) da UTB: R$ 125.873,00
Valor Mensal da Coleta Seletiva de Orgânicos: R$ 63.828,20.

Orçamento:

Capex (custos relacionados à aquisição de equipamentos e instalações)
R$: 9.142.876,00
Caminhão R$ 1.898.366,61
Manutenção e Operação: R$ 122.937,37 / mês

Beneficiários Diretos:

Prefeitura Municipal de Ponta Grossa com a diminuição dos custos de destinação final no aterro sanitário dos resíduos e abatimento das contas com energia elétrica nos prédios públicos e por consequência a população princesina.

Beneficiários Indiretos:

Grandes geradores de orgânicos como mercados, restaurantes, panificadoras e empresas que possuem refeitório ou produzam resíduos orgânicos
Condomínios residenciais
Comunidade em geral

Resultados:

Hoje a Usina Termoelétrica a Biogás é uma referência nacional para a resolução de um dos grandes problemas urbanos que temos que são os resíduos sólidos, e por ser a primeira usina administrada pelo poder público municipal, trazendo inúmeros municípios para conhecer o processo.
É, com toda certeza, um dos investimentos mais arrojados que o Município se desafiou a fazer, pensando nas gerações futuras que irão colher os frutos deste investimento e com mudanças de comportamento, de rotina e de valores que ocorrem ao longo do tempo através de um processo educativo contínuo.
Com apenas um ano de funcionamento, e ainda sem estar com sua capacidade total, já podemos afirmar que a transformação de orgânicos em energia limpa é um sucesso, pois, de maio de 2021 a março de 2022 o custo evitado de aterro foi de R$ 213.945,03 e de energia elétrica de R$ 111.232,21. Dados fantásticos que só tendem a crescer. Estão sendo processadas 8 toneladas de resíduos orgânicos por mês e sendo produzidos 52 MWh/mês de energia limpa. Quando chegarmos à capacidade plena de produção da usina, que são 30 t/d os ganhos serão ainda maiores.
Já contamos com 85 empresas e 03 condomínios residenciais cadastrados, com termo de adesão assinado, onde todas receberam as orientações para a separação correta e dos quais 70 receberam o SELO VERDE. Este número vem aumentando diariamente, pois a preocupação com uma cidade sustentável é de toda população que busca um local sempre melhor de se viver
São 46 estabelecimentos públicos beneficiados com energia sendo 37 unidades de saúde, a UPA Santana, o Paço Municipal, a Secretaria de Segurança Pública, 3 escolas e 2 CMEIS, sem contar os benefícios indiretos como a preservação ambiental e o atendimento aos Objetivos 7, 9, 11 e 12 do desenvolvimento sustentável.
Nossa cidade está cada vez mais limpa, com uma população mais assistida e feliz por saber que estamos todos preocupados com desenvolvimento sócio-econômico-ambiental de nossa Princesa dos Campos Gerais.
E, tudo isso podendo ser expandido e replicável para outros municípios, daí o fato de Ponta Grossa ter se tornado uma vitrine para a geração de energia limpa através de resíduos orgânicos.

Anexos

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