Banco de Projetos

Prêmio Gestor Público Paraná

Ambulatório Pós COVID

Ano / Edição: 2021
Município: Maringá
Função de Governo: Saúde

Diagnóstico

Há dois anos, o cenário de saúde mundial tem sido marcado pela pandemia do novo coronavírus ou também chamado de SARS-CoV-2, que causa a doença COVID-19. Com altas taxas de morbi mortalidade e sequelas drásticas para a vida dos pacientes e das famílias que o acompanham, a COVID-19 tem exigido dos serviços de saúde uma urgente reestruturação para atendimento não só das condições clínicas agudas, mas também uma atenção para as condições crônicas advindas das sequelas causadas por esse vírus (SOTERO-MARTINS et al., 2021).
Diante dos sintomas prolongados que os indivíduos vêm apresentando sobre a COVID, uma vez que dados preliminares de estudos observacionais apontam que, aproximadamente, 80% dos pacientes internados em enfermarias e unidade de terapia intensiva (UTI) apresentam sintomas prolongados que duram 3 semanas ou mais, além das mutações identificadas pelo vírus, o que aumenta os casos de reinfecção com possibilidade de sequelas, há uma nova preocupação entre os gestores de saúde sobre uma epidemia subjacente e mais silenciosa que é a chamada Síndrome Pós-Covid, ou COVID “longa” e “pós-aguda” (NAKADA;URBANO, 2020; OPAS, 2020).
Os sintomas mais comuns da Síndrome Pós-Covid são fadiga, dispneia, dor articular, desconforto torácico e tosse seca. No entanto, há relatos de ampla variação de complicações e sintomas, incluindo queixas osteomusculares, como mialgia e artrite reativa, além de sintomas como anosmia e disgeusia persistentes, falta de apetite e odinofagia. Manifestações mais graves também podem surgir, destacando a fibrose pulmonar, dano miocárdico viral (direto ou mesmo como consequência das longas internações hospitalares e em UTI) com redução de função sistólica e arritmias, distúrbios tromboembólicos, déficit neurocognitivo e Síndrome de Guillain-Barré. Sintomas gastrointestinais e psiquiátricos também estão descritos. Do ponto de vista dermatológico, pode surgir rash com múltiplas apresentações possíveis: vesicular, maculopapular, urticariforme ou similar a eritema pérnio (OPAS, 2020; CARFI et al., 2020).
O diagnóstico da síndrome Pós-Covid-19 não é tão simples, pois é preciso diferenciá-lo de outros quadros clínicos, como depressão, sequela pulmonar, anemia e neuropatias, que apresentam sintomas semelhantes. Por esse motivo, toda organização em gestão de saúde que promova a organização do fluxo de atendimento do paciente COVID, desde do primeiro atendimento até o seu acompanhamento pós-hospitalar devem ser considerados (MORALES-RODRIGUEZ et al., 2020).

Descrição

O fluxo de atendimento do projeto piloto “ambulatório pós-covid: parceria entre escolas e serviço de saúde”, inicia-se pelas UBS e depois pela central de regulação da Secretaria Municipal de Saúde. Estao sendo incluídos no atendimento do ambulatório Pós-Covid os pacientes que ficaram com sequelas após a infecção da doença e que estiveram internados na enfermaria ou em leitos de UTI dos hospitais no Município de Maringá, Paraná, Brasil.
Na alta hospitalar, esse paciente recebe o encaminhamento do médico plantonista para o ambulatório Pós-Covid, que o orientará a agendar sua entrada no ambulatório via Unidade Básica de Saúde (UBS). Após o agendamento, o serviço de regulação encaminha o usuário para o primeiro atendimento com um clínico geral, nos respectivos horários e estabelecimentos de saúde:

UBS ACLIMAÇÃO
5º feira e 6º feira de manhã

AMBULATÓRIO HOSPITAL MUNICIPAL
Sábado e Domingo no período da manhã.

Levando em consideração as condições transitórias causadas pela COVID-19 (MORALES-RODRIGUEZ et al., 2020), o Médico Clínico geral realiza uma consulta detalhada/triagem determinando a necessidade, de fato, do especialista, da equipe multiprofissional ou se o paciente tem condições de ser acompanhado pela Atenção Primária à Saúde (APS).
Quando houver necessidade de especialidade, o clínico geral no ato da consulta, solicita via sistema (automático), uma avaliação com o especialista, sendo esse atendimento realizado também pelas instituições de ensino nos locais mencionados. O usuário é direcionado para a fila de especialidade Pós-Covid, uma vez pactuada entre a escola e serviço que os especialistas terão, diariamente, no mínimo duas vagas a mais para suprir a necessidade da respectiva fila.
Vale destacar que se o clínico geral identificar a necessidade pontual referente a prótese dentária, endodontia, periodontia e buco-maxilo-facial está disponível para encaminhamento no sistema gestor a odontologia COD/UEM. Esse atendimento acontece em parceria com o COD/UEM - Centro Odontológico da Universidade Estadual de Maringá, em que será acompanhado por preceptores e alunos da residência local, no endereço:
UEM: Av. Mandacaru, 1550 - Centro, Maringá - PR, 87080-000
Agora quando a necessidade se pautar em atendimento multiprofissional, estas estão disponíveis nos espaços já existentes das universidades parceiras nos seguintes endereços:
UNINGÁ: Rodovia. PR 317, 6114 Parque Industrial 200, Maringá - PR, 87035-510
UNICESUMAR: Av. Guedner, 1610 - Jardim Aclimação, Maringá - PR, 87050-900
O clínico geral ou o especialista encaminha, via sistema gestor, o usuário para as instituições de ensino de referência. O usuário irá aguardar a secretaria de saúde entrar em contato para informá-lo sobre a data e o horário do início do seu atendimento nas escolas, visto que a equipe multidisciplinar envolverá atendimento: Fisioterapia, Nutrição, Enfermagem, Fonoaudiologia, Psicologia, Assistente Social, Odontologia, Educador Físico.

Objetivos

Gerais:

Implantar, em parceria com as instituições de ensino, o projeto piloto do Ambulatório Pós-COVID em Maringá, Paraná, Brasil.

Específicos:

- Melhorar a qualidade de vida de pacientes Pós-Covid, contribuindo com seu retorno às atividades rotineiras, mediante atendimento multiprofissional especializado;
- Contribuir com pesquisas científicas no âmbito da prevenção terciária sobre a COVID-19.

Metas a atingir:

- Prestar assistência integral aos pacientes que enfrentaram internamento em decorrência da COVID-19;
- Recuperar eventuais sequelas físicas e emocionais provenientes da infecção pelo coronavírus;
- Proporcionar oportunidade para as Universidades locais entenderem melhor a doença e as consequências do internamento, por meio de práticas assistenciais e da pesquisa científica.

Cronograma

Físico:

Após observar as complicações oriundas das internações por COVID-19, a Gerência de Planejamento da Secretaria de Saúde, em comunhão com a Diretoria de Assistência e Promoção de Saúde, no ínício de 2021, começou a desenvolver estratégias para o cuidado desses pacientes, que passaram a apresentar diversos sintomas que persistiam mesmo após o período de infecção pelo coronavírus. De março a maio iniciou-se então uma conversa com as maiores Universidades de Maringá, visando uma parceria que dirimisse os custos desse tratamento, uma vez que a pandemia em si já consome uma enorme fatia dos recursos financeiros destinados à saúde e iniciou-se a implantação do projeto. Dessa forma, firmou-se parceria entre a Secretaria Municipal de saúde de Maringá e a UNICESUMAR, UNINGÁ e a UEM e em julho iniciaram-se os atendimentos.

Financeiro:

Como o projeto contitui-se de uma parceria entre as universidades e a Secretaria de Saúde, os custos com recursos humanos como clínico geral, todas as esecialidades médicas e todos os tratamentos complementares tem sido uma contrapartida das Instituições de Ensino Superior (IES), que abrem campo de estágio supervisionado aos seus alunos e que em contrapartida recebe os pacientes do município, oportunizando, inclusive produção científica. Dessa forma o custeio dos profissionais, materiais e instalações são das universidades, portanto o projeto não demanda recursos do erário.

Orçamento:

Como já mencionado, em virtude da parceira entre a SMS e as universidades, nessa fase de implantação e desenvolvimento do ambulatório Pós-COVID é de responsabilidade das instituições, não há custos para o município. Todos os profissionais, assistentes administrativos são das IES.

Beneficiários Diretos:

Pacientes que tiveram alta de internamento por COVID-19 proveniente de enfermaria ou UTI SUS a partir de 01 de julho de 2021.

Beneficiários Indiretos:

- Familiares dos pacientes atendidos;
- O serviço de saúde pública por poder oferecer esse tipo de tratamento à população;
- As instituições de ensino superior, por terem a oportunidade de exercitar práticas assistenciais nesse cenário panêmico e de realizar pesquisas relacionadas ao COVID-19 tanto no processo de adoecimento quanto no "pós-doença";
- População em geral por ter esse tipo de serviço instalado na rede de saúde pública.

Resultados:

- Percentual de altas hospitalares encaminhadas para o Ambulatório Pós-COVID (APC) tendo a UBS como porta de entrada;
- Tempo de retorno do APC às soicitações realizadas pela UBS;
- Percentual de altas realizadas pelo APC;
- Número de publicações científicas provenientes dos atendimentos realizados pelas Instituções de Ensino Superior parceiras no Ambulatório Pós-COVID.

Os atendimentos do APC iniciaram-se em 01 de julho de 2021 e mesmo com pouco tempo de atuação, já foram atendidos 89 pacientes.

Anexos

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