Clínica de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
Ano / Edição: 2020
Município: Maringá
Função de Governo: Saúde
Diagnóstico
Conhecido popularmente como autismo, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que intriga pela complexidade e mistério que envolve suas causas, prognósticos e os mais variados graus e características apresentadas pelos indivíduos. As evidências indicam para um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades comunicativas e de interesses restritivos e repetitivos.
Embora a complexidade e singularidade sejam uma marca do TEA, estão entre as principais dificuldades dos pacientes a comunicação, interação social, seletividade alimentar, agressividade, coordenação motora, além de questões relacionadas ao universo sensorial, autonomia e atividades cotidianas desde higiene a atender comandos.
Diante das dificuldades, familiares e os sujeitos em questão lutam para conseguir seu espaço na sociedade e garantir o direito a ações educativas e de saúde, necessárias ao desenvolvimento de habilidades e integração à comunidade. Contudo, sem condições de arcar com os custos de tratamento, muitos não terão possibilidade de uma intervenção com especialistas de diversas áreas, o que pode influenciar na superação das deficiências.
Descrição
Inaugurada em 4 de maio de 2020, a Clínica de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista realiza um trabalho multiprofissional, oferecendo condições para a promoção da qualidade de vida do paciente e familiares, respeitando sempre o nível de desenvolvimento e características individuais. A clínica atende, semanalmente, 50 pacientes na maioria de famílias de baixa renda. São 41 pacientes do sexo masculino e 10 do sexo feminino com idade entre 02 e 14 anos. Integram a equipe 11 profissionais de 08 áreas: assistência social, educador físico, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, pedagogia, psicologia, e terapia ocupacional¹.
A Clínica de Apoio ao Transtorno de Espectro do Autista viabiliza o atendimento de pacientes do TEA na busca da qualidade de vida dentro e fora de casa, incluindo a escola e o convívio em comunidade. As atividades têm o propósito de manter e melhorar as habilidades para que os pacientes possam chegar à independência dentro de suas capacidades. Com o atual quadro de profissionais, a clínica tem capacidade pra atender 160 pacientes por mês.
O tratamento objetiva a:
— Melhora na comunicação;
— Promoção da autonomia;
— Interação social;
— Atendimento das necessidades do cotidiano;
— Saber brincar;
— Realização das tarefas propostas;
— Resposta aos estímulos;
— Realização de grupos terapêuticos com os pais a fim de fortalecer e ampliar as estratégias adotadas pela clínica em ambiente familiar;
— Apoio em demandas vinculadas ao cuidado com os filhos.
Os encaminhamentos são realizados após triagem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) da região de abrangência por pediatra ou neurologista cadastrado no SUS. Os casos passam ainda por avaliação da equipe multidisciplinar da clínica que definirá o tratamento no local ou acompanhamento pela UBS ou Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi)².
Definido o tratamento na clínica, são levantadas as demandas terapêuticas, selecionados os profissionais necessários para o processo de habilitação/reabilitação e a terapia mais apropriada naquele momento. Desse modo, os profissionais avaliam as melhores alternativas e empregam diferentes atividades de trabalho com vistas à evolução do tratamento dos distúrbios físicos, mentais ou dos quadros associados a problemas sociais ou emocionais.
São destinados 45 minutos para os atendimentos individuais e 90 minutos para os em grupo. A periodicidade do atendimento é determinada de acordo com as necessidades individuais dos usuários em um Projeto Terapêutico Singular (PTS)³, com limite máximo de 20 sessões individuais eu em grupo por profissional.
Implantada em UBS desativada, a clínica conta com 08 salas de atendimento, recepção, sala de direção, cozinha, sala de troca, banheiros. As práticas dispõem de circuito psicomotor, brinquedos, bolas suíças, jump, prancha equilíbrio, jardim sensorial, jogos, massinhas, areia, bolas, tapete sensorial, brinquedos pedagógicos, além de outros estímulos sensoriais4.
A clínica também tem um veículo próprio utilizado nas visitas da assistente social às famílias, nos serviços de saúde e demandas administrativas e em buscas ativas nos casos de desistência do tratamento ou reincidência de faltas no atendimento, por motivos sociais ou contextuais.
(1) Conheça a atribuição de cada profissional na clínica (Anexo I) e a quantidade de servidores por área, carga horária e vínculo empregatício (Anexo II).
(2) Veja fluxograma no Anexo III
(3) O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é uma metodologia que organiza as atividades das equipes de forma conjunta e sistêmica em busca de um atendimento mais efetivo e que também corresponsabiliza paciente e familiares.
* Veja matérias jornalísticas sobre a estrutura da clínica no Anexo IV.
Objetivos
Gerais:
Por meio de um atendimento clínico multiprofissional (habilitação e reabilitação), favorecer o desenvolvimento e qualidade de vida aos pacientes com TEA, reduzindo dificuldades e potencializando as capacidades, promovendo o desempenho funcional em seus diferentes papéis ocupacionais, bem como prover suporte e assistencial às famílias.
Específicos:
— Avaliar sinais que possam estar associados ao diagnóstico de TEA, ainda que não definitivo, a fim de vislumbrar possibilidades de intervenção clínica multiprofissional;
— Disponibilizar atendimento clínico multiprofissional de habilitação e reabilitação;
— Favorecer integração da clínica com demais níveis de assistência à saúde e educação, de forma colaborativa entre as diversas áreas, engajando demais profissionais envolvidos com o desenvolvimento global dos pacientes;
— Prestar atendimento educacional especializado a crianças;
— Ofertar atendimento educacional especializado a adolescentes que apresentem sinais ou diagnóstico de TEA e não estão em inclusão escolar.
Metas a atingir:
Atender a partir do término da pandemia, 160 crianças e adolescentes semanalmente, garantindo atendimento adequado e o mais cedo possível, visando o mais efetivos ganhos de desenvolvimento.
Cronograma
Físico:
Inaugurada em 4 de maio de 2020, a Clínica de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista.
Financeiro:
Recursos municipais (Fundo Municipal de Saúde)**
Reforma do imóvel da Clínica do Autismo:
R$ 23.539,52 (mobiliário planejado);
R$ 989,82 (divisórias);
R$ 805,00 (janela de correr);
R$ 80,50 (prestação de serviços);
R$ 10.150,00 (telhado da clínica);
R$ 11.300,00 (prestação de serviços);
R$ 4.800,00 (cadeiras giratórias);
R$ 2.157,17 (grade com portão);
R$ 329,80 (prestação de serviços).
Recursos federais
A clínica utiliza os R$ 612.856,00 originados de emendas parlamentares do deputado federal Fernando Francischini (R$ 500.000,00) - Portaria 1671 de 05/07/17 - e do deputado federal Enio Verri (R$ 112.856,00) - Portaria 3423 de 17/12/19 para reforma mobiliário e pagamento de pessoal ate o término de recursos.
**Investidos R$ 16.831,54 entre exames e consultas especializadas. Medicações e custos com os atendimentos nos CAPS e UBS não foram contabilizados.
Orçamento:
Municipal e emenda parlamentar federal
Beneficiários Diretos:
Crianças e adolescentes com TEA e familiares.
Beneficiários Indiretos:
Avançar em políticas públicas voltadas ao TEA acaba por beneficiar toda a comunidade, uma vez que resguarda direitos e participação de familiares e pacientes, reduzindo o impacto social, econômico e na saúde.
Resultados:
A clínica atende, semanalmente, 50 pacientes na maioria de famílias de baixa renda. São 41 pacientes do sexo masculino e 10 do sexo feminino com idade entre 02 e 14 anos.