Certificado de Reconhecimento
O que os olhos não vêem.
Ano / Edição: 2020
Município: Mandaguari
Função de Governo: Educação
Diagnóstico
O município de Mandaguari encontra-se localizado na região Norte do Estado do Paraná e
possui uma população de aproximadamente 35 000 habitantes. A Rede Municipal de Ensino é
composta por dezesseis instituições escolares, sendo dez Centros Municipais de Educação Infantil,
três centros parciais, sete centros de tempo integral; e seis escolas de Ensino Fundamental, onde
destas, três são de tempo integral, totalizando 3 492 alunos matriculados na Rede Municipal de
Ensino ano de 2019, incluindo Educação Especial e EJA.
A Escola Municipal Bom Pastor- Ensino Fundamental, está localizada na região central do
município de Mandaguari, rua João Ernesto Ferreira, rua está uma via de acesso principal para o
centro comercial. A escola funciona em dois períodos, matutino e vespertino, atendendo 335 alunos
com idades entre 6 e 10 anos, do primeiro ao quinto ano residentes nessa região e nos bairros
próximos. Os estudantes são advindos de famílias com certo grau de instrução, a saber ensino
médio completo. A maioria das mães trabalham, mas são presentes na escola quando convocadas,
tendo participação na vida escolar dos filhos. O município fornece transporte escolar público, mas
algumas famílias fazem uso de vans e um grande número leva a criança à escola com veículo
próprio. Devido a escola estar localizada, próximo à rodoviária, igreja e praça percebe-se uma
movimentação de pessoas em condições menos privilegiadas social e economicamente, os
invisíveis da sociedade. É notório, que a atual situação do país, permite a uma parcela da população
honrar com suas obrigações financeiras, comprar alimentos enfim viver no limite de seu orçamento,
em contrapartida, existe uma outra parcela da população que sequer possui uma renda, comida,
vestimentas e abrigo, esses são desassistidos, despercebidos em nossa sociedade.
Descrição
O essencial é invisível aos olhos. O que os olhos não veem, é um projeto diferenciado, e
inovador pois, alunos do 4º ano de uma escola municipal, após ouvir através da professora a leitura
de uma história, conseguem analisar, perceber e diagnosticar que nossa sociedade está doente,
está cega, e que pessoas ditas invisíveis circundam os arredores da escola em que estudam e eles
também não as notam. Moradores de rua, idosos, pessoas em situação de vulnerabilidade e
pessoas com deficiência, os invisíveis de nossa sociedade.
O desejo por modificar a realidade percebida foi grande, e conhecer realidades foi crucial, os
estudantes tiveram a oportunidade de realizar bate papo com uma assistente social que atua
diretamente com pessoas em situação de vulnerabilidade e moradores de rua, psicóloga de uma
Escola de Educação Especial, um morador presidente de um bairro de periferia da cidade e um
voluntario em um projeto social da igreja, onde fornecem refeições a moradores de rua.
Identificado e conhecido o público ao qual desejariam atuar, e após relatos desses
profissionais, em conjunto, os alunos decidiram que realizariam uma homenagem aos alunos
especiais da Apae e uma grande campanha de arrecadação onde envolveria os mais de 300 alunos
da escola, nela arrecadariam alimentos, produtos de higiene pessoal e roupas. A Campanha de
arrecadação, não geraria custos a nenhum participante, pois trabalhariam com doações e não
compras e a homenagem seria ensaiada e o presente confeccionado pelos próprios estudantes.
Objetivos
Gerais:
Conscientizar os alunos, pais, e toda a comunidade escolar sobre os invisíveis da sociedade.
Específicos:
Conhecer ações sociais em prol dos despercebidos;
Motivar ações cooperativas concretas de ajuda ao próximo;
Incentivar os alunos na propagação da campanha de arrecadações dentro do ambiente escolar;
Planejar ações cooperativas de doações de roupas, alimentos e produtos de higiene pessoal aos
invisíveis de nossa comunidade;
Integrar alunos de escola de Ensino Regular com alunos de Escola Especializada.
Metas a atingir:
Meta I: Desenvolver o desejo por conhecer e ajudar os invisíveis
Meta II: Despertar nos alunos o olhar e escuta ativa.
Meta III: Conhecer ações cooperativas
Meta IV: Interagir com profissionais e pessoas que trabalham com os despercebidos da sociedade.
Cronograma
Físico:
AÇÕES:
Realização de palestras com Assistente Social do município;
Diálogo entre os alunos e as pessoas que desenvolve um trabalho social com os moradores de rua;
Palestra com a psicóloga da Apae de Marialva, para entendam e conheçam um pouquinho sobre a pessoa com deficiência;
Promoção do diálogo e compartilhamento de informações entre os alunos;
Explicação aos pais sobre as ações do projeto;
Estabelecimento de um momento de diálogo onde os alunos que coordenam o projeto com a comunidade escolar.
Motivação da comunidade para o recebimento das doações.
Organização de uma homenagem aos alunos da APAE, realizada no evento de abertura da Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.
Atividades:
Envio de ofício para o CRAS pedindo uma palestra com a assistente social;
Agendamento de uma palestra com a psicóloga da Apae de Marialva- via telefone;
Elaboração das questões que serão feitas para os profissionais que lidam com os invisíveis;
Organização da sala e assentos para todos que participarão das palestras;
Registro das palestras através de fotos;
Entrega de bilhetes aos pais pedindo doação de alimentos, produtos de higiene e roupas;
Confecção de cartazes de incentivo á colaborar com o projeto.
Explicação a comunidade escola, quem são os invisíveis de nossa comunidade e como podemos ajudá-los.
Divulgação do projeto em redes sociais e demais mídias.
Arrecadação e seleção das doações recebidas;
Seleção dos grupos, entidades e pessoas que irão receber as doações;
Envio dos convites e ofícios aos que irão receber as doações;
Confecção de sacos de presentes para organizarmos nossas doações.;
Personalizar os sacos de presentes, com fotos dos alunos do projeto;
Escrita coletiva do cerimonial do evento de entrega das doações;
Organização o ambiente escolar para receber nossos convidados;
Entrega oficial das arrecadações realizadas durante o projeto.
Entrega de bilhetes para a autorização da saída dos alunos do ambiente escolar;
Envio de ofício á Secretaria de Educação pedido transporte escolar para o dia do evento;
Confecção de cartazes, flores artesanais;
Ensaio da música: Viver e Sorrir, que será lançada no dia do evento como hino da escola;
Participação no evento da Apae com a homenagem dos alunos entregando-lhes as flores, cartazes e cantando junto com eles seu hino.
RESULTADOS ESPERADOS:
Mobilização dos alunos para colaborarem com ações cooperativas em prol do próximo;
Estimulação da consciência cooperativa.
Estimulação de ações cooperativas e empreendedoras;
Esclarecimento sobre como se dará o projeto e os efeitos benéficos dele enquanto ação solidária em benefício de outrem.
Adesão de um número maior de colaboradores para o nosso projeto.
Ajudar pessoas em situação de risco e vulnerabilidade;
Propagação e estímulo da cultura da cooperação;
Colaboração com o projeto social que visa proporcionar alimentação aos moradores de rua.
Despertar valores solidários
Financeiro:
Os gastos com o projeto já estão previstos no orçamento anual da Secretaria Municipal de
Educação, uma vez que representam apenas gastos com pessoal e material de expediente e
permanente.
Orçamento:
DESPESAS COM PESSOAL O projeto conta com uma profissional com especialização área de
pedagogia com custo mensal aproximado de R$ 6.000,00 (seis mil reais).
CUSTO OPERACIONAL O projeto tem como custo operacional, o valor de R$ 500,00 (quinhentos
reais) mensais aproximadamente, relativo ao custo com material de expediente, transporte e
material gráfico para a divulgação do projeto.
Neste sentido, os gastos com o projeto representam um custo-benefício singular, dado o alcance
positivo no processo de aprendizagem da Rede Municipal de Ensino/ Comunidade Escolar.
Beneficiários Diretos:
Alunos matriculados nos quartos da Escola Municipal Bom Pastor.
Beneficiários Indiretos:
Pais e responsáveis e comunidade escolar de modo geral.
Resultados:
O projeto teve início no ano letivo de 2019, envolvendo alunos os matriculados na Escola Municipal Bom Pastor.
Surgiu a partir da percepção da ausência de sensibilidade ao diferente. A leitura de uma história permitiu reflexões, indagações e o desejo por transformar uma realidade constatada cruel pelos alunos. Foi realizada uma pesquisa com os pais da comunidade escolar, e após análise a tabulação dos dados obtidos por questionário, notou-se que ela é real e que os pais reconhecem a existência de pessoas que passam por problemas e dificuldades, porém desconhecem grupos diversos e entidades que trabalham em prol dessas pessoas. A necessidade de fazer algo a esse respeito permitiu uma aproximação da escola com a comunidade escolar, desenvolvendo a capacidade enxergar o que parece invisível.