Banco de Projetos

PROGRAMA IVAIPORÃ FRUTIFICA

Ano / Edição: 2020
Município: Ivaiporã
Função de Governo: Agricultura

Diagnóstico

Um estudo feito pelo Território do Vale do Ivaí em parceria com universidades, sindicatos rurais, secretarias de agricultura, técnicos da Emater, Iapar, Seab e técnicos da iniciativa privada, demonstrou o potencial de Ivaiporã e região para desenvolver um Circuito de Fruticultura, visto que as condições edafoclimáticas (clima e solo) permitem o cultivo de espécies diversas de frutas comerciais.
Desta forma, em 2018, o poder público municipal entendeu a importância de dar suporte para o desenvolvimento da olericultura e fruticultura no município. Diante deste estudo, a Prefeitura de Ivaiporã, por meio dos Departamentos de Agricultura e Indústria, Comércio, Serviços, Turismo e Agronegócios, contratou uma engenheira agrônoma, especialista no cultivo, produção e comercialização de hortifrúti, para o desenvolvimento do Programa “Ivaiporã Frutifica”.
A ideia foi identificar os produtores rurais que quisessem diversificar a produção e, consequentemente, tivessem potencial para trabalhar com a olericultura e a fruticultura. O trabalho foi iniciado ainda em 2018 e, em agosto de 2019, o Departamento de Economia Rural (Deral) publicou uma análise preliminar do Valor Bruto da Produção Agrícola (VBP), em que apontou uma modificação no Núcleo Regional da Seab de Ivaiporã, com o crescimento na olericultura e fruticultura com maior valor agregado. Ou seja, em um curto prazo de trabalho, o município de Ivaiporã já mostrou resultados.

Descrição

O município de Ivaiporã contava com alguns produtores de maracujá e morango e, por conta de estudos realizados, o poder público municipal tinha a informação que o município possuía o potencial para desenvolver a fruticultura e olericultura.
Sendo assim, em 2018, a Prefeitura de Ivaiporã, por meio dos Departamentos Municipais de Agricultura e Indústria, Comércio, Serviços, Turismo e Agronegócios, contratou uma engenheira agrônoma, especialista no cultivo, produção e comercialização de hortifruti, Maria Helena da Cruz, para o desenvolvimento do Programa “Ivaiporã Frutifica”.
O Ivaiporã Frutifica começou a ganhar corpo no final de 2018, quando os técnicos da Prefeitura de Ivaiporã realizaram visitas a algumas propriedades rurais e fizeram o levantamento das áreas que os produtores trabalhavam. De acordo com a engenheira agrônoma responsável pelo Programa, Maria Helena da Cruz, o projeto piloto foi desenvolvido na região do distrito de Jacutinga, onde há vários cafeicultores, que são agricultores familiares, sendo que a fruta, assim como o café e o leite, encaixa-se muito bem em pequenas propriedades.
A partir das visitas dos técnicos, os produtores que já trabalhavam com o maracujá e morango ampliaram a produção e, por causa do Programa Ivaiporã Frutifica, novas culturas foram inseridas no município, entre elas, abacate, abacaxi, goiaba, banana, uva e citrus. Segundo a engenheira agrônoma, Maria Helena, a expectativa é que, em 2021, os produtores ampliem a produção com frutas de caroço, como o caqui, o pêssego, a nectarina, a maçã e a ameixa.
Os produtores são acompanhados pelos técnicos e capacitados a trabalhar com controles alternativos, visando a redução de agrotóxicos e o cumprimento da demanda mundial com o plantio agroecológico. De acordo com a engenheira agrônoma Maria Helena, o objetivo do programa é treinar o produtor para que seja autossuficiente, levando-o à compreensão do lapso temporal necessário para uma produção sustentável e perene. Contudo, os técnicos orientam os produtores a fazer o plantio de algumas frutas consorciado com uma lavoura anual. Por exemplo, o plantio de abacate, que leva em média 3 anos para produzir, pode ser junto a um plantio anual para a subsistência, como o feijão, a abóbora, o milho ou, até mesmo, o maracujá, que é uma cultura de fruta comercial anual.
Além de todo este trabalho de capacitação dos produtores rurais, auxílio na escolha da área, análise do solo, fomento à industrialização, a Prefeitura de Ivaiporã cedeu um barracão, que está sendo preparado para tornar-se um Centro de Distribuição, para os produtores classificar, embalar e organizar a produção. Devido a pandemia do novo coronavírus, atrasou a reforma do barracão e a disponibilização para os produtores, no entanto, não afetou o trabalho do programa, pois, a Associação da Agricultura Familiar do Jacutinga cedeu o barracão para tal função. Este barracão foi adquirido com o apoio da Prefeitura junto ao Pró Rural, por meio da apresentação do projeto “Café Rentável e Competitivo”.
O Frutifica Ivaiporã também auxiliou os produtores na compra de mudas de qualidade. Antes do lançamento do Programa, a engenheira agrônoma exemplificou que os produtores compravam mudas de citrus que chegavam a R$ 60,00, sem procedência e, muitas vezes, doentes. Com a intervenção da Prefeitura, os produtores conseguem comprar mudas de citrus certificadas no valor de R$ 7,50, sendo que o poder público municipal cuida de toda a logística da compra sem onerar os produtores.
Busca-se com o programa Ivaiporã Frutifica a qualidade dos frutos; a redução da utilização de agrotóxicos; melhoria no manejo do solo e água; melhoria na renda familiar; fixação da família na área rural, o que evita ou reduz o êxodo rural dos jovens; aumento da produtividade e diversificação das propriedades; a inserção e valorização do trabalho da mulher na administração rural; fatores que consequentemente levam os produtores a um aprimoramento tecnológico, voltado a diversificação, que provoca a abertura de novos mercados.
O Programa Ivaiporã Frutifica promove alianças com os setores públicos, privados e terceiro setor para atender as principais demandas de abastecimento através da sua capilaridade e das experiências bem sucedidas na geração de oportunidades e na diversificação das unidades produtivas.
Como resultado imediato de todo o trabalho desenvolvido até o momento, os produtores de Ivaiporã começaram a comercializar a produção para a Cooperativa Agroindustrial de Corumbataí do Sul -PR e região (Coaprocor), para uma rede de supermercados do município de Guarapuava e para o CEASA de Maringá, além do abastecimento de Ivaiporã e do Vale do Ivaí.
Desta forma, para comercializar a produção, a Prefeitura de Ivaiporã auxilia na logística e na entrega da matéria prima fornecida pelos agricultores para os novos mercados acessados. A Prefeitura cede o caminhão e o motorista sem custo para os produtores.
O Poder Público Municipal se propôs a fazer a cessão de um caminhão conquistado com recursos do Ministério da Agricultura, que servirá para integrar a logística de comercialização das frutas para novos mercados em outros municípios, com a finalidade de contribuir para a autonomia dos produtores.
Ressalta-se que com o aumento da produção e a diversificação que está sendo implantada no município, haverá a necessidade de montar uma cooperativa para legalizar a comercialização, vislumbrada a longo prazo.

Objetivos

Gerais:

Diversificação, volume e constância da produção nas propriedades rurais

Específicos:

- Comercialização de hortaliças e hortifruti para novos mercados;
- Melhorar a qualidade de vida e renda das famílias do campo;
- Diminuir o êxodo rural dos jovens;
- Inserir a mulher no contexto da produção;
- Tornar a agricultura familiar sustentável.
- Agregar valor à matéria prima através da fabricação de produtos artesanais;
- Contribuir na melhoria de vida dos agricultores;
- Levar alimento seguro à população consumidora;
- Promover a segurança alimentar (rastreabilidade, controles alternativos, redução de agrotóxicos);
- Realizar o manejo adequado do solo e da água para contribuir com a proteção do meio ambiente;
- Incentivar a produção voltada para a agroecologia;
- Fomentar a sucessão rural;

Metas a atingir:

O Ivaiporã Frutifica foi implantado para atingir metas a curto, médio e a longo prazo. O programa foi iniciado com menos de 1% dos produtores familiares de Ivaiporã na produção da fruta. Em menos de dois anos de trabalho, foi atingido quase 10% das famílias pretendidas. A médio prazo pretende-se atingir 30% das pequenas propriedades.
A longo prazo, quando o Projeto Frutifica Ivaiporã atingir pelo menos 60% das pequenas propriedades do município, além dos demais produtores da região que já demonstram interesse em fazer parte, deverá ser criada uma cooperativa, com a finalidade de dar respaldo ao trabalho de comercialização e conquista de novos mercados.
Embora a fruta seja bastante rentável, a engenheira agrônoma responsável pelo projeto pontuou que para a preparação adequada de solo e manejo da produção, algumas culturas de frutas levam em média 3 anos para produzir e, consequentemente, gerar renda ao produtor, visto que o pequeno produtor está acostumado a obter renda de forma mais rápida. Isso faz com que o projeto seja inovador, pois, trata-se de implantação de novas culturas aos produtores rurais.
Outra meta a ser atingida é a implantação de um aplicativo que foi desenvolvido por meio de uma parceria com a Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí (FATEC), Instituição de Ensino Superior que oferece curso de Agronegócios. Este aplicativo tem a finalidade de facilitar a comercialização entre o produtor e o comerciante. O comprador realiza os pedidos de acordo com suas demandas e retiram no Centro de Distribuição. Dessa forma, o comerciante garante a quantidade de produtos necessária e o produtor tem a garantia de comercialização da produção. A previsão de implantação do aplicativo é a médio prazo, porém, já foi realizada uma pesquisa com os comerciantes que aprovaram a ideia e se interessaram em adquirir os produtos, desde que haja garantia da demanda. Não houve a efetivação da implantação do aplicativo, devido ao novo cenário frente à pandemia da Covid-19, pois as aulas presenciais foram suspensas e não há previsão de retorno para esse ano.

Cronograma

Físico:

Produtores envolvidos no programa:
Edson Magri (goiaba e maracujá, café) Valdeci Siqueira Teixeira (maracujá, café) Valdecir de Souza (maracujá e café), José Carlos Goulart (maracujá e café) Paulo Sérgio (maracujá e café) Celso (café, maracujá) João de Andrade (abacate e café) Sidnei (uva e café) Lucas (maracujá e café) Hesron (morango, maracujá, abacate) Sebastião (maracujá e abacate) 3 produtores da localidade Perobão (maracujá e café) Aparecido Lipérci (maracujá e café) Eurico ( abacate, café e maracujá) Sebastião Beline da Silva (abacate) Armando Vicente (abacate) Euzelene Ferreira de Souza (abacate) Gilvani Coelho (abacate) Jane Superbi (abacate, pitaia, maracujá) Silvana (abacate) Manoel (abacate) Djalma Magri (abacate, café) Adir Salla (abacate) Maria Dolores (abacate) Alessandra Furlan Boiko (abacate) Solange Fátima Bolela (abacate) Anivaldo Mendes (abacate) Irineu Severino Montanheri (abacate) Dalva Cereja (abacate) Joel Romão (abacate) Osvaldo de Paula (açaí) Marcelo Perobão (café e tomate), Laércio Vila Rural (tomate), José Severiano (tomate), Guilherme (Vila Rural) (tomate), Gustavo Vila Nova Porã (tomate) Fabio Vila Nova Porã (tomate)
Produtores que encomendaram mudas de Citrus e deverão receber no mês de agosto (aproximadamente 5000 (cinco mil) mudas:
Natalício Silveira (Severiano), João Arlindo Malaquias (Bulha F), Dirlei Marinelli (Perobão) , Glaucia Elaine da Silva (Pindaúva), Antelmo Carlos Luiz (Ouro Verde), Sebastião Cereja (Jacutinga), Paulo Gomes (Paineirinha) Celso Aparecido Gonçalves (Perobão), Arcindo Ravar (Santa Luzia), Ederson Reginaldo Lourenço (Ouro Verde), Silvane Dolla, Roberto D. Vallini Bizari (Alto São Luiz), Antônio Aparecido Vallini (Alto São Luiz), José Antônio Ferreira (Pindauvinha), Benedito Crozatto (Atrás IFPR), Ana Maria S. Ribeiro (Vila Nova Porã), Karen Luiza de Souza Silva Eifler (Pindauvinha), Izeldo Zanetin (Campo Novo), Roberto Bertoncini (Severiano), Sebastião Bonfati (Vila Rural), Lucinéia Sebastião Bonfati ( Vila Rural), Irineu Severino Montanheri ( Santa Luzia), Ana Luiza S. Leme (Vila Rural), Naor Aparecido Ferreira (Chácara 2 B), Antônio Zeferino Sobrinho (Ouro Verde), Saul Bonifácio dos Santos (Chácara São Lourenço), José Bendito Rodrigues (Santa Luzia), Marines de Lourdes Oliveira Rosa (Agua do Canário), Donizete Santos Pires (Bairro dos Cunhas), Anivaldo Mendes (Água do Milagre), Paulo Sérgio Lenharo Longo (Pindauvinha), Solange de Fátima Porto Bolela (Agua do Milagre), Adail dos Santos Nascimento (Ivaiporã), Afonso Frederico (Ivaiporã), Fernando Michaliszyn (Formosinho), Alexandre Pereira (Jacutinga), Maurício Soares Fernandes (Xurupita), Altevir Venturin (Jacutinga), Euzelene Ferreira de Souza (Pindauvinha), Flavio Pereira dos Santos (Jacutinga), Maria José de Souza (Vila Rural), Valdecir (Ouro Verde), Silvana (Pindauvinha), Vanderlei Brum (Santa Terezinha), Jane Superbi ( Pindaúva), Leonardo Goedert (Pindauvinha), José Luiz Volpe (Santa Barbara), Jorge Roberto Peruzzi (Vila Rural), Evaldo Alberton (Sabugueiro), José de Paula Matias (Campo Novo), Carlos de Farias (Estrada três porteiras), Dorotel Verenka (Santa Terezinha), Manoel de Moraes Lacerda (Vila rural), Claudemir Donizete José Dameto (Campo Novo), Olga dos Santos Alves (Severiano), Marlene Shimanski (Bairro dos Cunhas), Ezequias da Rocha (Paineirinha), João Carlos Sacchi (Estrada Três Ranchinhos), Paulo Marcomini (Três Ranchinhos), Eliete Saldanha Machado dos Santos (Pindauvinha), Paulo Sérgio dos Santos (Pindauvinha), José Américo Sasso (Bulha F), Milton Moreira Job (Três Ranchinhos), Claudinei Cereja (Jacutinga), Sérgio Roberto Góes (Vila Rural), Maicon Verenka (Santa Terezinha), Felrronia Verenka (Santa Terezinha), José Tarciso Verenka ( Santa Terezinha), Armando Vicente (Perobão), Adir Sala (Severiano), Sidnei Reis de Oliveira (Paineirinha), Sivaldo Garcia de Souza (Estrada da Serrinha), Nelson Tomas Alves (Três Ranchinhos), Valdomiro Strassacapa (Cruzeirinho), Milton Tomas Alves (Jacutinga), Cleonice Aparecida (Santa Luzia)

Financeiro:

Os investimentos para aquisição das mudas são dos produtores, sendo valores que não necessitam de financiamentos. A assistência técnica, o acompanhamento e a comercialização são por conta do poder público municipal que contratou a engenheira agrônoma especialista, além de disponibilizar dois técnicos que são servidores estatutários. O local para o Centro de Distribuição foi cedido pelo município através de um contrato por tempo indeterminado, em que as despesas e manutenção também são subsidiados pelo município.
Para o escoamento da produção a Prefeitura deixa à disposição da entidade um caminhão com motorista e está sendo preparado um contrato para a cessão de uso por tempo indeterminado para a entidade realizar o transporte da produção tanto municipal quanto intermunicipal.

Orçamento:

Financiamento público - R$ 10.000,00 mensais (pessoal, logística, manutenção do local, diárias)

Financiamento privado – Não há aporte financeiro privado, apenas o apoio que a entidade parceira disponibiliza aos produtores.

CUSTO DO PROJETO POR BENEFICIÁRIO DIRETO – R$ 111,00 mensais atualmente, podendo o custo ser reduzido conforme o aumento do número de famílias participantes.

Beneficiários Diretos:

São beneficiados diretamente, aproximadamente, 90 famílias da agricultura familiar, distribuídas por todo o município. Deste total, 40 famílias já foram impactadas com os resultados da produção, visto que a totalidade do que produzem está sendo comercializado, em alguns casos, como o morango, transformados para agregar valor. Dentre os benefícios gerados pelo programa, destacamos o aumento de renda, a melhoria da qualidade de vida das famílias, valorização da diversificação, retorno de famílias ao campo, valorização da propriedade pelos jovens e o desejo de investimento, o destaque da produção local para outros regiões, a melhoria na qualidade da produção e a mudança de hábitos (costumes) com relação a aplicação de controles de pragas e a autossuficiência das famílias.

Beneficiários Indiretos:

Produtos com melhor qualidade para o consumidor final; aumento da economia local, visto que além da fixação da renda, famílias estão retornando para área rural; acesso ao mercado local com produtos mais fresco, de excelente qualidade e com redução de custos; inserção dos universitários de agronegócios que tem a oportunidade acompanhar o desenvolvimento do programa e fazer parte dele, adquirindo experiência prática;

Resultados:

Melhor negociação, direto com novos mercados;
Diminuição da migração dos produtores para zona urbana;
Retorno de produtores de grandes centros para a área rural;
Sucessão rural;
Inserção dos alunos de Agronegócios no desenvolvimento do programa;
Aumento de renda e melhoria da qualidade de vida das famílias;
Valorização da produção;
Produtos de qualidade;
Obs: os resultados são apresentados de forma mais clara nos vídeos anexos, com depoimentos dos próprios produtores rurais

Anexos

Banco de Projetos