Banco de Projetos

ESCOLINHA DE TRÂNSITO E CIDADANIA

Ano / Edição: 2019
Município: Arapongas
Função de Governo: Segurança Pública

Diagnóstico

Os acidentes de trânsito representam hoje uma das principais causas de morte Brasil e no mundo. Cerca de 45 mil pessoas perdem a vida no trânsito anualmente no nosso país. Em Arapongas, os números também são preocupantes, em 2018, foram registrados 994 acidentes no perímetro urbano do município, dos quais resultaram em 12 mortes e 578 feridos. De acordo com dados do Ministério da Saúde o trânsito no Brasil matou em 2014, mais de 4 crianças por dia. Em Arapongas, não temos esta estatística exata, mas podemos constatar frequentemente, crianças sem cinto de segurança, sem utilização da cadeirinha, no colo de adultos, no banco da frente e em outras diversas situações de risco. Tais dados nos levaram a uma reflexão: o que pode ser feito para preservar vidas que significam o futuro do país? A resposta foi simples, precisaríamos trabalhar com prevenção e educação, e a Escolinha de Trânsito entrou neste contexto.

Descrição

O primeiro passo do desenvolvimento do Projeto foi um convênio entre a Prefeitura do Município de Arapongas, Polícia Militar e VIAPAR, onde, a última executou e custeou a pista educativa em concreto asfáltico, em uma área de 1700 m², permitindo simular em escala reduzida as condições de trânsito na cidade, incluindo sinalização horizontal, vertical e semafórica. Assim nasceu a “Escolinha de Trânsito e Cidadania”.
Como a 7ª Companhia Independente da Polícia Militar, conta com uma sala de aula, a Prefeitura do Município de Arapongas, equipou a sala com som, projetor, tela de projeção e providenciou também materiais para instrução teórica, tais quais: placas de trânsito, cadeirinha, bebê conforto, assento de elevação, bastão guia, entre outros. Foram adquiridos também, equipamentos para as aulas práticas, tais quais: bicicletas, apitos, cadeira de rodas entre outros.
Outra parceria fundamental para o Projeto, foi a do Instituto Renault, por onde conseguimos, por meio de comodato, 3 (três carros elétricos infantis).
Desta forma, toda a parte estrutural para o desenvolvimento do projeto foi concluída.
Para possibilitar a participação das crianças no projeto, foi realizada uma parceria com a Secretaria de Educação, onde foi definido que participariam as crianças do 4º ano do ensino fundamental da rede pública. A responsabilidade da Secretaria de Educação é a liberação dos alunos e disponibilização do lanche e do transporte.
Embora definida a faixa etária das crianças que participam do projeto, a Escolinha de Trânsito e Cidadania, atende sempre que há solicitação, outras faixas etárias e também a rede privada.
Como já citado, foi realizada também uma parceria com o Grupo de Exploradores Feras do Sul, que são responsáveis pela monitoria da Escolinha de trânsito. Estes monitores, em sua maioria, são crianças e adolescentes que passam por uma capacitação para auxiliar os instrutores durante as aulas teórica e prática do projeto. Este trabalho de monitoria é realizado de forma voluntária pelos Exploradores.
Além de todas as parceria já elencadas, foi realizada uma parceria também com o Detran-PR, que forneceu os “bloquinhos de mini-multa” que são distribuídos para os alunos ao final da aula.
A participação das crianças no projeto dura aproximadamente 2horas e meia, contando com a aula teórica, lanche e aula prática. A seguir discriminaremos como funciona cada etapa.
AULA TEÓRICA: DINÂMICA, METODOLOGIA E ASSUNTOS ABORDADOS:
A aula da Escolinha de Trânsito inicia-se às 08hrs no período matutino e às 13h30min no período vespertino. O instrutor e os monitores chegam aproximadamente 15minutos antes do inicio para ir organizando os materiais em sala de aula (ligando projetor, computador, semáforo, separando os apitos que serão utilizados, organizando a disposição das placas, entre outros). Sempre estarão presentes um instrutor, que poderá ser um guarda municipal ou um policial militar (as duas instituições revezam) e de dois à cinco monitores.
Os alunos são direcionados até a sala de aula onde o instrutor responsável dá as boas vindas, apresentando toda a equipe e explicando do que se trata o projeto. A aula teórica é expositiva, onde vários slides são apresentados. Primeiramente o instrutor aborda sobre um contexto geral do trânsito, explicando que o trânsito é utilizado por todas as pessoas e que todos tem que respeitar, pois o desrespeito pode gerar consequências trágicas para os envolvidos.
Na sequência o instrutor aborda sobre regras de trânsito, iniciando sobre as regras para os pedestres, explanando os cuidados e atenção, tais quais: olhar para os dois lados para atravessar, não brincar no meio da rua, atravessar em linha reta, utilizar a faixa de pedestres, pedir passagem na faixa de pedestres, entre outros.
Posteriormente o instrutor aborda sobre as pessoas com mobilidade reduzida, explicando que estas pessoas muitas vezes precisam de ajuda para atravessar a rua, carregar sacolas, entre outros. Para tornar a aula mais dinâmica, o instrutor faz simulações com os próprios alunos, de situações com idosos saindo do mercado e precisando atravessar a rua, cadeirantes, portadores de necessidades especiais, principalmente no caso de deficiência visual (utilizamos uma venda para os olhos e uma guia).
Dando continuidade na aula, o instrutor explana sobre o uso do cinto de segurança, onde todos os alunos levantam a mão de direita e se comprometem a utilizar sempre o cinto. Na sequência é abordado sobre os seguintes temas: respeito a sinalização, uso do aparelho celular, álcool e direção, excesso de velocidades, equipamentos de retenção para as crianças no veiculo, regras e cuidados para motociclistas e ciclistas, placas de trânsito, cores do semáforo, mão e cabeça para fora da janela, respeito as leis de trânsito e sinais do agente de trânsito (onde os alunos ganham um apito e aprendem os gestos utilizados pelos agentes de trânsito).
A aula teórica tem duração aproximada de uma hora e 10 minutos. Finalizada esta parte, os alunos realizam o lanche em sala de aula e os monitores vão preparar a pista (dispor carrinhos, bicicletas e demais materiais).
AULA PRÁTICA:
Para a aula prática, que é realizada na pista educativa, chegam mais dois instrutores (Guardas municipais ou policiais militares), e os alunos são divididos em 4 equipes: verde, amarela, vermelha e azul, onde cada um recebe um crachá com a cor da equipe que pertence. Cada grupo possui um instrutor ou monitor responsável pelas atividades que serão realizadas. As atividades consistem em ser motoristas (carrinhos elétricos), ciclistas, agentes de trânsito e pedestres com mobilidade reduzida. Desta forma são 4 grupos e 4 atividades, ou seja, cada equipe começa em uma atividade e depois vai sendo realizado um rodízio para que todos passem em todas as atividades.
Como já foi abordado, o Instituto Renault disponibilizou por meio de comodato, 3 carrinhos elétricos, porém, foi adquirido mais um carrinho pela Prefeitura de Arapongas. Em cada carrinho elétrico fica um monitor responsável para explicar o funcionamento do carrinho, reforçar sobre a importância de toda a sinalização e acompanhar os alunos no trajeto, explicando sobre as placas de trânsito.
Quando os alunos passam pelas bicicletas, eles colocam um capacete e são orientados a andarem pela ciclofaixa da pista educativa, ou no caso, de ruas que não possuem a pista especifica para a bicileta, de andarem do lado direito da via. Todas estas informações são repassadas tanto na aula teórica, quando na prática. O objetivo é que os alunos coloquem em prática o que aprenderam na sala de aula.
Cada aluno recebe um apito, para passarem pela função de agente de trânsito. Para exercer tal função, eles utilizam um colete e um boné de agentes de trânsito e passam a controlar o trânsito dos carrinhos elétricos, ciclistas e pedestres que estão na pista. Os principais gestos repassados são o de: pare, siga e diminua a velocidade. Os apitos ficam com os alunos, já o coletes e bonés precisam ser devolvidos ao término da atividade.
A quarta atividade do rodízio é ser pedestres com mobilidade reduzida, onde os alunos simulam ser idosos com dificuldades de locomoção, cadeirantes e cegos, sendo que os próprios membros da equipe, precisam ajudar os que estão simulando.
Por fim, no término da atividade prática, todas as equipes realizam um exercício na faixa de pedestres, olhando para os lados antes de atravessar e estendendo a mão para pedir passagem .
Antes de partirem, os alunos retornam para a sala, onde agradecemos a participação e contamos que a partir daquela data, todos passam a ser ajudantes da Guarda Municipal e da Polícia Militar, e que passam a ter duas funções. A primeira função é respeitar o trânsito no que couber as estas crianças como passageiros, ciclistas e pedestres; e a segunda função é ser um fiscal dos familiares no trânsito, para isso, cada um leva para casa, um bloco do “mini-multa”, cedido pelo Detran PR, onde os pequenos multam e orientam os pais e os pais, por sua vez, precisam realizar o pagamento da infração com bala, chicletes e chocolate, a depender da classificação da infração. Após a entrega dos blocos e nos despedimos, momento este em que o ônibus já está aguardando para levar os alunos de volta a escola.

Objetivos

Gerais:

Promover aos alunos alfabetizados do ensino fundamental, tanto das escolas públicas, quanto das particulares, palestras e atividades recreativas voltadas à Educação e a Cidadania no Trânsito, visando a conscientização destas crianças, possibilitando além do aprendizado para usuários do trânsito e futuros condutores, a conscientização de forma indireta, aos pais destas, pois um dos objetivos do projeto, é que as crianças passem a cobrar e exigir de seus responsáveis uma postura adequada no trânsito.

Específicos:

Fomentar a mudança de hábitos das crianças no trânsito, seja como passageiros, pedestres ou ciclistas;

Incentivar que as crianças passem a cobrar dos pais, atitudes corretas e responsáveis no trânsito;

Estimular a consciência cidadã à futuros motoristas.

Metas a atingir:

A meta do projeto é que tenhamos uma mudança imediata dos hábitos dos alunos no trânsito, iniciando com o retorno a escola, no qual eles já passam a utilizar o cinto de segurança, atravessar na faixa, não colocam o braço e cabeça para fora da janela, entre outros.

O incentivo à cobrança dos pais, também é imediata, pois de fatos estes alunos passam a cobrar dos pais e responsáveis atitudes corretas no trânsito.

Já o estimulo à uma consciência cidadã à futuros motoristas, embora se inicie de imediato, esta irá se perpetuar até o momento em que estes alunos se tornarem efetivamente motoris-tas e durante todo o período em que continuarem sendo.

Cronograma

Físico:

As atividades da Escolinha de Trânsito são realizadas no período escolar, desta forma em 2018, foram iniciadas em Agosto, com aproximadamente 3 aulas semanais até o final do ano letivo de 2018. Já em 2019, as aulas foram inciadas no início do ano letivo, com aproximadamente, uma aula semanal e serão finalizadas no dia 30 de Outubro de 2019.

Financeiro:

Já estando em funcionamento, os custos futuros serão apenas com a manutenção do Projeto, o que conforme previsão, até 2020 será despendido aproximadamente R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais)

Orçamento:

Recursos Humanos:

Para o funcionamento da Escolinha de Trânsito, não foi contratado ne-nhum novo servidor, sendo apenas utilizados os recursos humanos já existentes nas instituições, além do serviço voluntário prestado pelo Grupo de Exploradores Feras do Sul.


Orçamento de materiais:

• 4 Carrinhos elétricos infantis (3 doados, apenas um adquirido, portanto o valor abaixo é de um carrinho elétrico)
Valor total: R$ 8.926,88 (Oito Mil novecentos e vinte e seis reais e oitenta e oito centavos)
• 1500 apitos para distribuição aos alunos que participam do Projeto
Valor total: R$ 1.050,00 (Mil e Cinquenta Reais)
• 200 bonés
Valor total: R$ 1.570,00 (Mil quinhentos e setenta reais)
• 6 bicicletas
Valor Total: R$ 3.102,00 (Três Mil, cento e dois reais)
• Uma cadeira de rodas
Valor: R$ 554,00 (Quinhentos e Cinquenta e Quatro Reais)
• Um notebook
Valor: R$ 2.384,00 (Dois Mil, trezentos e oitenta e quatro reais)
• Um Projetor
Valor: R$ 2.799,00 (Dois Mil, setecentos e noventa e nove reais)
• Um Suporte para projetor
Valor: R$ 360,00 (Trezentos e Sessenta Reais)
• Uma tela de projeção retrátil
Valor: R$ 1.699,00 (Mil seiscentos e noventa e nove reais)
• Um cabo HDMI de 15 metros
Valor: R$ 299,00 (Duzentos e noventa e nove reais)
• Dois adesivos para confecção de placas
Valor total: R$ 400,00 (Quatrocentos reais)
• Equipamentos de retenção (Uma cadeirinha, um bebe conforto e um assento de ele-vação)
Valor total: R$ 615,00 (Seiscentos e quinze reais)

Valor Total materiais: R$ 23.758,88 (Vinte e três mil, setecentos e cinquenta e oitos reais e oitenta e oito centavos)


Orçamento de serviços:

• Pista educativa de trânsito (doação)
• Sala de aula (já existente)
• Estrutura metálica para a garagem dos carrinho
Valor: R$ 7.920 (Sete Mil, novecentos e vinte reais)
• Instalação do Blindex para garagem dos carrinhos
Valor: R$ 7.225,00 (Sete Mil duzentos e vinte e cinco reais)

Valor Total serviços: R$ 15.145,00 (Quinze Mil, cento e quarenta e cinco reais)

VALOR TOTAL (Recursos humanos, materiais e serviços): R$ 38.903,88 (Trinta e oito mil, novecentos e três reais e oitenta e oito centavos)

Beneficiários Diretos:

Os beneficiários diretos são os alunos que participam do projeto, sendo atendidas 24 Escolas Municipais, abrangendo todo o município, além dos Colégios particulares, que quando solicitam, também são atendidos pelo projeto. Em 2018, foram atendidos aproximadamente 2000 (dois mil) alunos, já em 2019, aproximadamente 500 (quinhentos) alunos.

Beneficiários Indiretos:

Os beneficiários indiretos são todos os familiares dos alunos que participam do projeto, pois, como já citado, um dos objetivos do projeto é que estas crianças passem a cobrar dos familiares e amigos posturas corretas no trânsito. Desta forma, se considerarmos que, em uma média, cada aluno orientará 5 pessoas, totalizaremos 10.000 (dez mil) pessoas atingidas em 2018 e 2500 (Dois mil e quinhentas) em 2019.

Resultados:

A Educação e formação do cidadão não são feitas somente na escola e na família, mas nos mais diversos segmentos da sociedade, através de condutas, comportamentos, princípios morais e bons exemplos, que são observados pelas crianças no dia-dia delas. Neste contexto, tendo a sociedade como “educadora”, este projeto tem por fim, promover a educação para o trânsito às crianças, de forma com que aprendam com praticidade, conceitos fundamentais que levarão para seu cotidiano, repassando para amigos e responsáveis o aprendizado adquirido, de forma a capacitar cada vez mais, cidadãos prudentes no trânsito, preparando desta forma, futuros condutores. Como já exposto, trata-se de um projeto subjetivo que visa a mudança de comportamento, tornando dificultosa a quantificação dos resultados conquistados.

Anexos

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