Londrina consegue economizar na compra de remédios utilizando métodos quantitativos, que podem ajudar a prever a demanda de medicamentos. Desde o início de 2016, o projeto Análise de Métodos Quantitativos de Cálculo de Previsão de Demanda para o Gerenciamento de Estoques de Medicamentos ajuda o poder público a planejar estoques e abastecimentos de remédios por período de tempo.
O programa surgiu a partir da necessidade de estudar métodos de previsão, para realizar planejamento adequado de estoques, além de tornar eficaz o abastecimento farmacêutico do município. A iniciativa evita os prejuízos causados por erros de encomendas e pela falta de medicamentos e coíbe gastos indevidos de recursos públicos. A assistência farmacêutica é feita pela Secretaria Municipal de Saúde, pela Gerência da Central de Abastecimento Farmacêutico e pela Diretoria de Logística e Manutenção em Saúde, que garantem à população o acesso e o uso racional de medicamentos. Para conseguir o planejado, a administração utilizou de pesquisa bibliográfica e documental.
Por reduzir a falta de remédios e perdas de produtos por compras de quantidades excessivas, o projeto foi prestigiado com o Prêmio Gestor Público Paraná – Tecnologia da Informação, na 4ª edição do PGP-PR.
Abastecimento
A estrutura conta com uma central de armazenamento e distribuição, que estoca medicamentos, materiais hospitalares e odontológicos e encaminha às unidades básicas de saúde, unidades de pronto atendimento e clínicas odontológicas municipais, conforme demanda. As compras de medicamentos são realizadas por meio de licitação, na maioria das vezes em modalidade pregão, com validade máxima de um ano. Sempre com a previsão máxima de demandas, a central de abastecimento farmacêutico precisa saber qual é o consumo esperado para três períodos distintos: um ano, quatro meses e o consumo de cada unidade de saúde para o próximo mês. Para cada medicamento analisado, há registros de consumo por períodos – que possibilitam avaliar seu consumo.
Métodos de previsão
Para calcular consumos e demandas, é utilizado o Método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), que realiza a previsão da demanda por meio de regressão linear, e o modelo Arima, que é a combinação linear entre a média móvel dos períodos utilizados, e os valores passados. A prefeitura verificou que o MQO tem menor erro de previsão, comparado ao Arima, porém o segundo modelo foi estatisticamente mais eficiente, no intervalo de confiança de 90%.
Com os cálculos, a Administração de Londrina concluiu que os dois modelos econométricos trouxeram métodos razoáveis para a previsão de demanda de Ácido Acetilsalicílico. Segundo a prefeitura, a implantação dos modelos é válida a partir do momento em que houve constante atualização entre períodos, pois o problema a ser resolvido é a quantidade total a ser encomendada no fim de cada ano. No entanto, a organização diz que os modelos não supririam os cálculos na sua totalidade. Durante a apuração de demandas, foram feitos pedidos reais de 67.792 unidades de AAS pelas Unidades, contra os 60.399 previstos pelo MQO, e 60.201, pelo modelo Arima. O método foi aplicado em outros medicamentos de uso contínuo que apresentavam pouca variação de consumo, e que não tenham tido falta por um certo período.
Fonte: PGP-PR