Presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná, Wanderci Polaquini, ressalta os desafios e vitórias na gestão pública
O presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná (Sindafep), Wanderci Polaquini, concedeu entrevista exclusiva para o Boletim Informativo do Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR). Na oportunidade, ele comentou sobre a importância da parceria institucional entre as duas organizações e defendeu a designação dos profissionais da Administração para o desempenho de atividades ligadas à Gestão Pública.
Natural de Alto Paraná, município localizado no Noroeste Paranaense, ele é graduado em Processamento de Dados, pelo Centro Universitário de Maringá (UniCesumar), e tem especialização em Auditoria Integral, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Iniciou a carreira no funcionalismo público em 1994, atuando na 11ª Delegacia Regional da Receita Estadual, em Umuarama (PR). Trabalhou em defesa do Fisco como membro da Associação dos Funcionários Fiscais de Maringá (Affismar), chegando a presidir a entidade entre os anos de 2012 e 2013. Antes de ser designado presidente do Sindafep, ocupou o cargo de vice-presidente sindical da instituição.
1. O Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR), tem sido um apoiador do Prêmio Gestor Público Paraná (PGP-PR) desde as primeiras edições da premiação. Qual a importância dessa parceria para o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná (Sindafep), uma vez que o CRA-PR é o órgão de representação da categoria profissional da Administração no Estado?
Entendemos que a participação do Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR) é fundamental por várias razões. Além da credibilidade agregada ao PGP-PR, pela reconhecida respeitabilidade que o Conselho possui institucionalmente, perante todos os setores, consideramos imprescindível para o Prêmio – que avalia, justamente, projetos de gestão das administrações públicas – o suporte do órgão que representa essa categoria profissional, tão decisiva e necessária para o resultado das gestões públicas.
2. Os gestores estão presentes nas mais diversas organizações, sejam empresariais ou institucionais. No caso das instituições públicas, como o senhor avalia o perfil dos gestores, nos dias de hoje, em relação àquilo que a sociedade anseia?
Hoje, temos excelentes gestores no Setor Público, que merecem todo o nosso respeito. Porém, em razão do caráter político da ocupação de cargos nas estruturas públicas, temos gestores de diversas áreas de formação, com diferentes níveis de capacitação. A mesma via que permite ao povo, pelo regime democrático, participar da gestão, através de seus representantes políticos, impõe à Administração Pública mandatários com capacidade de articulação e gestão política que, muitas vezes, sem a formação e capacitação em Gestão e Administração Pública. Para atender, plenamente, os anseios da sociedade, é essencial o investimento em profissionais da área, que ofereçam aos agentes políticos o suporte necessário à realização de uma Gestão Pública realmente efetiva.
3. Com o avanço das novas tecnologias e o aperfeiçoamento profissional, especialmente no âmbito da Administração, o senhor acredita que a forma como os gestores públicos atuam mudou de alguma forma os tempos atuais?
Certamente. Como dissemos, temos excelentes gestores atuando no Setor Público, e aprova disso são os próprios projetos que compõem o Banco de Projetos do PGP-PR, muitos deles implantados com o uso de novas tecnologias e por profissionais com excelente nível de aperfeiçoamento. O que falta é a disseminação dessa cultura para todos os atores do Setor Público, em todas as esferas, sobretudo nos municípios, que estão mais próximos das necessidades da população. O aperfeiçoamento e o investimento em novas tecnologias, que possam contribuir para o efetivo desenvolvimento das políticas públicas, devem ser constantes e, obrigatoriamente, copiados e replicados por outros gestores.
4. Na sua opinião, quais são os principais desafios, atualmente, dos gestores públicos?
Sabemos que a grande maioria das pessoas em nosso País depende exclusivamente de serviços públicos. Portanto, desenvolver políticas públicas, que atendam às necessidades da população, que promovam justiça e bem-estar social e, ainda, ambicionar pelo reconhecimento da sociedade, que contribui com os seus tributos, na esperança de receber um serviço eficiente, eficaz e efetivo, representa, para os gestores, inúmero e enormes desafios. Podemos considerar como um dos maiores desafios a readequação da estrutura ao quadro de servidores disponíveis. O Brasil possui um número de servidores públicos proporcionalmente inferior à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, porém, atualmente, está sem capacidade financeira de contratação. Por outro lado, temos ainda estruturas administrativas que precisam ser revistas, modernizadas, racionalizadas e readequadas às necessidades atuais, bem como às novas tecnologias e metodologias disponíveis. O setor público poderia suprir deficiências e atender com maior agilidade o volume de demandas da sociedade com investimento em tecnologia, capacitação e aperfeiçoamento.