Banco de Projetos

Do Trabalho à Sustentabilidade

Ano / Edição: 2016
Município: Rancho Alegre d'Oeste
Função de Governo: Agricultura

Administração Indireta:

parceria

Diagnóstico

No início dos anos 1990, o município encontrava-se com sérios problemas ambientais no meio rural, com a contaminação de mananciais por agrotóxicos , causados pela lavagem e abastecimento dos pulverizadores agrícolas feitos diretamente nesses mananciais.
Os produtores abasteciam os pulverizadores em abastecedores improvisados nas minas d’água, córregos, rios e represas, representando sério risco de contaminação dos mananciais ali existentes. Além do potencial de contaminação ambiental, nem sempre a água utilizada nas aplicações de agrotóxicos era adequada para os diferentes produtos utilizados (herbicidas, fungicidas e inseticidas). A qualidade das aplicações ficava comprometida, os bicos dos pulverizadores entupiam e os produtores ficavam mais expostos a contaminação durante o manuseio e limpeza desses bicos.
Além desses problemas, os produtores percorriam em média 3 a 4 km em busca de água para os pulverizadores, o que ocasionava perda de tempo, maior consumo de combustível e desgaste dos tratores e pulverizadores. Todos esses fatores contribuíam para o aumento do custo de produção das principais culturas do município naquela época. Soja, milho,trigo e algodão eram as culturas mais plantadas em Rancho Alegre D'Oeste e utilizavam até 10 aplicações de agrotóxicos/safra, no caso da cultura do algodão.

Descrição

Em parceria com a prefeitura municipal de RAO, governo do estado através do Programa Paraná 12 Meses, Instituto Emater e o grupo de produtores foi implantado então o abastecedor da Placa Zacarias, que atendia cerca de 20 produtores rurais do municípios.
A partir de então, os produtores nas outras comunidades do município começaram a se organizar e reivindicar um benefício que atenderia suas necessidades de água na agricultura.
A comunidade Placa São Jorge foi a próxima beneficiada. Concomitantemente a implantação desse abastecedor, o abastecedor tipo II da Placa Amaro Pedro e o abastecedor tipo III da comunidade Aparecidinha-Caracol foram recuperados e entregues para utilização pelos grupos de produtores.
É importante destacar que o Programa Paraná 12 meses pagava até 70% do valor do abastecedor, os 30% do valor restante era pago pelo grupo de produtores (conforme o tamanho de suas áreas) e as tubulações e demais materiais eram pagos pela prefeitura municipal.
E a parceria continuou até praticamente toda área do município ser atendida pelos abastecedores comunitários. A comunidade Gleba XV foi beneficiada com mais três abastecedores. A vila rural Santa Felicidade e a estrada para Arapuan também foram atendidas pelo programa.
A organização dos grupos permitiu aos agricultores de RAO não só gerenciar o funcionamento dos abastecedores, mas principalmente eram a referência para a extensão rural difundir tecnologias de uma agricultura mais conservacionista, mais sustentável. O trabalho que começou com a instalação de abastecedores comunitários para resolver um problema ambiental se tornou referência em organização informal de agricultores, exemplo de adoção de boas práticas agrícolas.

Objetivos

Gerais:

-Facilitar o trabalho de abastecimento dos pulverizadores pelos agricultores;
-Evitar a poluição de mananciais de água;
-Fornecer água de boa qualidade para aplicação de agrotóxicos;
-Preservar a saúde humana

Específicos:

• Reduzir o tempo das operações de abastecimento e deslocamento dos pulverizadores para efetuar as aplicações nas lavouras;
• Proporcionar local adequado e de fácil acesso para o abastecimento dos pulverizadores, com economia de tempo e combustível;
• Servir como ponto de estratégia para organização do grupo de produtores, especialmente para treinamentos em aplicação correta de agroquímicos, regulagens de pulverizadores e preservação do meio ambiente/desenvolvimento sustentável
• Ser referência de organização como grupo informal com interesses comuns, no caso ter acesso a água de qualidade para o uso nas lavouras.

Metas a atingir:

- 12(doze) grupos de associações informais, cada uma com um Abastecedouro, com sua diretoria registrada em ata; atendeu 90% do território do público alvo, que são pequenos e médios agricultores.
- Conforme ficou estabelecido no regimento interno de utilização dos abastecedores, todo o ano é cobrada uma taxa de de manutenção, para eventuais reparos, substituição de peças e tubulações. Atualmente a taxa cobrada é de R$ 12,50 (doze reais e cinquenta centavos) / alqueire/ ano.
- Os abastecedouros comunitários atendem 158 produtores, com área aproximada de 6.000 hectares.
- Além dos abastecedores comunitários, existem no município de RAO abastecedores particulares que atendem os grandes produtores;
- Produtores que não estão associados nos grupos de abastecedores possuem abastecedor próprio, que atendem as normas de preservação ambiental.

Cronograma

Físico:

12(doze ) abastecedouro Comunitário.

Financeiro:

Atualmente 01 abastecedor comunitário, com poço semi-artesiano perfurado, motobomba, caixa d”água de 10.000 litros, equipamentos e tubulação do local de perfuração do poço até o reservatório fica em aproximadamente e R$ 40.000,00.(quarenta mil reais). em valores de hoje, o valor dos doze abastecedouro chega aproximadamente em R$ 480.000,00

Orçamento:

Atualmente 01 abastecedor comunitário, com poço semi-artesiano perfurado, motobomba, caixa d”água de 10.000 litros, equipamentos e tubulação do local de perfuração do poço até o reservatório fica em aproximadamente e R$ 40.000,00.(quarenta mil reais). em valores de hoje, o valor dos doze abastecedouro chega aproximadamente em R$ 480.000,00

Beneficiários Diretos:

- Abastecedouro Comunitário Gleba XV –Polato
-18 associados, área : 750 ha
- Abastecedouro Comunitário Gleba XV -Intermediário IV
- 13 associados, área : 290 ha
- Abastecedouro Comunitário Gleba XV – Intermediário
- 13 associados, área :290 ha
- Abastecedouro Comunitário Gleba XV – Caputti
- 09 associados, área de : 484 ha
- Abastecedouro Comunitário Placa Zacarias
- 25 associados, área de: 650 ha
- Abastecedouro Comunitário Amaro Pedro
- 20 associados, área: 1205 ha
- Abastecedouro Comunitário Arapuan
- 14 associados, área: 1205 ha;
- Abastecedouro Comunitário Placa São Jorge
- 19 associados, área de 705 ha
- Abastecedouro Comunitário Caracol
- 21 associados , área: 752 ha
- Abastecedouro Comunitário Garcia
- 06 associados, Área:550 ha
- Abastecedouro Comunitário Vila Rural
- 21 associados, área de .100 ha
- Abastecedouro Placa Amaro Pedro ( Roldão)
- em manutenção
São 158 produtores associados,com área aproximada de 6.000 ha

Beneficiários Indiretos:

BENEFICIÁRIOS INDIRETOS:
- 158 (cento e cinqüenta e oito) Agricultores e mais 500 pessoas, familiares dos associados, perfazendo o total de 658 pessoas

Resultados:

- Com a implantação dos abastecedouros comunitários em praticamente todas as comunidades rurais de RAO, conclui- se que o abastecedouro comunitário inaugurado no ano de 1990, denominado Abastecedouro Comunitário Gleba XV foi o projeto piloto, que permitiu a implantação de outros 10 projetos de abastecedouros e adequação de outros 02 abastecedores que já existiam no município, os quais foram construídos desde o ano de 1990 até o ano 2004. Os resultados deste trabalho podem ser verificados no município, através da organização dos grupos informais de produtores que duram até hoje. São mais de duas décadas, desde que o primeiro abastecedor foi implantado e seu grupo de beneficiários foi organizado.
Cada abastecedor possui uma diretoria, composta de presidente, vice-presidente, tesoureiro, secretário e demais associados que assim dirigem , cada qual o seu grupo de associados dos abastecedouros, tendo recursos financeiros, abertos no SICREDI, isto é, cada associação informal tem sua conta bancária para gerir os seus recursos, fruto da taxa de anualidade.
Assim também, valorizou o trabalho dos agricultores familiares dando-lhes oportunidade de melhorar a renda, obtida pela economicidade de distância para recolher a água, tanto para utilização no serviço, como para uso pessoal, mesmo porque, muitas famílias residem na propriedade, agindo desta forma, podemos afirmar, que auxiliou em muito a fixação do homem no campo.
Vale salientar que o agricultores receberam várias capacitações através de cursos de tecnologia de aplicação de agrotóxicos, manejo integrado de pragas e doenças na cultura da soja, plantio direto e manejo e conservação de solos e água. Outras metodologias foram amplamente utilizadas, tais como reuniões técnicas, reuniões práticas, encontro de produtores e dias de campo que tinham como objetivos valorizar o trabalho dos agricultores e dar sustentabilidade as atividades por eles desenvolvidas, no caso as lavouras de soja e milho.

Anexos

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